"O que é de verdade ninguém mais hoje liga: isso é coisa da antiga" - Ney Lopes e Wilson Moreira

Elsa (Frozen) ♥

domingo, 17 de setembro de 2023

O segredo do sucesso do grupo ABBA (programa Camarote 21 - DW Brasil)

 


Por que todo mundo ama o ABBA? o programa Camarote 21 responde.


Qual é o segredo do sucesso deste quarteto fantástico sueco? A música? Um bom marketing? O figurino? Além de despertar lembranças da infância e adolescência de muita gente, a cada geração o ABBA ganha novas legiões de fãs, mas saiba que a banda nem sempre foi amada como é hoje. O programa Camarote 21 do canal pago Deutsche Welle Brasil (DW Brasil), filial brasileira da rede pública de televisão alemã, foi ao encontro de músicos, compositores e especialistas para saber qual é a fórmula mágica para que as músicas do ABBA permaneçam vivas no imaginário popular por tanto tempo.

Mamma mia, here i go!

A primeira vez que eu ouvi falar no ABBA foi aos 6 anos de idade, em 1988, quando meus pais compraram um LP de compilação de grandes sucessos do grupo sueco _o "álbum azul"_ lançado na época pela Som Livre, e confesso que eu já achava contagiante, não me pergunte a razão (risos). Mais tarde, em 2004, é que eu ganhei de aniversário o DVD "ABBA - The Definitive Collection" (Polar Music / Universal Music, 2002) que reúne 35 videoclipes de sucessos de entre os anos de 1974 e 1982.


You can dance, you can jive

E tem mais. As músicas do grupo sueco nos dias de hoje viraram até temas para as famosas dancinhas do TikTok , como mostra o programa. Assista-lhe!


"O Deus que Destrói Sonhos" - livro de Rodrigo Bibo


 

"A verdade é que eu cansei. Eu cansei de tratarem Deus como psicólogo que tá toda hora ali pronto pra ouvir as minhas lamúrias, as minhas ziquiziras e os meus problemas. Eu cansei de tratarem Deus como garçom que toda hora me serve e cumpre os meus desejos. É só eu pedir em oração que ele tá pronto com a bandeja da bênção. Eu cansei de tratarem Deus como coach que me dá várias dicas de como alcançar o meu potencial, de como eu ser a melhor versão de mim mesmo. Eu cansei de instrumentalizarem o Evangelho para que a minha vida tenha o melhor desempenho aqui neste mundo, para os propósitos deste mundo, para a minha glória e para os desejos do meu coração. A verdade é que eu cansei e por isso eu precisei escrever sobre um Deus que destrói os meus sonhos, sobre um Deus que derruba o meu sorvete, sobre um Deus que me chama pra realidade e pra crueza que é o seu chamado e a vida nele. Então o Deus que destrói sonhos está aí entre nós.".


É com essa mensagem que o teólogo Rodrigo Bibo de Aquino começa o vídeo abaixo, no final da postagem (o vídeo tem 30 minutos, mas vale a pena assistir-lhe), ao lançar seu livro com um título bem assustador que parece obra de alta fantasia, mas que faz sentido se a gente abrir a mente: "O Deus que Destrói Sonhos" (Editora Thomas Nelson Brasil, 2021). Aqui ele desmistifica o Deus papai-noel que dá tudo o que o nosso coração quer em troca de boas ações ("Se for o bom menino durante o ano vai ganhar presentes no Natal". Risos) e o Deus gênio da lâmpada que realiza os nossos desejos, entre os outros tipos de Deus pregados por alguns pastores e cantores gospel, ambos da religião do autor, deixando o nosso Deus com a crise de identidade. Tanto que Rodrigo Bibo batiza essas pregações com nomes bem irônicos: a "teologia good vibes" que é a teologia que só transmite bons pensamentos e boas sensações e a "teologia da Xuxa" baseada no filme "Lua de Cristal" (Xuxa Produções / Ponto Filmes / Art Films, 1990)  que ele curtia na sua infância cujo final a protagonista vivida pela Xuxa canta a música homônima (escrita e produzida por Michael Sullivan e Paulo Massadas) com uma parte em que ela dizia: "tudo que eu quiser o cara lá de cima vai me dar". Ou seja, a "teologia da Xuxa" é quando a gente acha que se tiver fé, boas intenções, acreditar muito e não fizer mal a ninguém, posso receber muitas bênçãos de Deus. "Sonhar é permitido, almejar lugares mais altos é possível, eu posso ser o que eu quiser". Essa frase é o slogan da Barbie que o teólogo citou no livro, na página 33 (aproveitando a febre do filme da boneca. Risos). Me lembrei daquela música da Janis Joplin (1943-1970), "Mercedes Benz" (de Janis Joplin, Bob Neuwirth, Michael McClure, 1970), em que ela fala de alguém na primeira pessoa que pede a Deus para que lhe desse um automóvel da Mercedes-Benz, uma TV em cores e uma noitada na cidade, e o conceito dela era criticar o consumismo, uma das características do famigerado American Way of Life. "Trabalhei duro a minha vida toda sem ajuda de meus amigos / então, oh, Deus, você poderia me comprar uma Mercedes-Benz?", dizia um de seus versos. 

Falando em Janis, eu me diverti um monte com a primeira página da introdução do livro em que há um desenho de um rosto de Jesus Cristo hippie com óculos escuros de lentes redondas e, na cabeça, uma coroa de flores no lugar de coroa de espinhos, uma referência à visão muito errônea de muita gente sobre o Nosso Senhor limitada ao cara legal que só fala de paz e amor. Como diria o teólogo e pastor presbiteriano americano Tim Keller (1950-2023): "Jesus não foi apenas um cara legal que fez o bem no mundo. Você não crucifica caras legais. Você crucifica ameaças".

Você acredita no Deus que "destrói sonhos e derruba o sorvete" como o autor diz? No Deus que nos elimina de qualquer concurso ou competição e diz não para os nossos desejos do coração? "Dizer não é dizer sim, saber o que é bom pra mim"*, como diria aquela música do grupo Kid Abelha. Só o nosso Deus sabe o que é melhor para nós e ele só quer chamar a nossa atenção para o caminho certo. Nós é que às vezes somos como filhos mimados com Deus e fizemos birra quando algo não sai como queremos e pedimos a ele. Nós é que pedimos errado e somos religiosos sanguessugas cujas nossas orações são só na base do "me dá, me dá, me dá". "A gente não pode ter tudo. Qual seria a graça do mundo se fosse assim?"**

Nesse livro, Rodrigo Bibo também explica qual é o real significado da Marcha Para Jesus, como é ser apaixonado por Jesus de forma verdadeira _nada ver com aquele sentimento romantizado, da mesma forma que você suspira por aquele(a) crush ou por aquela celebridade, pois "Jesus não busca fãs ou pessoas entusiasmadas com suas palavras, ele busca pessoas obedientes à sua missão" (página 72)_ , por que a oração do Pai Nosso é a oração que destrói sonhos _dá pra entender pelo verso "seja feita a VOSSA vontade assim na terra como no céu"_ e compara brilhantemente Deus ao leão do livro "As Crônicas de Nárnia - O Leão, A Feiticeira e o Guarda-Roupa" ("The Chronicles of Narnia: The Lion, the Witch and the Wardrobe", 1950, que inspirou o filme da Disney de 2005), para conscientizar que Deus, assim como o leão da obra de C.S. Lewis (1898-1963), é um ser que não deve ser domesticado. 

Eu adorei o livro, confesso que sublinhei com lápis alguns parágrafos mais marcantes e importantes (sei que não é pra rabiscar o livro, mas é por uma boa causa). Um livro para se ler repetidas vezes para transformar seu ego. Eu até agora li duas vezes. Infelizmente não há em nenhuma loja física, mas está à venda na Amazon e no Mercado Livre.



O Deus Que Derruba O Nosso Sorvete

No ano seguinte, em 2022, Rodrigo Bibo lançou uma versão fábula para o público infantil de "O Deus que Destrói Sonhos" que foi o livro "Quando O Meu Sorvete Cai" que conta a história de uma garotinha que tem uma vida limitada de muita sorte, só tirava notas altas na escola, só acontecia coisas de acordo com seus desejos e é talentosa demais, porém essa vida perfeita é interrompida no dia em que ela não foi escalada como protagonista de um musical da escola, que faz com que ela questionasse se Deus não a ama suficientemente e por que alguns de seus sonhos são frustrados uma vez que sempre faz tudo certo. E é aí que o tio (Rodrigo) Bibo, pai de sua melhor amiga, Milena, lhe ensina uma valiosa lição sobre humildade, misericórdia e o amor de Deus. (Amazon)

*"Dizer Não É Dizer Sim", de Paula Toller e George Israel, 1989

**"Trem Bala", de Ana Vilela, 2017

O teólogo Rodrigo Bibo 


Uma das minhas partes preferidas do livro


Trecho das páginas 39 e 40: "Geralmente, somos convidados a ser como Moisés, Davi, Paulo ou outra grande personagem da Bíblia.

Temos que mirar alto. Ninguém quer ser o Zé da esquina. Mas, se Deus nos chamar para ser o Zé da esquina, isso é sinal de fracasso? Você lembra o nome da pessoa que fez a comida no último retiro do qual você participou? Pois é, ela foi tão importante quanto quem deu as palestras ou organizou o evento. Será que o ministério de Paulo teria o mesmo sucesso sem as pessoas citadas em Romanos 16? Você provavelmente deve estar tentando lembrar quem é citado lá, não é verdade?

(Pare aqui e leia Romanos 16.)

Percebe o problema desses discursos motivacionais travestidos de pregação? Eles querem nos fazer buscar a glória dos homens, buscar sermos reconhecidos por aqueles que nos cercam. Quem nunca ouviu o jargão 'Deus vai te tirar do anonimatoooo'. Aí, eu pergunto: Qual o problema do anonimato? Aqueles irmãos e irmãs relacionados por Paulo em Romanos 16 (que você, aliás, leu) eram menos importantes que o apóstolo na obra de Deus? O que dizer dos heróis da fé de Hebreus 11 que nem tiveram seus nomes citados? Precisamos dissipar essa confusão no meio cristão. O alerta de (teólogo americano) Dave Harvey é sério: 'Em nossa superestimada perseguição de glória própria, colocamo-nos no caminho da ira de Deus'.
Por isso, estou cada vez mais convencido de que precisamos declarar a falência dos nossos sonhos, planos e projetos permeados pela cultura do self (meu eu).".

É isso mesmo. Dizer que anonimato é sinal de fracasso é uma infelicidade sem tamanho, além de ser um argumento impensável. Você, por exemplo, sabe o nome do produtor musical que fez o arranjo da sua música preferida? Pode citar pelo menos o nome de um dos músicos participantes dela? Você que era adolescente nos anos 1990 sabe quem era a cantora fantasma que cantava aquela dance music que você tanto curtia que, em alguns casos, a dona da voz estava bem escondida por trás de uma modelo que a dublava em apresentações de programas de TV, shows e videoclipes sem que a gente soubesse que se tratava de uma farsa? E olha que havia mentiras desse tipo na indústria musical a partir da metade do século 20, hein? (Inclusive eu fiz uma postagem sobre as farsas da dance music aqui no meu blog. Clique aqui) Isso é pra mostrar que as pessoas dos bastidores da música são bem mais importantes do que você imagina e tão importantes quanto o próprio cantor. E eu não falo isso como uma obcecada pela ficha técnica em contracapas e encartes de LP's, CD's e DVD's, e sim porque é justo. O que seria da música e do cantor sem os instrumentistas, produtores, pessoal da mixagem, etc. , não é verdade? Uma salva de palmas também para essa equipe!



"Na teologia good vibes você sempre é a vítima! A teologia bíblica vai dizer que você é um invejoso. É você que está puxando o tapete. É você que está conspirando contra o amiguinho e a amiguinha de trabalho. Entende? Na teologia bíblica você o problema. Na teologia coach os outros são. Na teologia coach tá todo mundo querendo passar a perna em você. Ninguém acredita nos seus sonhos. É sempre alguém que não sei o quê... Você sempre é a vítima e há uma conspiração do universo contra você."   

Rodrigo Bibo
https://www.instagram.com/reel/CwP2Dy8NEOt/




SINOPSE 

O Deus cristão não pode ser domesticado.

Uma tentação constante que cerca a vida cristã é a inversão do chamado: a presunção de que Deus precisa abençoar nosso caminho e seguir nossos planos e sonhos. Essa postura é enganosa e faz parecer que Deus só é fiel quando nos abençoa. Mas e se Deus derrubar o nosso sorvete, ele deixa de ser fiel? Claro que não! Ele continua sendo um Pai sábio e um Deus misericordioso mesmo em meio às nossas frustrações. Às vezes, ele só quer chamar nossa atenção para o caminho certo. Você já deve ter testemunhado gente adulta se comportando como criança por não ter a vida que pediu a Deus. É porque pediu errado!
Neste livro, Rodrigo Bibo, do podcast Bibotalk, apresenta o caminho do discipulado, o meio para “sonhar” o que Deus já planejou. Aprenda a enxergar e seguir a vontade soberana de Deus expressa em Sua Palavra, tendo uma vida de serviço dedicada a Cristo. (Amazon)

 

domingo, 3 de setembro de 2023

Naquela Mesa

                                                      

Análise cristã de "Naquela Mesa" (1972), um clássico do choro gravado por Elizeth Cardoso (1920-1990) e Nelson Gonçalves (1919-1998). Consta que a música da autoria do jornalista e compositor Sérgio Bittencourt (1941-1979) em memória de seu pai Jacob do Bandolim (1918-1969 / foto acima) foi escrita em um guardanapo, no dia do falecimento do instrumentista, em 13 de agosto de 1969 (Saber Cultural).

O jornalista e compositor Sérgio Bittencourt


NAQUELA MESA 
por Frei Gustavo W. Medella, OFM

Este é o título da canção composta por Sérgio Bittencourt em homenagem póstuma a seu pai, Jacob do Bandolim . Versa sobre o lugar vazio à mesa deixado pelo pai após a sua partida. O posto vazio, para o autor, não se resume a uma cadeira sem ninguém, mas evoca saudade, afeto e carinho. E sinal da memória daquele que partiu e que deixou no coração do filho um tesouro de valiosas lembranças. Cadeira e mesa vazias são sacramento de uma presença real e significativa para a vida do autor da canção. Para o cristão católico, a Eucaristia é presença viva de Jesus que se faz pão e se reparte para todos os que em torno dele se reúnem: presença viva e real sobre a mesa do altar.

Frei Gustavo W. Medella, OFM gmedella@franciscanos.org.br

Verso da página do dia 15 de agosto de 2023 da Folhinha do Sagrado Coração de Jesus, Editora Vozes


NAQUELA MESA
de Sérgio Bittencourt, 1972

Naquela mesa ele sentava sempre
E me dizia sempre o que é viver melhor
Naquela mesa ele contava histórias
Que hoje na memória eu guardo e sei de cor
Naquela mesa ele juntava gente
E contava contente o que fez de manhã
E nos seus olhos era tanto brilho
Que mais que seu filho
Eu fiquei seu fã

Eu não sabia que doía tanto
Uma mesa num canto, uma casa e um jardim
Se eu soubesse o quanto dói a vida
Essa dor tão doída não doía assim
Agora resta uma mesa na sala
E hoje ninguém mais fala do seu bandolim
Naquela mesa 'tá faltando ele
E a saudade dele 'tá doendo em mim
Naquela mesa 'tá faltando ele
E a saudade dele tá doendo em mim

"Power of Five" - Spice Girls

                                       

A girl group mais colorida do Reino Unido é Spice Girls, claro!

"Power of Five" foi uma música promocional feita pelas Spice Girls e lançada no dia 30 de março de 1997 para o lançamento do Channel 5, a quinta emissora britânica gratuita de TV. É uma adaptação da música "5-4-3-2-1" (de Paul Jones, Mike Hugg e Manfred Mann, 1964) da banda Manfred Mann que leva o nome do tecladista e vocalista. O jingle gravado pelas das Spice Girls nunca foi lançado como single oficial.

Festa de Lançamento do "Clube do Samba" (Fantástico, 1979)

"Meninos da Mangueira" - Ataulpho Jr. e Diogo Nogueira no programa "Samba da Gamboa" na TV Brasil