Quando eu fazia catequese, ainda criança, eu e os outros catequizandos cantávamos muito esta música no período pascal como canto de comunhão. Recentemente eu me lembrei desta música através de uma cena do documentário da Maria Bethânia em que muitos fiéis cantavam durante uma procissão exibida no longa sobre a cantora.
"Antes da Morte e Ressurreição de Jesus" é um canto de comunhão cuja letra foi feita por Dom Carlos Alberto Navarro (30 de outubro de 1931 — 2 de fevereiro de 2003) e do músico cearense Waldeci Farias (in memorian) na parte melódica. Mais informações sobre Waldeci Farias, acesse: http://www.trofeulouvemos.com/homenagem-postuma-do-trofeu-louvemos/
1. Antes da morte e ressurreição de Jesus, Ele, na Ceia, quis se entregar: deu-se em comida e bebida pra nos salvar.
[Refrão]
E quando amanhecer, o dia eterno, a plena visão,
Ressurgiremos por crer, nesta vida escondida no pão.
2. Para lembrarmos a morte, a cruz do Senhor, nós repetimos, como Ele fez: gestos, palavras, até que volte outra vez.
3. Este banquete alimenta o amor dos irmãos, e nos prepara a glória do céu: Ele é a força na caminhada pra Deus.
4. Eis o Pão vivo mandado a nós por Deus Pai! Quem o recebe, não morrerá: no último dia vai ressurgir, viverá.
5. Cristo está vivo, ressuscitou para nós! Esta verdade vai anunciar, a toda terra, com alegria a cantar.
Quem é católico sente que pelo menos uma música executada na missa marca sua vida. Muitas delas marcou a minha e uma é da qual eu falarei agora: "Te Amarei, Senhor" (1992). Na minha adolescência, mesmo contra a vontade (além de ser a fase da "aborrecência", eu tinha tamanha dificuldade de aprender o sentido das coisas. Se eu já tinha dificuldade de aprendizado na escola, o que justifica o meu desempenho não muito bom nos estudos, imagine ao tentar entender as leituras e o Evangelho...), eu e meu irmão fomos levados pelos nossos pais à igreja do bairro onde moramos e a capela cantava muito essa música. Eu lembro que na noite da Sexta-Feira da Paixão de 1999, no dia 2 de abril (como eu lembro? Eu não lembro, procurei pelo calendário do ano no Google 😆), nós quatro,eu aos 17 anos, fomos para ver a encenação da Paixão de Cristo no Estádio Marcílio Dias daqui de Itajaí (naquela década todo ano havia encenação da Sexta-Feira Santa aqui na minha cidade) e uma banda carismática abria a encenação que era feita no campo e os espectadores ficavam na arquibancada. No repertório desta banda incluía a canção "Te Amarei, Senhor".Um momento engraçado daquela noite é que, enquanto a música estava sendo cantada pelo grupo, uns jovens atrás da gente certamente da minha idade faziam palhaçadas, uma delas era imitar as vozes em falsete da turma dos Teletubbies, uma série infantil anglo-americana que no Brasil era exibida nas manhãs da TV Globo e que era a sensação na época entre as crianças de até 6 anos (eu confesso que eu adorava). E eu cobria a minha boca com as mãos e abaixava um pouco a cabeça para ninguém perceber que eu estava rindo das mocinhas e rapazes atrás.
"Te Amarei, Senhor" foi gravada originalmente por Antônio Kater Filho, teólogo, escritor e compositor (este que foi o professor do Padre Marcelo Rossi) e Maria do Rosário, cantora católica e apresentadora do programa "Brasil Cristão" que vai ao ar todas as terças-feiras às 20:30h na Rede Século 21. Este registro está no LP "Louvemos o Senhor Volume VII" (Paulinas/COMEP, 1992) e resgatado para o CD da coletânea "Louvemos o Senhor" lançado em 1997 (ouvi no Spotify e é realmente lindo). Eu não estou certa de quem escreveu a música. A internet diz que foi o Padre Zezinho. Um site em slideshare de cifras de cantos para missa diz que é do Frei Luiz Turra. Enquanto está dúvida a respeito do autor não se esclarece, a letra reflete como é essencial a presença de Jesus Cristo em nossa vida e faz com que fizéssemos uma autoanálise de como reagiríamos com o convite de Deus-Filho. Preciso dizer mais?
Recentemente a música foi regravada pela banda Santhuário com a participação da Irmã Kelly Patrícia. (clique aqui)
Vídeo: gravação original de "Te Amarei, Senhor" (1992)
Me chamaste para caminhar na vida contigo,
Decidi para sempre segui-te, não voltar atrás.
Me puseste uma brasa no peito e uma flecha na alma,
é difícil agora viver sem lembrar-me de ti.
[Refrão]
Te amarei, Senhor.
Te amarei, Senhor
Eu só encontro a paz e a alegria bem perto de ti (2x)
Eu pensei muitas vezes parar e não dar nem resposta.
Eu pensei na fuga esconder-me, ir longe de ti,
Mas tua força venceu e ao final eu fiquei seduzido.
É difícil agora viver sem saudades de ti.
[Refrão]
Ó Jesus, não me deixes jamais caminhar solitário,
Pois conheces a minha fraqueza e o meu coração.
Vem ensina-me a viver a vida na tua presença,
No amor dos irmãos, na alegria, na paz, na união
ATUALIZADO NO DIA 6 DE ABRIL DE 2018
Eu fui ensaiar na casa de uma amiga para a missa e ao procurar por cantos em livros de músicas católicas vi que em um desses livros, o do "Deus Conosco", identificava os compositores de cada canção. Procurei por "Te Amarei, Senhor"(erroneamente intitulado como "Me Chamaste Para Caminhar") e finalmente descobri que o autor na verdade era ALFRED MERCIECA (no livro foi grafado com "Alfred Mercica")
Lançado no dia 6 novembro do ano passado, o documentário "Vem" da cantora Mallu Magalhães é sobre a turnê de seu mais recente álbum que leva o nome do curta-metragem de 18 minutos de duração. "Vem" já está disponível com canal oficial da cantora no YouTube em parceria com a Vevo.
O filme mostra os bastidores do show e os poemas inéditos da cantora, compositora e instrumentista paulistana. Sem falar na trilha sonora composta pela própria Mallu. Veja!
Adivinhe quem está de volta? Sim, a Irmã Cristina Scuccia, ou Suor Cristina Scuccia. A freira-cantora que venceu o The Voice Itália em 2014 divulga o seu mais novo single, "Felice", autoria de Andrea Bonomo e Gianluigi Fazio e produção de Elvezio Fortunato (Velvet Music, site italiano). O álbum homônimo será lançado pela Universal Music a partir do dia 23 de março. Ainda ontem, 9 de março, já foi lançado o videoclipe. Veja e fique feliz!
Rildo Hora e Patrícia Hora também participaram do projeto
Há um mês (10 de fevereiro), o Movimento Samba São Paulo lançou o clipe da música-tema do projeto. A música chama-se "Um novo dia" da autoria de Denílson Miller e conta com a participação de vários artistas do Movimento, entre eles o maestro Rildo Hora e Patrícia Hora.
Esta semana o SBT divulgou a primeira chamada de estreia da novela "As Aventuras de Poliana" que substituirá "Carinha de Anjo". Segundo os rumores, "As Aventuras de Poliana", da autoria de Iris Abravanel, deve estrear em maio. No elenco, estão a atriz-mirim Sophia Valverde (no papel de Poliana), Larissa Manoela, Myrian Rios (depois de 16 anos afastada da TV), Dalton Vigh e Milena Toscano. Chamada de estreia:
"Eu que escolhi tudo na minha vida, eu também quero escolher minha morte.
Há aqueles que querem morrer em um dia chuvoso e outros em pleno dia ensolarado
Há aqueles que querem morrer sozinhos na cama
Tranquilos em pelo sono
Eu quero morrer no palco
Em frente dos projetores
Sim, eu quero morrer no palco
O coração aberto a todas as cores
Morrer sem qualquer dor na última apresentação
Eu quero morrer em cena, cantando até o fim."
Tradução do trecho da música "Mourir Sur Scène" ("Morrer no Palco") (de Michel Jouveaux e Jeff Barnel, 1983) gravada por Dalida (clique aqui para ouvir a música no YouTube)
Eu sempre havia ouvido falar na cantora ítalo-egípcia Dalida (1933-1987), como também conheço poucas de suas músicas e sua vida trágica. Mas recentemente tomei conhecimento sobre a existência do filme "Dalida" (Pathé Films, 2016), uma cinebiografia sobre uma artista poliglota que tinha tudo para dar certo e eu confesso que chorei feito bebê ao assistir ao longa. Dona de uma voz grave suave, Dalida era uma mulher cheia de valores que tinha sua vida marcada por vitórias, decepções amorosas, depressão e distúrbios alimentares _o filme retrata tudo isso_ até suicidar-se em 3 de maio de 1987 aos 54 anos em Paris ingerindo uma overdose de barbitúricos. "Dalida" foi dirigido pela cineasta Lisa Azuelos com a colaboração de Orlando (Bruno Gigliotti), irmão de Dalida, e protagonizado pela atriz e modelo italiana Sveva Alviti que teve que aprender francês para o papel e foi escolhida para o filme entre 250 candidatas. O idioma materno de Dalida era o italiano, apesar de ter aprendido o árabe egípcio e também o francês enquanto crescia no Cairo. Ela aprimoraria o seu francês na fase adulta, após se estabelecer em Paris em 1954, tornando-se em seguida fluente em inglês e aprendendo também conversações básicas em alemão e espanhol, além de possuir certa facilidade em cumprimentar seus fãs do Japão utilizando japonês básico. No filme, os idiomas são principalmente italiano e francês , mas também há um pouco de inglês e árabe. "Dalida" entrou em cartaz no ano passado, 2017, nos cinemas europeus. No Brasil, foi exibido em outubro do mesmo ano em quatro sessões no Festival do Rio, no Rio de Janeiro, dentro da mostra Panorama do Cinema Mundial (Coluna de Bruno Astuto, site Revista Época).
Sveva Alviti no papel de Dalida
Orlando, irmão de Dalida, e Sveva Alviti
Seu nome é Yolanda
Dalida (1933-1987) na década de 1970
Dalida em 1961
Yolanda Christina Gigliotti, filha de pais italianos, nasceu em 17 de janeiro de 1933 em Shoubra, um distrito da cidade do Cairo, no Egito. Seu pai era violinista de ópera e desde menina passou a receber lições de música. A bela Yolanda foi eleita a Miss Egito em 1954 aos 21 anos, em seguida apareceu em alguns filmes no Egito creditada inicialmente apenas como Yolanda e depois como Dalila, uma alusão à personagem bíblica que seduziu e traiu o juiz Sansão, e mudou-se para a França, onde deu início a sua respeitável carreira musical. Apesar do seu talento e beleza, a carreira no cinema não foi satisfatória, então aceitou cantar em vários idiomas, inclusive italiano e francês, em cabarés, teatros e casas de shows. Se inscreveu para um programa de calouros para jovens cantores promovido por Bruno Coquatrix (1910-1979) no famoso teatro Olympia em Paris. A interpretação da cantora encantou Coquatrix que logo a apresentou ao Eddie Barclay (1921-2005), produtor musical e fundador da gravadora Barclay e Lucien Morisse (1929-1970), produtor artístico do popular Radio Europe 1 e da Barclay e o que seria o marido de Dalida. Barclay e Morisse desempenhariam papel fundamental na carreira da artista e aconselharam a cantora a adotar um novo nome artístico, Dalida, que para eles soaria melhor.
Em 1957 Dalida lançou seu primeiro álbum pela Barclay Records (hoje selo subsidiário da Universal Music), "Son Nom Est Dalida" (em português, "Seu Nome é Dalida") com o sucesso "Bambino" (música original de Giuseppe Fanciulli e Nicola "Nisa" Salerno e adaptação para o francês de Jacques Larue), versão da música napolitana "Guaglione". "Bambino" seria o grande sucesso da cantora, ficando 46 semanas nas paradas Top 10 da França, representando uma das maiores vendagens de discos na história francesa, e por suas vendas (que ultrapassaram as 300.000 cópias) Dalida recebeu seu primeiro disco de ouro. Em toda a sua carreira, Dalida vendeu mais de 170 milhões de cópias, ganhou 55 Discos de Ouro e foi a primeira cantora no mundo a receber um Disco de Diamante, em 1980. Gravou mais de 500 músicas em francês, 200 das quais foram traduzidas para o italiano e 200 para outras línguas. Se aderiu a vários gêneros musicais, como chanson, folk, pop árabe e até disco na década de 1970, uma fase que, na cinebiografia intensamente triste sobre a cantora, é retratado como um alívio dançante e empolgante. No auge de seus problemas sentimentais cantava músicas com letras profundamente melancólicos e liberais que soam pessoais, como a releitura de "Je Suis Malade" (de Serge Lama e Alice Dona, 1973), isto é, "eu estou doente", e "Il Venait d'avoir 18 Ans" (de Pascal Sevran, Serge Lebrail, pseudônimo de Simone Gaffie, e Pascal Auriat, 1974), ou seja, "ele havia acabado de fazer 18 anos", que alude a um romance secreto que Dalida, no auge da fama aos 34 anos, tinha com um estudante italiano que na verdade tinha 22 anos, isto depois que ela havia tentado se matar depois do suicídio de seu namorado, o cantor italiano Luigi Tenco (1938-1967). Pour Ne Pas Vivre Seul (Para não viver só)
Dalida teve em sua vida três homens suicidas, sendo que o único que suicidou-se durante o relacionamento foi o cantor Luigi Tenco, e se sentia cada vez mais sozinha e pesarosa por passar sua vida inteira dedicada a sua carreira e a homens que ela acreditava serem o ideal a cada relacionamento, além do fato de não ter podido exercer a maternidade. Lucien Morrise, o primeiro marido da cantora, suicidou-se em 1970 e Richard Chanfray, em 1983.
Dalida e seu produtor Lucien Morrise, casado e pai, iniciam um romance. Lucien prometeu a Dalida que iria se divorciar da esposa para ficar com ela, mas isso demorou vários anos e conseguiu. Os dois se casaram em 1961. Viciado em trabalho, Lucien não tinha tempo para a esposa e esta sentia-se abandonada e se apaixonou por um outro rapaz em uma festa. Dalida e Lucien se divorciaram amigavelmente em 1964. O novo namorado começou a chatear-se com a ausência de Dalida devido aos compromissos profissionais da cantora e os dois terminaram.
Dalida em seguida namorou o talentoso e perturbado cantor e compositor italiano Luigi Tenco (1938-1967). Os dois iriam defender no Festival de San Remo de 1967 a canção profeticamente intitulada "Ciao Amore Ciao" ("tchau, amor, tchau") a qual Luigi Tenco havia trabalhado por cinco anos no estilo musical daquele tempo. Mesmo sem entendê-la, muitos brasileiros e até eu mesma interpretamos a música como uma despedida de um casal, mas na verdade, fala de uma decisão dos italianos de deixarem o país em razão das guerras e da recessão econômica. Decepcionado com a rejeição do público ao "Ciao, Amore, Ciao" que foi desclassificada, Tenco saiu do evento sem ao menos comparecer ao jantar pós-apresentações dos artistas. Depois da festa, Dalida foi ao hotel onde o namorado chateado foi hospedado e o encontrou morto no chão de seu quarto. Luigi Tenco suicidou-se naquela noite com tiro na orelha como forma de protesto contra a decisão dos jurados e não porque estava cansado de viver. Abalada, Dalida entrou em depressão e, um mês depois, em Paris, tentou o suicídio ingerindo remédios no mesmo quarto de hotel onde ela e Tenco se hospedaram antes do Festival San Remo.
Em 1973, o novo parceiro de Dalida foi Richard Chanfray (1940-1983), um alquimista com problemas psicológicos que dizia ter poderes paranormais como ressuscitar animais mortos e transformar metal comum em ouro e alegava ter 17 mil anos de idade e ser a reencarnação do misterioso Conde de Saint Germain (1696-1784). No começo os dois viveram um romance tórrido, mas depois de um certo tempo, Richard se revelou um homem agressivo, machista e insuportável. As brigas se tornam frequentes e Dalida tenta se separar dele, mas mudava de ideia sempre que ele fazia cenas de arrependimento e sentimentalismo tão intensas a ponto de ela ter compaixão e lhe conceder novas chances. Isso até 1981, quando Dalida finalmente decidiu romper o relacionamento.
Je suis Malade (Eu Estou Doente)
Durante 31 anos de sucesso, Dalida tinha um incrível dom de transmitir alegria, carisma e otimismo, mas por dentro estava ferida profunda e sentimentalmente. Ela tinha de depressão e sofria de bulimia. Na infância, aos 3 anos, contraiu uma infecção nos olhos que a cegou por pouco tempo e a deixou estrábica. Era vítima de bullying de suas colegas de escola por usar óculos devido ao problema na visão e perdeu seu pai aos 12. Ela mesma revelou que aos 16 anos decidiu descartar seus óculos, se convencer de que era bonita e se vingou ao ser eleita a Miss Egito aos 21, sua primeira grande volta por cima. Após anos de buscas através da leitura sobre filosofia e psicologia e da religião e misticismo a fim de preencher o vazio que a jogara em profunda solidão em virtude de abandonos afetivos e juras não cumpridas, Dalida suicidou-se aos 54 anos de idade no dia 3 de maio de 1987
Antes de morrer, havia deixado uma carta a seu irmão Orlando e outra ao seu companheiro François Naudy, além de uma nota de suicídio ao seus fãs com a frase: "me perdoem, a vida se tornou insuportável para mim".
"Dalida" (trailer de Portugal legendado em português)
Músicas executadas no trailer interpretadas por Dalida (em ordem de execução):
"Besame Mucho"("Embrasse-Moi")
Música de Consuelo Velasquez
Adaptação para o francês de Pascal Sevran e Serge Lebrail
(P) 1976 Orlando International Shows / Universal Music Group
"Je Suis Malade"
Escrita por Serge Lama e Alice Dona
(P) 1973 Orlando International Shows / Universal Music Group