"O que é de verdade ninguém mais hoje liga: isso é coisa da antiga" - Ney Lopes e Wilson Moreira

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domingo, 11 de agosto de 2024

Sérgio Cabral pai (1937-2024)

 


Eu comecei a ter curiosidade de quem seria o Sérgio Cabral (17 de maio de 1937 - 14 de julho de 2024) depois que eu ouvi pela primeira vez a música "Meninos da Mangueira" (1976), principal sucesso de sua parceria com Rildo Hora, de quem sou fã, gravado por Ataulpho Alves Jr (1943-2017), isso ainda na década de 2000. Sérgio Cabral também foi jornalista, escritor, compositor e pesquisador nascido em Cascadura, bairro do Rio de Janeiro, e o primeiro livro da autoria dele que eu comprei foi "Ataulfo Alves - Vida e Obra" (Editora Lazuli, 2009). Como compositor, com exceções de uma parceria com Baden Powell (1937 - 2000) e de outra com Wilson Moreira (1936 - 2018), "Fim de Papo" (1981) e "Instinto" (1982), respectivamente, toda a obra de Sérgio Cabral como compositor foi construída como parceiro letrista do gaitista, arranjador e maestro Rildo Hora. Portelense, Sérgio amava também a Mangueira, Império Serrano e Salgueiro. Na década de 1980, foi comentarista da transmissão dos desfiles de carnaval.
Infelizmente o pai do ex-governador Sérgio Cabral nos deixou no dia 14 de julho. Segundo as informações, o jornalista morreu em decorrência de complicações de um enfisema pulmonar. Cabral também tinha Alzheimer. Uma notícia realmente triste, pois eu gosto muito dele, mesmo que eu nunca o tivesse conhecido pessoalmente, mas eu acompanho a sua carreira de compositor e pesquisador da música brasileira, inclusive eu já tinha feito várias postagens dele aqui no meu blog.




Sérgio Cabral com Martinho da Vila.


Parceria com Rildo Hora

O LP "Rildo Hora... e Sérgio Cabral" (RCA Victor / hoje Sony Music, 1980) reuniu várias obras da parceria do jornalista carioca com o músico pernambucano. O disco teve a produção executiva de ninguém menos que Martinho da Vila que também lançou "Andando de Banda" (1975) para o seu álbum "Maravilha de Cenário" (RCA Victor / hoje Sony Music). Martinho também participa do disco como cantor na faixa "Rancheiro do Boia-Fria (Para 3 Vozes)" em trio com Rildo e Jane Duboc. O disco tem 12 faixas, dentre elas, as inéditas "Toca, Gilberto", "Arraiá-Miúda" e "Amigavelmente". 
Como o jornalista Mauro Ferreira conclui a sua matéria sobre o álbum feita no dia seguinte da morte do Sérgio: "É por tudo isso que, no rastro da saudade deixada pela saída de cena de Sérgio Cabral, a gravadora Sony Music – detentora do acervo da RCA – poderia disponibilizar este pouco ouvido álbum de Rildo Hora em edição digital".  Poderia mesmo e até hoje eu torço para que a gravadora disponibilize o vídeo-áudio oficial de cada faixa do projeto de 1980. Por favor, Sony Music, nunca te pedi nada! Risos. 

Que Deus o tenha, Sérgio Cabral! 

Rildo Hora e Sérgio Cabral na contracapa do LP "Rildo Hora... e Sérgio Cabral" Foto assinada por Ivan Klingen


Fontes: G1:

Festa de Lançamento do "Clube do Samba" (Fantástico, 1979)

"Meninos da Mangueira" - Ataulpho Jr. e Diogo Nogueira no programa "Samba da Gamboa" na TV Brasil