"O que é de verdade ninguém mais hoje liga: isso é coisa da antiga" - Ney Lopes e Wilson Moreira

Elsa (Frozen) ♥

terça-feira, 30 de maio de 2017

"A Rosa" ("The Rose") - filme de 1979



Este é o terceiro post consecutivo que eu falo sobre um filme que eu vi e gostei. Eu nunca imaginei que "A Rosa" (The Rose", Twentieth Century Fox, 1979) fosse um filmaço. Bette Midler arrasou fazendo o papel da protagonista Rose, a cantora de rock'n roll cuja vida é inspirada em Janis Joplin (1943-1970). A ideia original, na verdade, seria uma cinebiografia da Janis intitulado "Pearl" (em português, "pérola"), o apelido da cantora, mas a família não autorizou o projeto, então, temendo os possíveis processos judiciais, optaram por adaptações no roteiro, deixando algumas semelhanças com a vida da roqueira texana. O título do filme que também é o nome da personagem, "The Rose", é uma alusão a "Pearl", o codinome emblemático de Janis, como eu disse. E não é que o resultado do longa-metragem foi satisfatório? Neste mesmo 1979, a 20th Century Fox (só que em parceria com a Columbia Pictures) havia lançado outro grande e ótimo filme musical, "All That Jazz - O Show Deve Continuar" ("All That Jazz") do diretor e coreógrafo Bob Fosse (1927-1987), uma semi-autobiografia sobre o próprio. Sem falar que meus pais têm esse LP da trilha sonora e hoje nem se lembram mais, já que o disco está comigo 😀. Tanto "A Rosa / The Rose" quanto "All That Jazz" tiveram seus finais espetaculares e emocionantes e foram sucesso de crítica, chegando a ganhar alguns prêmios. "A Rosa" teve indicações ao Oscar, mas infelizmente não venceu nenhum. Ganhou Globo de Ouro de Melhor Atriz de Musical ou Comédia (Bette Midler), Melhor Canção Original ("The Rose" de Amanda McBroom) e Melhor Revelação Feminina do Ano em Um Filme (também para Bette Midler).
Recomendado aos fãs da Janis Joplin, como eu. 🎸🎤🌹

Trailer 1





Trailer 2



O filme começa com uma voz feminina rouca e ofegante bem familiar em off anunciando: "eu quero cantar pra vocês uma canção que eu aprendi quando eu estava muito bêbada. Foi o primeiro blues que eu ouvi feito por um baixinho chamado Furry Lewis. Era assim...". E ao tentar cantarolar os versos de "Let Me Call You Sweetheart" (de Leo Friedman e Beth Slater Whitson), desafinava e não articulava bem as palavras, deixando a música incompreensível. Quem ouve já pensa que a voz em questão era da Janis Joplin. Na verdade era a Bette Midler encarnando a Rose, personagem inspirada na cantora texana.
Roqueira de grande sucesso, a cantora Mary Rose Foster ou simplesmente Rose (Bette Midler) sucumbe às pressões das diversas apresentações e sobretudo da ganância de Rudge Campbell (Alan Bates), seu empresário explorador e se torna viciada em drogas e na bebida. Dyer (Frederic Forrest), sua paixão que também é seu motorista e ex-combatente do Vietnã, tenta salvá-la da auto-destruição, mas enquanto isto, Rudge é no final da contas o principal culpado por não preveni-la da inevitável decadência que sua carreira sofreria se vivesse no esquema do "sexo, drogas e rock'n roll". A história reflete os cantores populares que caíram vítimas do excesso de sucesso, não só os do universo do rock'n roll, mas também os de outros gêneros musicais.

Rose (Bette Midler) e Rudge (Alan Bates)

A Trilha Sonora




Capa (acima) e contracapa (abaixo) do disco da trilha sonora de "A Rosa" (fotos: Discogs)


A trilha sonora do filme foi produzida por Paul A. Rothchild (1935-1995), o mesmo que produziu o último álbum de Janis Joplin, "Pearl" (Columbia Records / CBS Records, hoje Sony Music, 1970-1971), lançado três meses depois da morte da cantora. A canção-título, "The Rose" aparece no filme durante os créditos finais . A letra define o amor como um sentimento muito triste e frustrante quando se está profundamente apaixonado, na mesma situação em que estava a Janis Joplin que, inclusive, dividia seus dramas pessoais com o público cantando músicas de dor de cotovelo e sobre sua necessidade de um amor. Cada geração e cada estilo musical têm a sua sofrência. Outra música que também merece destaque é a instrumental "Camellia" executada durante a empolgante cena em que Rose é levada de helicóptero para o seu show superlotado em sua terra-natal (como visto em ambos os vídeos do trailer do filme) para cantar em seguida "Stay With Me", esta que tem uma certa semelhança ao "Cry Baby" (de Jerry Ragovoy e Bert Berns, 1970) cantada por Janis Joplin para o álbum "Pearl", sem falar que Jerry Ragovoy (1930-2011) também foi o autor de "Stay With Me", mas em parceria com George Weiss. Ragovoy foi co-autor de outros sucessos gravados por Joplin como "Get It While You Can" e "My Baby" para o mesmo disco.
Todas as canções foram interpretadas por Bette Midler,  exceto a instrumental "Camellia". As onze primeiras músicas foram gravadas ao vivo entre os meses de junho e julho de 1978, um ano antes do lançamento do filme. O álbum da trilha sonora foi digitalmente remasterizado e relançado em CD em 1995 pela Atlantic Records/Warner Music.


"The Rose" - Trilha Sonora Original do Filme
(P) 1979 Atlantic Records / WEA Records Limited (hoje Warner Music Group)
(P) 1980 WEA Discos (hoje Warner Music Brasil)

Ouça a trilha sonora na íntegra pelo Spotify:
https://open.spotify.com/album/791hXJbBxsen0pIj1786wW

Ou pelo YouTube:
https://youtu.be/9PTpGksWodE

1- "Whose Side Are You On"
Escrita por Kenny Hopkins e Charley Williams  — 3:58

2- "Midnight In Memphis"
Escrita por Tony Johnson — 3:23

3- "Concert Monologue" — 2:42

4- "When a Man Loves a Woman"
Escrita por  Calvin Lewis e Andrew Wright — 4:42

5- "Sold My Soul To Rock 'N' Roll"
Escrita por Gene Pistilli  — 3:23
© 1979 Twentieth Century Music Corp.

6- "Keep On Rockin'"
Escrita por Sam Hagar e John Carter — 3:02

7- "Love Me with a Feeling"
Escrita por Hudson Whittaker — 3:38
Violão: Greg Prestopino
Baixo: Scott Chambers
Bateria: Harry Stinson
Guitarra: Jon Sholle
Piano: Bill Elliott

8- "Camellia"
Escrita por Stephen Hunter — 2:42
© 1979 Twentieth Century Music Corp.

9- "Homecoming Monologue" — 1:22

10- "Stay with Me"
Escrita por Jerry Ragaovy e George Weiss — 5:00

11- "Let Me Call You Sweetheart"
Escrita por Beth Slater Whitson e Leo Friedman — 1:30

12- "The Rose"
Escrita por Amanda McBroom — 3:40
Piano:Lincoln Mayorga
Vocal (segunda voz): Amanda McBroom
©1979 Fox Fanfare Music, Inc.


Banda "The Rose Concert":

Danny Weis - guitarra
David Campbell - arranjo de cordas
Steve Hunter - guitarra
Mark Leonard - baixo
Robbie Buchanan - teclados
Pentti "Whitey" Glan - bateria
Norton Buffalo (gentilmente cedido pela Capitol Records / Universal Music) - harmonica e trombone, backing vocals
Jerry Jumonville - saxofone
Mark Underwood - trumpete
Bill Champlin - coro
Donny Gerrard - coro

Produção:

Paul A. Rothchild - produtor musical, arranjador e mixagem
William Gazecki - engenheiro de som, produtor associado e mixagem
Bob Leonard - engenheiro
Roger Mayer - engenheiro
Stuart Taylor - engenheiro
John Neal - engenheiro
Ed Lever - engenheiro
Gravado por: The Enactron Truck
Processamento de Código SMPTE por: Canyon Recorders
Remixado em Elektra Sound Recorders por Bill Gazecki e Paul A. Rothchild
Apresentações gravadas ao vivo entre junho e julho de 1978
Stephen Innocenzi - remasterização (relançamento em CD em 1995)

Fontes:
Discogs
Adoro Cinema
Wikipédia


The Rose
Escrita por Amanda McBroom
Interpretada por Bette Midler
(P) 1979 Atlantic Records / Warner Music Group



Some say love it is a river
Alguns dizem que o amor é como um rio
That drowns the tender reed
Que inunda a relva suave
Some say love it is a razor
Alguns dizem que o amor é como uma navalha
That leaves your soul to bleed
Que faz sua alma sangrar

Some say love it is a hunger
Alguns dizem que o amor é como um sentimento de fome
An endless aching need
Uma necessidade dolorosa e infinita
I say love it is a flower
Eu digo que o amor é como uma flor
And you it's only seed
E você é como uma semente

It's the heart afraid of breaking
É como um coração com medo de sofrer
That never learns to dance
Por nunca ter aprendido a dançar
It's the dream afraid of waking
É como um sonho com medo de se despertar
That never takes the chance
Por nunca ter se arriscado

It's the one who won't be taken
É como alguém intocável
Who cannot seem to give
Que parece que não pode se entregar
And the soul afraid of dyin'
E é como uma alma com medo de morrer
That never learns to live
Por nunca ter aprendido a viver

When the night has been too lonely
Quando a noite tem sido solitária
And the road has been too long
E o caminho tem sido muito longo
And you think that love is only
E você pensa que o amor é só
For the lucky and the strong
Para os sortudos e para os fortes

Just remember in the winter
Apenas lembre-se de que no inverno
Far beneath the bitter snows
Bem abaixo das neves cruéis
Lies the seed that with the sun's love
Está a semente que com o amor do sol
In the spring becomes the rose
Na primavera se transforma em rosa

quarta-feira, 24 de maio de 2017

"Crepúsculo dos Deuses" ("Sunset Boulevard"), 1950



Mais um filme a engrossar a lista dos meus favoritos: "Crepúsculo dos Deuses" ("Sunset Boulevard", Paramount Pictures, 1950) estrelado por William Holden (1918-1981) e pela lendária Gloria Swanson (1899-1983). Seu título original, "Sunset Boulevard", é o nome da rua homônima que atravessa as cidades de Los Angeles e Beverly Hills, na Califórnia.  O filme inclusive ganhou uma adaptação musical aos palcos em 1993, com música de Andrew Lloyd Webber, que ganhou o Tony Award de Melhor Musical. O tema central do longa-metragem é a crítica à própria indústria cinematográfica que produzem os verdadeiros deuses do cinema até descartá-los ao esquecimento. Frases como "eu sou a maior, os filmes é que ficaram menores" (ou "eu sou grande, os filmes é que ficaram pequenos") e "Ok, Sr. DeMille, estou pronta para o meu close!" são os principais bordões desse clássico do cinema.
"Crepúsculo dos Deuses" foi indicado a 11 Oscars e recebeu apenas três: melhor roteiro original, melhor direção de arte em preto-e-branco e melhor trilha sonora original. O diretor Cecil B. DeMille (do clássico "Os Dez Mandamentos") (1881-1959) e a colunista de fofoca Hedda Hopper (1885-1966) interpretam a si mesmos no filme. Buster Keaton (1895-1966), H. B. Warner (1875-1958) e Anna Q. Nilsson (1888-1974), estrelas do cinema mudo, fazem participações especiais como colegas de jogo de cartas da Norma Desmond, os quais o personagem Joe Gills chama de "bonecos de cera".


Sinopse


Joe Gills (William Holden)

Para fugir dos representantes de uma financeira, Joe Gillis (William Holden), um roteirista sem sorte, se refugia na decadente mansão de Norma Desmond (Gloria Swanson), uma antiga estrela do cinema mudo que não admite de jeito algum que é esquecida. Quando Norma descobre que Joe é roteirista, contrata-o para revisar o roteiro de "Salomé", que marcará seu retorno às telas. O problema é que o filme é insuportável, mas o pagamento é bom e como ele não tem muito o que fazer, aceita. O roteiro de "Salomé" enfim é encaminhado ao diretor Cecil B. DeMille e Norma Desmond aguarda com otimismo a resposta do cineasta.



"Ok, Sr. DeMille, estou pronta para o meu close!" - Norma Desmond


Norma Desmond


"Eu sou a maior. Os filmes é que ficaram menores".

A personagem desse filme, Norma Desmond, foi a que me chamou mais a atenção (e eu imagino que a dos outros também). O que eu não sabia é que Norma Desmond se coincidia com a própria atriz, a Gloria Swanson. Assim como Norma, Gloria também foi rainha do cinema mudo. Gloria ficou sem filmar por quase dez anos, entre 1941 e 1950, quando finalmente voltou a atuar no filme "Sunset Boulevard"/"Crepúsculo dos Deuses". A diferença é que Gloria passou sem problemas do filme mudo para falado e conseguiu recuperar sua carreira.
Nesta mansão gigantesca e aparentemente abandonada, Norma Desmond, sempre avessa às novidades cinematográficas, em especial aos filmes falados, vive com o mordomo sisudo Max, vivido por Erick von Stroheim (1885-1957), seu descobridor e ex-marido, e com um chimpanzé de estimação que infelizmente morre. Ela é uma atriz incapaz de aceitar o esquecimento do público e a decadência artística. Teima que ainda existem fãs que imploram por suas fotos e autógrafos e acredita que vem recebendo 17 mil cartas de seus admiradores. Na verdade, é o mordomo que alimenta as fantasias de sua ex-esposa e se faz de 17 mil fãs que lhe escrevem. O roteirista Joe Gills, preso à oferta tentadora de Norma e hóspede da mansão (e piedoso com a ex-estrela), se viu obrigado a fazer o mesmo.
"Eu não discutia com ela [Norma]", disse a voz de Joe Gills em off. "Não se deve acordar um sonâmbulo. Ele pode cair e quebrar o pescoço. É isso. Ela ainda caminhava dormindo pelas alturas de sua carreira perdida. Completamente louca sobre um assunto específico, o seu eu em celuloide, a grande Norma Desmond". Contudo, Norma Desmond tem momentos de melancolia, não saía de casa por medo do mundo exterior e já havia tentado o suicídio algumas vezes.
O curioso é que, mesmo parada e decadente, Norma ainda tem muito dinheiro de sobra para investir em ostentações, comprar roupas sofisticadas para Joe e pagar os três meses atrasados de aluguel do antigo apartamento de seu hóspede. "Cale-se, eu sou rica! Sou mais rica que todo esse lixo de Hollywood. Tenho um milhão de dólares, três quarteirões no centro da cidade e petróleo em Bakersfield bombardeando sem parar". Foi o que a ex-estrela disse ao Joe (bêbada na cena do réveillon a dois. Risos.), quando este se incomodava com a quantidade de presentes caros que ela lhe oferecia.



"Pobre coitada. Ainda acenando orgulhosamente em um desfile que já tinha acabado há tempos!" - Joe Gills

VÍDEO: cena final do filme "Crepúsculo dos Deuses"
Adoro! 😍 



Montagem musical


Glenn Close no papel de Norma Desmond no musical "Sunset Boulevard"

"Sunset Boulevard", inspirado no filme que no Brasil é intitulado como "Crepúsculo dos Deuses", é um musical com o libreto e a letra de Don Black e Christopher Hampton e música do inglês Andrew Lloyd Webber, o mago do teatro musical responsável por alguns dos maiores sucessos em Londres e Nova Iorque, como "Cats", "O Fantasma da Ópera", "Evita" e "Jesus Cristo Superstar". Abriu primeiro em Londres em 1993, e desde então teve várias produções internacionais e também extensas turnês. Na montagem australiana, em 1996, Joe Gills foi interpretado por Hugh Jackman, conhecido pelo papel de Wolverine na saga "X-Men". Glenn Close foi a atriz que em mais tempo encarnou a estrela decadente Norma Desmond no musical: em 1993 em Los Angeles, 1994 na Broadway, 2016 no Teatro West End em Londres e este ano, 2017, novamente na Broadway.
Acesse o canal oficial do musical no YouTube. >>> https://www.youtube.com/channel/UCUHBdr1B8plXKoWgWz4hw6w

Adoro Cinema
Wikipédia
50 anos de filmes


VÍDEO: "Sunset Boulevard" cantado por Kris Fei Xiang Philips na década de 1990 no papel de Joe Gills




VÍDEO: "As If We Never Say Goodbye" - Glenn Close no papel de Norma Desmond

"Laura" (filme de Fellipe Gamarano Barbosa)




Eu já havia assistido ao documentário "Laura" há alguns anos quando passou na TV Brasil no programa DOC TV que é uma sessão de filmes da emissora carioca que exibe documentários latino-americanos. Inclusive, entre os patrocinadores desse documentário estão a TV Cultura e a própria TV Brasil.
Linda, glamourosa e sempre com alto-astral, a jornalista e atriz Laura Giannoni, nascida em Buenos Aires e radicada em São Paulo, consegue como ninguém conquistar o carisma de várias celebridades: desde Pelé e Roberto Carlos até Leonardo DiCapro e Drew Barrymore. Inclusive o documentário que leva o seu nome começa com uma cena em preto-e-branco da breve aparição da protagonista, na época aos 16 anos, no filme "Roberto Carlos em Ritmo de Aventura" (1967) no trecho em que o rei canta "É Papo Firme" (de Donaldson Gonçalves e Renato Corrêa, 1966).
Após sete anos de muita insistência, o cineasta e amigo carioca Fellipe Gamarano Barbosa enfim conseguiu convencê-la a autorizar um documentário sobre sua vida. Em tempos de discussão sobre as biografias, o filme exibe mais da sua personalidade e bem menos do seu passado por vontade dela mesma que se recusa a falar sobre sua vida pregressa e a esclarecer curiosidades do diretor sobre como ela se sustenta e por que acumula tanto objeto. Para ela o que importa são a realização de um sonho (morar em Nova Iorque) e a vida noturna com festas e jantares finos. Logo nos créditos finais do filme são exibidas as fotos dela, seja sozinha como modelo, seja com alguma estrela da música, do esporte e do cinema.
Laura, uma imigrante argentino-brasileira, vaga pelas ruas de Nova Iorque noite após noite atrás do glamour das celebridades. O diretor Fellipe Gamarano Barbosa, que conheceu Laura quando ainda era estudante de cinema aos 19 anos, a segue com um olhar fascinado, adentrando as festas mais exclusivas de Nova Iorque pelas portas do fundo. Ao fim de cada noite, Laura volta para seu quarto minúsculo onde ela esconde sua pobreza e produz sua imagem de diva. Atraído por esse espaço proibido, Fellipe entra de corpo e alma no próprio filme, iniciando um jogo de manipulação que vai mudar a relação dos dois para sempre.
Em "Laura" aparecem os atores Julia Roberts, Clive Owen (na cena da festa de lançamento do filme "Duplicidade" estrelado por ambos), Nicole Kidman (no lançamento do filme "Nine") e Ron Perlman (de "Hellboy") tietando a protagonista. Exibido no BAFICI, Mostra São Paulo, Semana dos Realizadores, London International Documentary Festival e Hollywood Brazilian Film Festival, o filme foi premiado como Melhor Documentário no Festival Internacional de Cinema de Hamptons nos Estados Unidos.
🗽🎥

O filme (duração de 77 minutos) na íntegra já está no YouTube pra quem quiser ver . Clique no link seguinte:
https://www.youtube.com/watch?v=_k9cLeUy_NU


Acesse também o site da Revista Trip para ler a matéria sobre Laura e o documentário,  feita em novembro de 2010 - "Everybody Loves Laura"
http://revistatrip.uol.com.br/trip/everybody-loves-laura

Fontes:
"Laura" no Cinema (fanpage Facebook)
Adoro Cinema
Revista Trip
Papo de Cinema

"Laura" (Trailer 1)



"Laura" (Trailer 2)



"Laura" (Trailer 3 - vídeo extra)



domingo, 14 de maio de 2017

"Mamãe Mamãe Mamãe" - Tonico e Tinoco

Capa do LP "Data Feliz" de Tonico & Tinoco lançado em 1965

Em memória do dia das mães, nós do grupo de canto litúrgico cantamos hoje (14 de maio de 2017)  na missa um dos grandes clássicos da dupla Tonico (1917-1994) & Tinoco (1920-2012), "Mamãe, Mamãe, Mamãe" que é uma das canções mais lembradas na data (não confundindo com "Mamãe", outro hino famoso às mães da autoria Herivelto Martins e David Nasser). A música foi gravada em 1964 para o último LP de Tonico & Tinoco na antiga gravadora Continental. O sucesso foi tanto que a dupla a regravou para o seu LP "Data Feliz" pelo selo Chantecler em 1965. Esta regravação também foi lançado em compacto duplo (foto do vídeo abaixo), o mesmo que trazia o  famoso "Brasil Caboclo" (de Tonico e Walter Amaral), sendo este compacto um dos mais vendidos no ano pela gravadora.

Fontes:
Recanto Caipira
Fanpage Faculdade Caipira (Facebook)

"Mamãe, Mamãe, Mamãe"
escrita por Tonico e Eduardo Llorente
interpretada por Tonico e Tinoco
(P) 1965 Chantecler / GEL, Gravações Elétricas S. A. (hoje Warner Music - Divisão Continental)



O eme que eu trago guardado
Na palma da minha mão.
É o nome de mãe gravado.
No fundo do coração.

Mamãe, mamãe, mamãe. Como eu gosto de você.
Minha mãe como faz falta tua vida em meu viver.

Eu quero beijar tua mão
A bênção, oh mãe querida.
Pedindo a Deus proteção
E muitos anos de vida.

Mamãe, mamãe, mamãe. Como eu gosto de você.
Minha mãe como faz falta tua vida em meu viver.

Em meus passo teu cuidado
Em meu viver seu amor.
Em minha alegria canta
E chora com a minha dor.

Mamãe, mamãe, mamãe. Como eu gosto de você.
Minha mãe como faz falta tua vida em meu viver.


sábado, 13 de maio de 2017

"Treze de Maio" (Hino à Nossa Senhora de Fátima)




Além dos 300 anos do encontro da Imagem de Nossa Senhora Aparecida, a Padroeira do Brasil, no rio Paraíba do Sul, 2017 é o ano do centenário das aparições de Nossa Senhora de Fátima em Portugal. E em memória disso, eu posto aqui sobre o hino à Nossa Senhora de Fátima, também conhecido como "Treze de Maio".
A canção de autoria desconhecida cruza décadas como um dos mais bonitos cânticos dedicados à Santa. O hino à Nossa Senhora de Fátima relembra as aparições da Mãe de Deus aos três pastorinhos Lúcia dos Santos (1907-2005) e os seus primos Francisco (1908-1919) e Jacinta Marto (1910-1920).  De acordo com os testemunhos das três crianças videntes de Nossa Senhora, a primeira aparição da Virgem Maria teria ocorrido no dia 13 de maio de 1917, o ano da Revolução Soviética, no lugar da Cova da Iria, na freguesia de Fátima, em Portugal e o fenômeno repetiu-se durante seis meses seguidos, sempre no dia 13 (excetuando-se o mês de agosto, em que ocorreu a dia 19), até 13 de outubro de 1917. Os versos do hino falam sobre as mensagens passadas às crianças e o pedido feito pela Virgem: rezar sempre e, principalmente, uns pelos outros. O cântico "Treze de Maio" já foi gravado por vários artistas portugueses e brasileiros, entre eles, a cantora Joanna para o álbum "Em Oração" (Sony Music, 2002).

Os três pastorinhos de Fátima: Lúcia, Francisco e Jacinta.

Vídeo: Treze de Maio (ao vivo) - Joanna



"Treze de Maio"
autoria: tradicional

A treze de maio na Cova da Iria
No céu aparece a Virgem Maria
Ave, ave, ave Maria
Ave, ave, ave Maria

Há três pastorinhos cercada de luz
Visita a Maria, mãe de Jesus
Ave, ave, ave Maria
Ave, ave, ave Maria

A mãe vem pedir constante oração
Pois só de Jesus nos vem a salvação
Ave, ave, ave Maria
Ave, ave, ave Maria

Da agreste azinheira a Virgem falou
E aos três a senhora tranquilos deixou
Ave, ave, ave Maria
Ave, ave, ave Maria

Então da Senhora o nome indagaram
Do céu a mãe terna bem claro escutaram
Ave, ave, ave Maria
Ave, ave, ave Maria

Se o mundo quiserdes da guerra livrar
Fazei penitência de tanto pecar
Ave, ave, ave Maria
Ave, ave, ave Maria

A Virgem lhes manda o terço rezar
A fim de alcançarem da guerra o findar
Ave, ave, ave Maria
Ave, ave, ave Maria

Com estes cuidados a mãe amorosa
Do céu vem os filhos salvar carinhosa
Ave, ave, ave Maria
Ave, ave, ave Maria
Ave, ave, ave Maria
Ave, ave, ave Maria!

fonte:
Site Vive Fátima (Brasil)
Wikipédia

segunda-feira, 8 de maio de 2017

Quarteto em Cy e MPB-4 - "Falando de Amor"


O post de hoje será esta maravilhosa música interpretada pelos grupos Quarteto em Cy e MPB-4. A releitura de "Falando de Amor" da autoria de Tom Jobim (1927-1994) foi tema de abertura da novela "Por Amor" (Rede Globo, 1997) que será reprisada a partir do dia 8 de maio (hoje mesmo, pra quem está lendo no dia) no Canal Viva e faz parte do CD "Bate-Boca" (PolyGram - hoje Universal Music, 1997) que junta dois grupos vocais da música brasileira interpretando canções de Tom Jobim e Chico Buarque. O projeto marca a volta da reunião de Quarteto em Cy com MPB-4  dezenove anos após o disco "Cobra de Vidro" (Discos Philips/ Phonogram - hoje Universal Music, 1978).

"Falando de Amor"
escrita por Antônio Carlos Jobim
interpretada por Quarteto em Cy e MPB-4
(P) Marcury Records/ PolyGram Discos (hoje Universal Music Brasil)

Se eu pudesse por um dia
Esse amor, essa alegria
Eu te juro, te daria
Se pudesse esse amor todo dia

Chega perto, vem sem medo
Chega mais meu coração
Vem ouvir esse segredo
Escondido num choro canção

Se soubesses como eu gosto
Do teu cheiro, teu jeito de flor
Não negavas um beijinho
A quem anda perdido de amor

Chora flauta, chora pinho
Choro eu, o teu cantor
Chora manso, bem baixinho
Nesse choro falando de amor

Chega perto, vem sem medo
Chega mais meu coração
Vem ouvir esse segredo
Escondido num choro canção

Quando passas tão bonita
Nessa rua banhada de sol
Minha alma segue aflita
E eu esqueço até do futebol

Vem depressa, vem sem medo
Foi pra ti, meu coração
Que eu guardei esse segredo
Escondido num choro canção
Lá no fundo do meu coração


sábado, 6 de maio de 2017

Uma sexta-feira muito triste: nos deixam Almir Guineto e Irmã Míria Kolling

Um dia pesado para a música: nos deixaram o sambista Almir Guineto e a freira, musicista e escritora Irmã Míria Kolling.

ALMIR GUINETO




O sambista Almir Guineto morreu aos 70 anos na manhã de sexta-feira, 5 de maio, vítima de complicações de problemas renais crônicos e diabetes. A doença havia sido diagnosticada no final de 2015, e desde junho de 2016 o sambista estava afastado dos palcos. Ele estava internado no Hospital Clementino Fraga Filho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, na Ilha do Governador, há 69 dias.
Nascido e criado no Morro do Salgueiro, na cidade do Rio de Janeiro, Almir Guineto teve contato direto com o samba desde a infância, já que havia vários músicos em sua família. Seu pai Iraci de Souza Serra era violonista e integrava o grupo Fina Flor do Samba; sua mãe Nair de Souza (mais conhecida como "Dona Fia") era costureira e uma das principais figuras da Acadêmicos do Salgueiro; seu irmão Francisco de Souza Serra (mais conhecido como Chiquinho) foi um dos fundadores dos Originais do Samba.
Na década de 1970 Almir Guineto já era mestre de bateria e um dos diretores da escola de samba Salgueiro e fazia parte do grupo de compositores que frequentavam o bloco Cacique de Ramos. Nesse período, Almir inovou o samba ao introduzir o banjo adaptado com um braço de cavaquinho, já que, segundo o próprio cantor, o cavaquinho tinha problemas de rompimento das cordas. Ao mudar-se para São Paulo em 1979, Almir Guineto se integrou ao grupo Originais do Samba. Beth Carvalho gravou algumas composições do músico, como "Pedi ao Céu" (em parceria com Luverci Ernesto), "Tem Nada Não" (com Jorge Aragão e Luverci Ernesto) e "Coisinha do Pai" (com Jorge Aragão e Luiz Carlos), esta que, em 1997, foi programada pela engenheira brasileira da Nasa Jacqueline Lyra para acionar um robô norte-americano da missão Mars Pathfinder, em Marte.
No início da década de 1980, ele ajudou a fundar o grupo Fundo de Quintal junto com os sambistas Bira, Jorge Aragão, Neoci, Sereno, Sombrinha e Ubirany. Mas ele deixou o grupo logo após a gravação de "Samba É no Fundo de Quintal" (RGE, 1981), primeiro LP do conjunto, e seguiu para carreira solo. No mesmo 1981, Almir Guineto foi classificado na primeira eliminatória do Festival MPB Shell com o samba concorrente "Mordomia que foi sucesso em todo o Brasil. Ao longo da década, sua notoriedade como compositor aumentaria ao ter suas músicas interpretadas por sambistas como Beth Carvalho, Jovelina Pérola Negra (1944-1998) e Alcione.
Em 1986, foi lançado o LP "Almir Guineto", que teve grande sucesso comercial. Nesse disco, Almir Guineto gravou algumas de suas parcerias com Adalto Magalha (1945-2016), Beto Sem Braço (1940-1993), Guará da Empresa, Luverci Ernesto (1941-2007) e Zeca Pagodinho. Entre os grandes destaques, estão "Caxambu", "Mel na Boca", "Lama nas Ruas" e "Conselho".

Fontes:
Wikipédia
G1 
Jornal O Dia

IRMÃ MÍRIA KOLLING



Morreu aos 77 anos também no dia 5 de maio, por voltas das 17h30 a Irmã Míria Teresinha Kolling, um dos maiores nomes da música litúrgica do Brasil. O falecimento da religiosa foi comunicado pela Congregação das Irmãs do Imaculado Coração de Maria – Província Nossa Senhora Guadalupe. Irmã Míria Kolling havia sofrido um leve infarto no mês passado e, desde então, estava internada no Hospital Santa Virgínia, em São Paulo (SP). Após apresentar uma melhora, isso nesta sexta-feira, se submeteu a uma angioplastia, mas não resistiu ao procedimento.
Míria Teresinha Kolling nasceu em Dois Irmãos, Rio Grande do Sul. Foi Religiosa da Congregação do Imaculado Coração de Maria há 57 anos e desde cedo aprendeu na família a amar e cultivar a música. Na Congregação teve oportunidade de aprofundar seus estudos musicais. Como compositora de música litúrgica e religiosa, é conhecida sobretudo pelas Missas e cantos litúrgicos para as Celebrações. Fez o Curso de Formação Profissional de Professor Primário, cursou pedagogia, música (bacharelado em instrumento) e estudou técnica vocal e canto e ministrava Encontros de Liturgia e Canto Pastoral.
No início da década de 1970, Irmã Míria Kolling começou a prestar serviços à música litúrgica e lançou seu primeiro compacto na Paulinas Editora. A religiosa compôs dezenas de compactos para os missionários de "O Domingo", gravou discos Sono-Viso e a sua gravadora atual foi a Editora Paulus. O curioso é que, na maioria de seus trabalhos fonográficos, suas canções foram gravadas por outros intérpretes. Além de cantos para a catequese e evangelização, compôs mais de 600 músicas, em geral com letra e música de sua autoria.

Fontes:
Blog Padre Zezinho
A12 (TV Aparecida)
Site Oficial Irmã Míria Kolling

sexta-feira, 5 de maio de 2017

Casa Aberta, o primeiro sebo de Itajaí, fechou suas portas


Foto: Roberta Bittencourt / Site Diário Catarinense

Casa Aberta (ou estilizado como "CasAberta"), o primeiro sebo de Itajaí, Santa Catarina, fechou suas portas no dia 21 de abril depois de 25 anos de funcionamento. O motivo é a mudança de hábito dos leitores que optaram por comprar livros pela internet. Outra razão que complicou a gestão foi quando os donos da Casa Aberta, Beto e Ivana Severino, se mudaram pra Salvador, Bahia, há 8 anos, onde Beto leciona na Universidade Federal da Bahia. Apesar do fechamento da livraria, Beto e Ivana manterão a editora.
O que dizer? Na época em que o sebo ainda não se abrigava na Casa Konder, isso entre os anos de 2000 e 2007, eu gostava muito de ir lá depois de um compromisso no centro de Itajaí. Para comprar algumas edições das saudosas Revista do Rádio dos anos 60, Manchete das décadas de 1960 e 1970, alguns LP's do Roberto Carlos, da Clara Nunes, da Madonna... 😊 quando eu soube que iria fechar definitivamente eu fiquei triste, assim como os outros órfãos, eu imagino. Pra gente fica uma saudade e um desejo de sucesso ao Beto e Ivana. 😢 😙

Mais informações sobre o fechamento da livraria no site do Diário Catarinense:
http://dc.clicrbs.com.br/sc/noticias/de-ponto-a-ponto/noticia/2017/04/primeiro-sebo-de-itajai-livraria-casa-aberta-abre-pela-ultima-vez-nesta-sexta-feira-9776670.html

Festa de Lançamento do "Clube do Samba" (Fantástico, 1979)

"Meninos da Mangueira" - Ataulpho Jr. e Diogo Nogueira no programa "Samba da Gamboa" na TV Brasil