Deixa o vinil rodar
Deixa a música se reproduzir
Cuidado com a agulha!
Não deixa o trecho se repetir...
Cuide bem do toca-discos
No futuro, a saudade baterá
Pois toca-discos hoje em dia
Em lojas não vai mais encontrar
Madrinha minha,
Você não sabe o que perdeu
Ou então, na verdade,
Quem não soube fui eu
Tô com uma pilha de vinis
Que você não quis mais usar
Dá pra ver que você tinha
Um bom gosto,com eles vou ficar
Eu nem imaginei em nsacer
Pela data da maioria dos LP's
Hoje se encontram pela internet
Ilegalmente gratuitos em MP3
Alguns acham ridículo
Minha mãe acha brega, e daí?
Vou é ouvir músicas
Da época em que eu nem nasci
Quantas capas envelhecidads
Quantas etiquetas antigas
Quanta gente boa em grandes gravadoras
E quantas destas foram extintas!
Som Livre e sua velha espiral verde
Dá tonteira só de vê-la girar
Quantas sopas de letras:
CBS, EMI, RCA, WEA!
A Phonogram tinha orquestra de cordas
Passou por PloyGram, agora, Universal
Hoje só tecladarias
Arranjo superficial
Jã que você me deu os LP's
Deixa que eu traço!
Pra que a agulha do meu aparelho
Contorne seus traços
Com exceção da censura
Quanta falta aquele Brasil faz!
Brasil da música de verdade
Que não volta mais.
Portanto, madrinha, obrigada
Pelos LP's que recebi
Agora mesmo estou ouvindo
"Refestança" de Gil e Rita Lee.
Jeane Martins
Publicado no Recanto das Letras em 08/04/2010
Código do texto: T2185495
http://recantodasletras.uol.com.br/poesias/2185495
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