Dan Pinto (O'Shea Jackson Jr.), fã de Batman, para a protagonista Ingrid (Aubrey Plaza), em alusão aos inimigos do Homem-Morcego.
Há semanas eu me deparei com o tal filme chamado "Ingrid Vai Para o Oeste" ("Ingrid Goes West", Star Thrower Entertainment, 141 Entertainment e Mighty Engine, 2017). Ao ver os primeiros minutos do filme, assim de repente, eu pensei "que mocinha mais patética, que doida! Como assim?". Não houve jeito, me senti presa ao trabalho do diretor Matt Spicer, assisti-lhe até o fim e foi bem interessante. Gostei, mesmo, embora eu não entendi por que o filme é classificado como comédia, parece mais um drama ultra-insano sobre dependência digital, compulsão por vida de aparências, inveja (também, por que não?) e obsessão por "famosos". Por outro lado, é uma lição para todos nós que temos o hábito de nos esforçar para manter uma vida "feliz" nas redes sociais (só) para ganhar aprovações (visualizações, comentários, "curtidas" e seguidores), nos frustramos por não termos as mesmas condições privilegiadas de quem seguimos e idealizamos as web-celebridades, sem ao menos saber por que as admiramos. Enfim, olhar para nós mesmos e repensar a nossa vida e a nossa identidade. "Ingrid Vai Para O Oeste" é daqueles que, na minha opinião, dá para ver na companhia de pipoca ou um pacote de Dorito's, da mesma forma que a protagonista acompanha a vida da influencer pelo smartphone comendo batatas fritas (já repararam no jeito que ela come batatas com cara de dor-de-cotovelo em uma das cenas? Risos).
Há semanas eu me deparei com o tal filme chamado "Ingrid Vai Para o Oeste" ("Ingrid Goes West", Star Thrower Entertainment, 141 Entertainment e Mighty Engine, 2017). Ao ver os primeiros minutos do filme, assim de repente, eu pensei "que mocinha mais patética, que doida! Como assim?". Não houve jeito, me senti presa ao trabalho do diretor Matt Spicer, assisti-lhe até o fim e foi bem interessante. Gostei, mesmo, embora eu não entendi por que o filme é classificado como comédia, parece mais um drama ultra-insano sobre dependência digital, compulsão por vida de aparências, inveja (também, por que não?) e obsessão por "famosos". Por outro lado, é uma lição para todos nós que temos o hábito de nos esforçar para manter uma vida "feliz" nas redes sociais (só) para ganhar aprovações (visualizações, comentários, "curtidas" e seguidores), nos frustramos por não termos as mesmas condições privilegiadas de quem seguimos e idealizamos as web-celebridades, sem ao menos saber por que as admiramos. Enfim, olhar para nós mesmos e repensar a nossa vida e a nossa identidade. "Ingrid Vai Para O Oeste" é daqueles que, na minha opinião, dá para ver na companhia de pipoca ou um pacote de Dorito's, da mesma forma que a protagonista acompanha a vida da influencer pelo smartphone comendo batatas fritas (já repararam no jeito que ela come batatas com cara de dor-de-cotovelo em uma das cenas? Risos).
O filme conta a história de Ingrid Thorburn (Aubrey Plaza / dublada por Luisa Palomanes), uma moça mentalmente instável com problemas de apego, obcecada pelas mídias sociais. Um dia, ela descobre no Instagram que uma amiga virtual não-correspondida sua não a convidou para seu casamento, e decide ir à festa para disparar spray de pimenta em seu rosto como vingança. O episódio resulta em uma breve estadia num hospital psiquiátrico.
Após sua alta, Ingrid descobre uma influenciadora digital de Los Angeles chamada Taylor Sloane (Elizabeth Olsen / dublada por Mariana Torres)
numa revista. Ludibriada por sua vida aparentemente perfeita, Ingrid comenta uma de suas fotos e recebe uma breve resposta de Taylor. "Aparentemente", porque Taylor é do tipo que cheira cocaína antes de ir à casa noturna para dar mais "realce" ao seu estado de espírito "baladeiro", é casada com Ezra (Wyatt Russell / dublado por Clécio Souto) um artista plástico fracassado e alcoólatra que se vê obrigado a aturar os interesses da esposa e tem um irmão bonitão que viaja pra França e é um drogado que supostamente está em processo de recuperação (ou não).
"Me mata, não!. Essa internet virou arma na sua mão"
Trecho da música "Tijolão" (de Larissa Ferreira, Diego Silveira e Rafael Borges, 2019) gravada por Jorge & Mateus
Após receber 60 mil dólares de herança de sua mãe, Ingrid decide se mudar para Los Angeles e tenta criar uma amizade com Taylor. Ao chegar, ela aluga uma casa em Venice Beach de Dan Pinto (O'Shea Jackson Jr. / dublado por Renan Freitas), um aspirante a roteirista e fã de Batman.
Na cidade californiana, Ingrid passa a frequentar os mesmos locais de Taylor, ler os mesmos livros, comprar os mesmos acessórios e adotar o mesmo penteado que a Taylor.
Numa livraria, ela se encontra com sua ídolo e a segue até sua casa, onde ela sequestra seu cãozinho Rothko para depois devolvê-lo fingindo que o encontrou na rua. A partir daí começa a amizade de ambas. Porém, com o tempo, esse comportamento de Ingrid de fã se torna aos poucos perigoso, desequilibrado e preocupante. De seguidora ela passa a ser perseguidora. Ou stalker, termo traduzido literalmente para o inglês que atualmente serve como jargão internético para quem obsessivamente encalça alguém nas redes sociais. Tanto que, ao pegar o celular de Ingrid e descobrir através de arquivos no aparelho o que ela estaria fazendo, Nick Sloane (Billy Magnussen / dublado por Philippe Maia), o irmão sarcástico de Taylor, chegou a compará-la à vilã do filme "Mulher Solteira Procura" ("Single White Female", Columbia Pictures, 1992).
Sem falar que houve uma hora que eu fiquei enjoada de ver tamanha insanidade tanto da protagonista pseudo nova rica, quanto da digital influencer com sua falsa felicidade. Contudo, no fundo, Ingrid e Taylor são do tipo que devem ser vistas com compaixão por se infiltrarem no universo do "ter para ser" e "fingir para atrair". Com certeza o conteúdo ultra-insano do filme tem como propósito nos orientar para que não sejamos uma Taylor ou uma Ingrid. Hashtag: fica a dica (#ficaadica). Vale a pena ver.
Ingrid vai para o oeste e "faz cara de rica".
Taylor (Elizabeth Olsen) e Ingrid (Aubrey Plaza): diga "xis!". Ou melhor, "feed!"
CURIOSIDADES
*A filmagem principal começou em 11 de julho de 2016 em Los Angeles e encerrada em 12 de agosto de 2016 em Joshua Tree, Califórnia.
*Ganhou o Prêmio Waldo Salt de melhor roteiro no Festival Sundance de Cinema e Prêmio Independent Spirit (premiação de filmes independentes) de melhor primeiro filme.
*Em Portugal, o filme ganhou o título de "#Vidas (Im)Perfeitas"
*Um ponto focal do filme é uma música que tocava muito durante a minha adolescência: "All My Life" (de JoJo Hailey e Rory Bennett, 1997), de K-Ci & JoJo, que no Brasil ficou conhecida por se integrar na ótima trilha sonora internacional da novela "Torre de Babel" (1998) da Rede Globo. Inicialmente, essa música era para ser "Kiss from a Rose" (1994) de Seal (outra da minha adolescência), o que teria vinculado a obsessão do personagem Dan pelo Batman, como é da trilha sonora de "Batman Eternamente" ("Batman Forever", Warner Bros. Pictures, 1995), mas o preço pedido pela música era maior do que a produção poderia proporcionar. A irmã de Matt Spicer (diretor e co-roteirista) recomendou "All My Life" como um substituto para a cena em que Ingrid e Taylor voltam embriagadas de carro para casa depois de uma noitada juntas.
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