Ela foi apontada por muitos de seus fãs como "Nelson Gonçalves de saias" por ter regravado muitos dos sucessos do "rei do rádio" como "Argumento" (de Adelino Moreira), "A Volta do Boêmio" (também de Adelino Moreira) e "Fica Comigo Esta Noite" (De Nelson Gonçalves e Adelino Moreira). Em diversas entrevistas, a cantora Alcione já declarou tê-la como sua maior influência musical. Eu só passei a conhecer e me encantar com as obras dela tardiamente no ano passado quando eu recebi de uma amiga da mamãe um CD de seus grandes sucessos da "Coleção XXI - 21 Grandes Sucessos" da Sony Music. Núbia Lafayette, nome artístico de Idenilde Araújo Alves da Costa, hoje (21 de janeiro) faria 80 anos de idade. Como também este ano fará 10 anos de seu falecimento no dia 18 de junho. Uma das maiores cantoras românticas do Brasil, Núbia ficou conhecida pelo seu estilo de interpretação, pela voz sempre afinada e bela e pelo repertório com músicas românticas de fossa.
Idenilde nasceu em Assu, no interior do estado do Rio Grande do Norte, onde residiu até os três anos, idade quando a família se mudou para o Rio de Janeiro. Desde tenra idade demonstrou talento para a música apresentando-se em programas infantis desde os 8 anos de idade.
A carreira de Idenilde teve início no final da década de 1950, com o nome artístico de Nilde Araújo. Nessa época trabalhava como vendedora nas Lojas Pernambucanas do Rio de Janeiro quando resolveu participar no programa de calouros "A voz de ouro", da TV Tupi, interpretando canções da época. Foi crooner da boate Cave do Rio e estreou cantando Dalva de Oliveira.
O nome artístico definitivo de Núbia Lafayette foi adaptado em 1960 por sugestão do compositor Adelino Moreira, famoso pelas suas composições gravadas por Nelson Gonçalves (1920-1998). Este também teve grande importância na carreira de Núbia Lafayette: apresentou-a à gravadora RCA (hoje Sony Music), foi sua fonte de inspiração musical masculina e um grande professor, ensinando-a como se comportar no palco. Foi nesse ano que gravou o seu primeiro disco com o samba-canção "Devolvi", de Adelino Moreira. Este trabalho projetou-a definitivamente como cantora romântica e popular. A partir daí, a cantora gravava mais sambas-canções de Adelino. Até que, em meados dos anos 1960, sua carreira deu uma recaída devido a uma certa tendência musical que contagiou o Brasil: a Jovem Guarda. Durante esse período, fez algumas gravações mais esporádicas como os compactos simples "Núbia Lafayette com orquestra Chantecler", em 1966 e "Núbia Lafayette", no ano seguinte, além do LP "Nem eu, nem tu, ninguém" lançado pela Philips em 1970. Em 1971, lançou o LP "A voz quente de Núbia Lafayette", pela RCA Camden interpretando 14 composições de Adelino Moreira. Em 1972, gravou pelo selo Entré da CBS (hoje Sony Music) o LP "Casa e comida", cuja música título, um bolero de Rossini Pinto, fez muito sucesso e deu novo impulso à sua carreira, além de "Jamais estive tão segura de mim mesma", de Rauzito, nome artístico usado no começo da carreira por Raul Seixas (1945-1989). Núbia continuou a participar em programas especiais e apresentações esporádicas até ao fim da sua vida. Morava em Maricá, no litoral do Rio de Janeiro.
Capa do LP "Casa e Comida" (Entré/CBS/ Sony Music) de 1972.
Núbia sofreu um AVC hemorrágico no dia 10 de março de 2007, tendo ficado internada 10 dias. No dia 25 de maio do mesmo ano voltou a ser internada no Hospital de Clínicas Niterói devido a complicações. Faleceu aos 70 anos de idade. Uma das últimas apresentações de Núbia Lafayette na mídia nacional foi no extinto programa "Rei Majestade" do SBT apresentado por Silvio Santos em 2006. No dia 29 de novembro de 2008 foi inaugurado o Espaço Cultural Núbia Lafayette no Rotary Club Maricá, um espaço para shows idealizado por Chico Anysio (1931-2012) em homenagem à cantora potiguar que tinha um grande amor pela cidade de Maricá (RJ).
Fontes:
Wikipédia
O Nordeste
Cantoras do Brasil
Noticiário RJ online
A lista é extensa, mas vou colocar aqui algumas das minhas preferidas da Núbia Lafayette
"Lama" (1974) (música de Aylce Chaves e Paulo Marques)
"Amargura" (1971) (de Othon Russo e Niquinho)
"Mata-me Depressa" (de Rossini Pinto) Não estou certa do ano de produção, mas foi gravada originalmente pela Wanderléa para o disco "Maravilhosa" de 1972. Em 2014, esta releitura da Núbia Lafayette foi resgatada pela extinta série "Pé na Cova" da TV Globo.
"Casa e Comida" (1972) ( de Rossini Pinto)
"Devolvi" (1961) (de Adelino Moreira)
"A Saudade Mata a Gente" (1975) (de João de Barro "Braguinha" e Antônio Almeida)
"Fracasso" (1974) (de Mário Lago)
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