PACIÊNCIA
"Enquanto todo mundo espera a cura do mal e a loucura finge que isso tudo é normal eu finjo ter paciência." Na canção "Paciência" (1999), o cantor-compositor Lenine [em parceria com Dudu Falcão] exprime com exatidão essa sensação humana. A paciência, virtude tão necessária na pandemia, mas de difícil regência, é tão "fingida" quanto sofrida e corajosa. Nascemos dela. Nela nos sorvemos por nove meses e com ela fomos amorosamente aguardados. Depois, com impaciência almejamos a idade adulta para ser "donos do próprio nariz", ou o diploma, o emprego, o amor... Impacientes com o ônibus que não chega; ansiosos pela chegada do irmão que viajou; inquietos pelo "trabalho pra ontem"; pela aposentadoria na fila do banco, ou na emergência hospitalar pela cura da doença, pela "cura do mal..." "A vida não para", e é preciso ter "um pouco mais de calma", "um pouco mais de alma".
Frei Edrian Josué Pasini, OFM
Petrópolis/RJ
Escrita por Lenine e Dudu Falcão
Interpretada por Lenine
Do álbum "Na Pressão" (Sony Music, 1999)
Um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
A vida não para
Enquanto o tempo
Acelera e pede pressa
Eu me recuso, faço hora
Vou na valsa
A vida é tão rara
Enquanto todo mundo
Espera a cura do mal
E a loucura finge
Que isso tudo é normal
Eu finjo ter paciência
O mundo vai girando
Cada vez mais veloz
A gente espera do mundo
E o mundo espera de nós
Um pouco mais de paciência
Será que é tempo
Que lhe falta pra perceber?
Será que temos esse tempo
Pra perder?
E quem quer saber?
A vida é tão rara
Tão rara
Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não para
A vida não para não
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