Meu nome é Jeane Martins, a Jê (com jota!).Sou de Itajaí,Santa Catarina (e apaixonada pela Portela, a rainha do carnaval do Rio de Janeiro) :D
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"O que é de verdade ninguém mais hoje liga: isso é coisa da antiga" - Ney Lopes e Wilson Moreira
sábado, 8 de dezembro de 2018
Sabe aquela música do encontro dos irmãos gêmeos em "Baila Comigo"?
Sabe aquela música instrumental lindíssima que serviu de fundo para a clássica cena do tão esperado primeiro encontro dos irmão gêmeos Quinzinho e João Vítor, vividos por Tony Ramos na novela "Baila Comigo" (Rede Globo, 1981) que está sendo reprisada no Canal Viva? Essa música muito conhecida pelo arranjo celestial e solo de sintetizador imitando a voz suave de uma soprano também já foi usada bastante em "chororôs" televisivos, programas religiosos, pregações evangélicas e chamadas da Missa do Galo exibida na Rede Globo toda a véspera de Natal, ainda na época do Papa João Paulo II (Karol Józef Wojtyła, 1920-2005). Ela foi lançada em 1980 e se chama "Magie D'Amour" (em português, "magia do amor"). O músico que a compôs e executou é um francês chamado Jean-Pierre Posit.
Só que não. Por trás desse nome francês está o tecladista, produtor e compositor italiano Claudio Gizzi. Em outras palavras, "Jean-Pierre Posit" não existe e nunca existiu.
Claudio fazia músicas instrumentais para trilha sonora dos filmes "Sangue para Drácula" ("Blood For Dracula", 1974) e a comédia "Que?" ("Che", 1972) de Roman Polanski. Posteriormente ele havia desistido de compor trilhas sonoras para filmes, já que desde a Segunda Guerra Mundial, segundo o próprio músico, o chamado "cinema de estilo" na Itália havia estado em uma fase não muito boa e a sétima arte italiana passou a produzir apenas longas comediantes ou dramáticos, sem falar também em trabalhos de Frederico Fellini (1920-1993).
O jeito foi o Claudio se adaptar a músicas comerciais que serviriam de trilha sonora para tudo, inclusive para programas de TV. E mudar também a sua identidade, usando o pseudônimo afrancesado de Jean-Pierre Posit. E foi com essa repaginada toda com a qual ele gravou cinco discos entre 1975 e 1990. Sem falar que em 1978 ele foi um dos integrantes do Automat, o grupo fantasma italiano de música instrumental com arranjos bem futuristas. O grupo durou apenas um ano para a produção de um álbum do mesmo nome, que tinha o propósito de promover o sintetizador MCS70. Dentre as músicas mais conhecidas do Automat está "Droid" (de Romano Musumarra e Claudio Gizzi, 1978) que no Brasil foi escolhida como o tema do programa "Jornal Eletrônico" da Rede Globo na década de 1970.
Voltando ao assunto, a canção "Magie D'Amour" do álbum homônimo (EMI-Odeon/ Universal Music, 1980) como eu disse no começo da postagem, teve uma grande aceitação aqui no Brasil, serviu para a cena clássica do encontro dos gêmeos protagonistas da novela "Baila Comigo" e ganhou até a regravação do guitarrista Robertinho do Recife (clique aqui). Outra música desse mesmo disco de Jean-Pierre Posit, ou melhor, Claudio Gizzi, que também foi executada na novela de Manoel Carlos foi a linda e tristonha "Elegie" (de "Jean-Pierre Posit", 1980) nas cenas mais dramáticas. "Magie D'Amour" e "Elegie" não foram incluídas em nenhum LP da trilha sonora de "Baila Comigo".
Claudio Gizzi, o músico por trás do enigmático "Jean-Pierre Posit"
Vídeo-áudio: "Magie D'Amour"
Arranjo, regência e execução de "Jean-Pierre Posit" (Claudio Gizzi)
Editora SIAE, Società Italiana degli Autori ed Editori (Itália)/ Ed. Itaipu (Brasil)
(P) 1980 EMI-Odeon, Electric and Musical Industries Ltd. (hoje Universal Music Group)
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Estou faz semanas querendo saber qual é a música triste dos momentos dramáticos e descobri agora no teu blog: Elegie, do Jean-Pierre Posit! Obrigado pelo post!
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