"O que é de verdade ninguém mais hoje liga: isso é coisa da antiga" - Ney Lopes e Wilson Moreira

Elsa (Frozen) ♥

sábado, 29 de março de 2025

Ricardo Braga: mais uma estrela foi brilhar no céu.


Conhecido por sua voz semelhante à de Roberto Carlos, Ricardo Braga morreu esta semana, vítima de AVC.


Uma notícia me chocou esta semana: Ricardo Braga (1951-2025), cantor paulista de Mogi das Cruzes, morreu nessa quarta-feira, 26 de março, aos 73 anos. Ele estava hospitalizado há alguns dias após sofrer o acidente vascular cerebral (AVC).

Batizado como Valdir Queiroz e conhecido artisticamente como Ricardo Braga, nasceu em Mogi das Cruzes em 13 de setembro de 1951. Começou sua carreira fazendo cover

No final dos anos 1970, Ricardo Braga foi o cantor que confundiu muita gente em razão de seu timbre vocal semelhante à de Roberto Carlos, tanto que foi considerado o "sósia" do intérprete de "Detalhes" (de Roberto Carlos e Erasmo Carlos, 1971) e com isso ele vendeu mais de 400 mil cópias do compacto simples "Roberto Collection" (RCA / hoje Sony Music, 1977) produzido por Marcelo Duran. 

Lançado sem mostrar o rosto do verdadeiro intérprete, um fato bem comum na época, o compacto foi um sucesso, mas o público estava cada vez mais curioso sobre o cantor fantasma. Foi quando o programa dominical "Fantástico" da Rede Globo fez uma matéria mostando finalmente o rosto de Ricardo Braga pela primeira vez que ganhou até um clipe e uma opinião positiva do próprio Roberto Carlos (sem falar que, em um dos shows recentes do Roberto, Ricardo havia se encontrado com o ídolo no camarim). Logo após a esperada revelação, Ricardo Braga se desprendeu do cover, seguiu sua carreira e lançou o que se tornaria o seu maior hit, "Uma Estrela Vai Brilhar" (de Montevillas e Dallaverde, 1979). Em seguida, Ricardo Braga desapareceu dos holofotes, porém continuou lançando discos e seguindo a carreira anonimamente. Em 1996, foi a voz do álbum "Dance do Rei" (Paradoxx Music, 1996) no qual ele cantava grandes sucessos de Roberto Carlos no estilo eurodance, a tendência musical entre o público jovem da época. 

Fonte: Terra

https://www.terra.com.br/diversao/gente/quem-era-ricardo-braga-sosia-de-voz-de-roberto-carlos-morreu-no-anonimato,63376e9fdb83b4cee0393851c4731fdfixewja5o.html?utm_source=clipboard




Capa do LP "Uma Estrela Vai Brilhar" (RCA/ hoje Sony Music, 1979) de Ricardo Braga. A primeira vez que eu ouvi um trecho dessa música foi em um quadro esportivo do "Fantástico" se eu não me engano na década de 2000, 2010, por aí, em que havia uma matéria divulgando uma revelação no futebol do campeonato brasileiro que se tornaria uma estrela do esporte (não me pergunte quem era o jogador que eu não lembro, hehe!). É lógico que eu que já era fã de carteirinha do Roberto Carlos e com a discografia dele quase completa no meu armário sabia que não era o Roberto que cantava e que na minha cabeça era o Paulo Sérgio (1944-1980). Quase que eu acertei. Risos. Foi só eu procurar no Google o trecho do refrão que eu descobri que se tratava de Ricardo Braga de quem eu nunca tinha ouvido falar até então.

Descanse em paz, Ricardo Braga.



Vídeo-áudio da música "Uma Estrela Vai Brilhar"





Reportagem do Fantástico em 1978: quem é Ricardo Braga com o próprio Roberto Carlos e a música "Roberto Collection" com a sequência de grandes sucessos do Rei.




Entrevista com Ricardo Braga sobre o Roberto Carlos, a sua convivência com o ídolo e revelava que o cantor não se incomodava por ter um sósia.

Jubileu 2025 em música 02 - "Fogão de Lenha" - Chitãozinho & Xororó

 JUBILEU 2025 EM MÚSICA-2

Capa do LP "Chitãozinho & Xororó" (Copacabana Discos / hoje Universal Music  1987), com a música "Fogão de Lenha".



Jubileu 2025 - Peregrinos da Esperança 



Seguimos nossa estrada como "Peregrinos de Esperança". “Espere, minha mãe,estou voltando! Que falta faz pra mim um beijo seu. O orvalho das manhãs cobrindo as flores, um raio de luar que era tão meu!" ("Fogão de Lenha" - Carlos Colla, Maurício Duboc e Xororó, 1987). Partir é bom, mas também é bom voltar. Geográfica ou existencialmente, precisamos de referências que nos ofereçam uma espécie de "porto seguro" em nossa peregrinação. Maria, peregrina de esperança por excelência, oferece-nos seu colo de mãe nesta jornada que é a vida. Retornar a seus braços amorosos é sempre ocasião de recuperar as forças necessárias para seguir em frente. Nossa Senhora da Boa Viagem, rogai por nós!

Frei Gustavo W. Medella, OFM
@freigustavomedella


Verso da página do dia 26 de março de 2025 da Folhinha do Sagrado Coração de Jesus, Editora Vozes.





sexta-feira, 7 de março de 2025

Os 30 anos do único álbum dos Mamonas Assassinas

 



Em uma tarde de 1995, meu pai tinha ido me buscar de carro de uma consulta semanal com uma psicóloga em razão das minhas dificuldades na sociedade, interação e estudos da escola _ e que só 29 anos depois que foi concluído que são alguns dos meus sinais de autismo com o qual fui diagnosticada. Durante a volta pra casa, o rádio do carro sintonizado na Atlântida FM filial Blumenau (102,7 MHz), a emissora existente até hoje destinada ao público jovem, estava tocando pela primeira vez uma música bem inusitada e doidona com uma introdução típica de música “brega” nordestina e um cantor fazendo uma interpretação caricata. Muita coisa na música havia causado estranheza em mim, entre elas o verso “me deixou legalzão” (o certo é “me deixa legalzão”). Na hora eu pensei: “que loucura é essa?”, já que eu que tinha 13 anos na época nunca tinha ouvido antes uma música que usava o termo “legalzão”, tampouco em “músicas do povão”. Do nada o “brega” evoluiu para o rock pesado com um coro fazendo uma resposta pra lá de estranha (é tudo estranho nessa música, hehehe): “oxente, ai ai ai” e é aí que o cantor revela sua frustração pelo amor não correspondido e, apesar disso, continua apaixonado pela declarada (“mas ela é ‘lindia’, ‘mucho’ mais do que ‘lindia’...). E em seguida, a cada break, ele dava à sua paquerada um apelido carinhoso como “docinho de coco” e “xuxuzinho”. Só dias mais tarde é que eu descobri do que se tratava: era a banda Mamonas Assassinas (eu entendia, a princípio, “Mamatas”. Risos) vinda de Guarulhos, cidade de São Paulo, com os integrantes de outras cidades paulistas (apenas o vocalista que era baiano de Irecê). E as canções dos caras dominavam as rádios, recreios e passeios de ônibus escolares. Até hoje eu tenho o CD deles que eu ganhei no Natal de 1995 e o pôster da revista Showbizz lançado uma semana após a morte da banda e comprado em uma banca já extinta de Balneário Camboriú no famoso Calçadão da Central.

Eu diria que o ano de 1995 foi o mais proveitoso da minha adolescência e uma das coisas que mais me marcou este ano, além do nosso primeiro aparelho de CD, primeiro passeio à Florianópolis e o meu primeiro fascínio pelo rei Roberto Carlos, é o sucesso embora curto do grupo Mamonas Assassinas. A banda formada pelo vocalista bonitão Dinho (1971-1996), o guitarrista Bento Hinoto (1970-1996), o tecladista Júlio Rasec (1968-1996) e os irmãos Samuel (1973-1996), o baixista, e Sérgio Reoli (1969-1996), o baterista, fez na época um sucesso retumbante com suas composições cômicas e letras politicamente incorretas e recheada de palavrões que conciliavam pop rock com gêneros musicais populares, tais como sertanejo, heavy metal, pagode romântico, vira português e forró, e também com suas apresentações irreverentes e excêntricas. Tudo isso fez com que o grupo conquistasse todas as idades. Sim, todas as idades, inclusive crianças, o que seria inadmissível para os dias de hoje e motivo de moralismo ferrenho em época de redes sociais e aplicativos de mensagens (WhatsApp), como também, se existisse no Brasil, a capa do disco receberia aquele famoso selo em preto e branco de “Parental Advisory - Explicit Content” (“Aviso aos Pais: Conteúdo Explícito” em português) por inclusão de termos chulos nas músicas do álbum. Porém o guitarrista Bento Hinoto em uma entrevista resgatada para o documentário “Mamonas Para Sempre”* (Europa Filmes, 2011) havia dito o quanto o grupo tinha se surpreendido pelo fato de ter cativado o público infantil: “A gente não fez nada dirigido. [Tipo] 'vamos fazer essas músicas, porque a criançada vai gostar'. Porque se a gente pensasse nisso, não ia ter nenhum palavrão nas músicas, né? A gente não visou nenhum mercado, nenhuma faixa etária. A gente fez o que a gente ouve, o que a gente gosta, o que a gente sabe fazer”.


*Se você se frustrou com o resultado da cinebiografia “Mamonas Assassinas - O Filme” (Imagem Filmes, 2023), este documentário é uma boa dica.


Em seus pouco mais de oito meses de trajetória, eles gravaram um único álbum de estúdio, “Mamonas Assassinas” (EMI / hoje Universal Music, 1995), que vendeu mais de 3 milhões de cópias no Brasil, feito que lhes rendeu um certificado de disco de diamante comprovado pela Associação Brasileira dos Produtores de Discos (ABPD). O disco foi produzido pelo músico Rick Bonadio, que recebeu o apelido de Creuzebek. Duas músicas desse disco, "Vira-Vira" e "Pelados em Santos", foram incluídas entre as 10 canções mais ouvidas do país no ano de 1995. A banda esteve em atividade durante poucos meses, pois, em 2 de março 1996, devido a um acidente aéreo de comoção nacional, todos os membros da banda e outros tripulantes morreram quando a aeronave na qual voavam com destino a Guarulhos se chocou contra a Serra da Cantareira. O grupo foi um dos pioneiros do gênero de rock cômico no Brasil, e continua sendo celebrado e influenciando o cenário nacional da música mesmo muito tempo após seu fim. Atualmente, o seu único disco lançado no dia 23 de junho de 1995 _ou seja, daqui a pouco mais de 3 meses o álbum fará 30 anos_ prevalece como um dos 10 álbuns mais vendidos do Brasil em todos os tempos. O álbum foi recentemente relançado em LP e em CD em Fan Box pela Universal Music, sucessora da extinta EMI.


Capa da revista Veja (Editora Abril), com o Dinho na capa, lançada uma semana após a morte trágica de todos os integrantes do grupo.



Sobre o álbum


O logotipo da banda



Todo o material de divulgação do álbum foi feito de forma humorística. O logotipo da banda — que aparece no pingente do colar ilustrado na capa — é uma inversão da logomarca da empresa automobilística alemã Volkswagen, colocada de ponta-cabeça, com uma barra horizontal sobre o "V" para que, quando invertido, forme a letra "A". Veículos da marca são citados nas canções "Pelados em Santos" (uma Brasília) e "Lá Vem o Alemão" (uma Kombi), além de uma menção a um carro da empresa estadunidense Ford (um Escort), também em "Lá Vem o Alemão".


A capa 

Capa do álbum "Mamonas Assassinas" : pros dias de hoje seria pra lá de controversa.

A banda criou o conceito da capa do álbum, um desenho da autoria de Carlos Sá em que os músicos se penduravam em uma mulher nua expondo grandes seios (evocando o trocadilho no nome da banda, de "mamona" no sentido de "mama"), inspirada na Playboy de 1992 da modelo Mari Alexandre. Nessa capa da revista masculina estava a modelo com a manchete: “A musa country Mari - A nudez que enlouqueceu a dupla Leandro & Leonardo”, já que a catarinense de Rio do Sul namorava o Leandro (1961-1998) na época. 

À frente da ilustração principal, por exigência da gravadora, foram inseridos os rostos de Júlio Rasec, Samuel Reoli, Dinho, Sérgio Reoli e Bento Hinoto, nesta ordem. 

“Conheci os meninos durante um show deles em São Paulo. Fui parabenizá-los e Dinho me contou que a capa do CD tinha inspiração na minha ‘Playboy’ de 1992. Fiquei surpresa, porque até entrar no camarim, eu não sabia de absolutamente nada. Como tantas pessoas, achava que os seios fossem só uma brincadeira com o nome Mamonas. Foi uma honra, fiquei muito lisonjeada de ter sido musa inspiradora”, disse Mari Alexandre em uma entrevista. 


A modelo e atriz Mari Alexandre, a musa inspiradora da capa do álbum da banda.


Encarte

O encarte também contém humor e traz diversos agradecimentos inusitados feitos pelos músicos. Eles agradeceram a Rafael Ramos, músico da banda Baba Cósmica, que compôs "Sábado de Sol"; a Arnaldo Saccomani (1949-2020), produtor musical; a Santos Dumont (1873-1932), aeronauta que foi homenageado porque “inventou o avião, senão a gente ainda tava indo mixar o disco a pé”, a Charles Miller (1874-1953), futebolista, por "ter trazido o futebol ao Brasil"; aos personagens Chaves e Chapolin, ambos criados pelo ator mexicano Roberto Gómez Bolaños (1929-2014); aos animais de estimação de cada integrante, os cães Billy, Pluck, Mike, Proteus, Dick, Giully e Fluke; e a diversas outras pessoas. 

“E a DEUS, que foi quem mais nos ajudou e esteve sempre ao nosso lado.”, conclui seriamente a banda.


Gravação

O álbum foi gravado parcialmente em outubro de 1994 e concluído entre março e junho de 1995. Rick Bonadio, que conhecera a banda ainda como Utopia, produziu o álbum, que foi gravado em seu estúdio, também com o auxílio dos músicos Rodrigo Castanho e Junior Lane. Num dia de gravação, um sanfoneiro chamado Brezequeba, que gravava no mesmo ambiente, chamou a atenção do vocalista Dinho. Ao fazer uma piada onde deveria chamar Bonadio pelo nome daquele músico, o cantor confundiu-se e disse "Creuzebek". Este erro foi mantido na gravação e se tornou apelido do produtor. Já nos primeiros dias, a gravadora EMI exigiu um mínimo de dez canções para que o disco fosse lançado, mas só três haviam sido escritas. Em uma semana, os demais integrantes (em especial, Dinho e Júlio Rasec, que compuseram a maior parte) escreveram as outras doze faixas que entrariam no trabalho. Entretanto, "Não Peide Aqui Baby" (de Dinho), uma paródia da música "Twist and Shout" (de Phil Medley e Bert Russell, 1961) dos Beatles, foi desconsiderada por conta da grande quantidade de palavrões. A gravação aconteceu em São Paulo, no estúdio de Bonadio, e a mixagem no The Enterprise, em Los Angeles, nos Estados Unidos.

A seguir, uma dissecação faixa a faixa. Mamonas Assassinas, o melhor do "som risal", como diria o Dinho: "você ouve e dá risada".




“Mamonas Assassinas”
Mamonas Assassinas
℗ 1995 EMI Music, Fonográfica Industrial e Eletrônica Ltda. (hoje Universal Music Brasil)


1- “1406”
Escrita por Alecsander Alves Leite (Dinho) e Júlio César Barbosa (Júlio Rasec)

Ao contrário do que muitos pensavam, a pronúncia do título é “quatorze-zero-meia” e não “mil quatrocentos e seis”. O nome da música faz alusão ao número de telefone (011) 1406, pertencente aos infomerciais do Grupo Imagem, exibidos na extinta Rede Manchete nos anos 1990 que vendiam produtos ao estilo dos atuais comerciais da Polishop ou do canal de televendas Shoptime, da Globosat (clique aqui para ver a minha postagem sobre as propagandas loucas da Teleshop do Grupo Imagem). Na letra que faz crítica ao consumismo, foram citados produtos como as Facas Ginsu e Ambervision, vendidos pelo canal. Há também uma citação de um verso da canção "Laika Nóis Laika” (de Tukley e Marcelo Fasolo, 1975) da dupla Ponto & Vírgula que era “money que é good nóis não have”. Com relação à parte instrumental, a canção é caracterizada por um riff de baixo elétrico na introdução, que lembra bem as linhas de baixo utilizadas pelo baixista Flea do grupo Red Hot Chilli Peppers. Segundo o Rick Bonadio, o baixo foi gravado pelo guitarrista Bento Hinoto.


2- “Vira-Vira”
Escrita por Alecsander Alves Leite (Dinho) e Júlio César Barbosa (Júlio Rasec)

A canção é uma sátira ao gênero de folclore português Vira e às canções "A Casa da Mariquinha" (de Roberto Leal e Katia Maria,1975) e "Arrebita"(tema tradicional / adaptação de Roberto Leal, 1973) de Roberto Leal (1951-2019), apresentando a melodia desta última. Roberto Leal, posteriormente à morte dos membros da banda, gravou a canção "A Festa Ainda Pode Ser Bonita" (adaptação de Roberto Leal, 2010) em homenagem a eles.
Sua letra é inspirada em uma piada do humorista Costinha (1923-1995), presente no álbum “O Peru da Festa 2” (CID, 1982), que conta a história de um português que foi convidado para uma orgia (também conhecida como suruba). Por não saber do que se tratava, ele enviou sua esposa para ir em seu lugar. Ela volta uma semana depois, cheia de dores, sendo vítima da zombaria do português.


3- “Pelados em Santos”
Escrita por Alecsander Alves Leite (Dinho)

Segundo Dinho, esta foi a primeira música composta por ele, ainda em 1991, quando a banda ainda adotava o nome de Utopia e o repertório de rock sério. A canção que, a princípio, se chamaria "Mina (Minha Pitchulinha)" era mais lenta e com vocal brega semelhante ao de Reginaldo Rossi (1943-2013). Os produtores Rick Bonadio e Rodrigo Castanho a acharam extremamente engraçada e sugeriram misturar as letras com uma sonoridade mais rock. O grupo foi convencido a mudar de perfil e assumir o lado cômico de vez, passando a adotar o nome Mamonas Assassinas. "Mina (Minha Pitchulinha)" ficou mais pesada e passou a ser chamada "Pelados em Santos”. Nesta música, há uma clara referência à "Crocodile Rock" (de Elton John e Bernie Taupin, 1972) de Elton John.
Ela fora regravada em espanhol com o nome "Desnudos en Cancún" (versão de Dinho, Bento Hinoto, Rick Bonadio, Peta e Martin Cardoso).
A Brasília amarela modelo 1977 com rodas gaúchas pertencia ao avô de Mirella Zacanini, então namorada de Dinho. O carro original foi leiloado no palco do programa Domingo Legal. Apreendido pela Polícia Rodoviária por falta de documentação, a família de Dinho conseguiu recuperá-lo em 2015, em más condições. Um novo modelo foi modificado para incluir peças do original e passou a participar de eventos especializados em carros antigos e cultura pop, como o evento CCXP (Comic Con Experience) em 2023 em São Paulo.


4- “Chopis Centis”
Escrita por Alecsander Alves Leite (Dinho) e Júlio César Barbosa (Júlio Rasec)

Fazendo-se uso da chamada "variação linguística", tanto que tem sido utilizada como atividades em trabalhos escolares de português, a letra de “ Chopis Centis” descreve o passeio de um peão de obras com sua namorada no Shopping Center. Com relação à parte instrumental, os acordes e o arranjo são uma citação a "Should I Stay or Should I Go" (de Topper Headon, Mick Jones, Paul Simonon e Joe Strummer, 1982) da banda punk inglesa The Clash, embora a sequência de acordes não seja exatamente a mesma. O eu-lírico da canção é um sujeito que apresenta-se como uma pessoa de classe social baixa (“A minha felicidade, é um crediário nas Casas Bahia”) que exerce a profissão de pedreiro (“Quando eu estou no trabalho, não vejo a hora de descer dos andaime”) e com baixa escolaridade, já que utiliza-se de uma linguagem não culta (a gente fomos...). Lá ele faz um lanche com "uns bicho estranho com tal de gergelim", uma clara referência ao Big Mac, o mais famoso sanduíche da rede de fast food Mac Donald's ("dois hambúrgueres, alface, queijo, molho especial, cebola, picles num pão com gergelim"), mas, apesar de ter gostado, continua preferindo o humilde aipim. Em 2014, a música “Chopis Centis” apareceu nos trending topics (um dos assuntos mais comentados) no Twitter (hoje X) em razão da polêmica dos rolezinhos de jovens nos shoppings de São Paulo. Essa é uma das minhas preferidas da banda de Guarulhos.


5- “Jumento Celestino”
Escrita por Alecsander Alves Leite (Dinho) e Alberto Hinoto (Bento Hinoto)

No início da canção, há uma referência à música "Rock do Jegue (de Quem é Esse Jegue)" (de Célio Roberto e Bráulio de Castro, 1979), de Genival Lacerda (1931-2021). A canção também conta com acordeão, tocado por Cezar do Acordeão, e triângulo tocado por Rick Bonadio, o Creuzebek. A música, apesar do tom humorístico, fala da dificuldade de adaptação dos imigrantes nordestinos, a xenofobia sofrida, a saudade de casa e a ilusão do “sonho paulista". Até o próprio Beto Hinoto, sobrinho de Bento Hinoto e guitarrista da banda Mamonas Assassinas - O Legado, confirmou em uma entrevista que a letra é triste. Mais uma canção preferida minha da banda, pois me faz lembrar a música pop rock italiana “Ciao, Amore, Ciao” (1966) de Luigi Tenco (1938-1967), só que sem palavrões e brincadeiras, claro (clique aqui para ver a postagem sobre a música).


6- “Sabão Crá-Crá” (“The Mad Ku-Ku”)

"Sabão Crá-Crá" é uma música de autoria desconhecida que tornou-se famosa ao ser lançada pela banda. Além de "Sábado de Sol", é uma das duas únicas músicas gravadas por eles no álbum de 1995 que não são de autoria do grupo. Conforme relatado pelo vocalista Dinho, certa vez Bento Hinoto, que a conhecia do folclore escolar urbano, cantou essa canção num ensaio, e o resto da banda gostou. Como eles não encontraram registro dela, ela foi creditada no álbum como "autor desconhecido". Segundo consta, porém, trata-se de uma paródia em português de uma antiga canção chamada “The Mad Ku-Ku” (19??), composta pelo cineasta e diretor musical norte-americano Marvin Hatley (1905-1986) para a trilha sonora de uma das obras estreladas pela famosa dupla de comediantes Oliver Hardy (1892-1957) e Stan Laurel (1890-1965), conhecidos no Brasil como O Gordo e o Magro. Por conta disso, quando o álbum “Atenção, Creuzebek: a Baixaria Continua!” (EMI/ hoje Universal Music, 1998) foi lançado, a canção foi intitulada "Sabão Crá Crá (The Mad Ku-Ku)".


7- “Uma Arlinda Mulher”
Escrita por Alecsander Alves Leite (Dinho), Júlio César Barbosa (Júlio Rasec) e Alberto Hinoto (Bento Hinoto)

Paródia da música romântica e da linguagem rebuscada de cantores como Belchior (1946-2017), quem o tecladista Júlio Rasec imita no segundo refrão, o que daria origem também à vinheta "Belchi" (de Dinho e Júlio Rasec, raridade resgatada para o álbum “Atenção, Creuzebek: a Baixaria Continua!”). Seu título refere-se ao filme “Uma Linda Mulher” (“Pretty Woman”, Touchstone Pictures, 1990), estrelado por Julia Roberts. Quanto à estrutura musical, faz-se forte alusão à canção "Fake Plastic Trees" (de Colin Greenwood, Ed O'Brien, Jonny Greenwood, Phil Selway e Thom Yorke 1995) do Radiohead, além de haver referência à chamada da guitarra distorcida de "Creep" (de Colin Greenwood, Ed O'Brien, Jonny Greenwood, Phil Selway e Thom Yorke, 1993), também do Radiohead, antes do refrão. A página Mamonas Nostalgia (@mamonasnostalgia) no Tik Tok diz que, a respeito do verso “Você foi agora a coisa mais importante que já me aconteceu neste momento em toda a minha vida”, em seguida, ainda no refrão, os compositores explicam essa frase dizendo: “Um paradoxo do pretérito imperfeito complexo com a Teoria da Relatividade”. Caso não tenha entendido nada, a Teoria da Relatividade criada pelo físico alemão Albert Einstein (1879-1955) aceita tanto o evento passado (“você foi” / “já me aconteceu” ) quanto o evento presente (“agora” / “neste momento”). A parte mais engraçada da música é a final em que Dinho brinca com o fade-out aplicado pelo Rick Bonadio, o Creuzebeck: “Logo agora que você estava quase entendendo o que eu estou falando / A canção está acabando e o Creuzebeck está abaixando ali o volume / E você não entende nada mesmo porque quando você estiver em sua casa nesse momento a música vai tá baixinha…”
"Olha, eu sempre achei a música dos Mamonas muito alegre, muito livre, muito solta e naturalmente incensurável, música de adolescente. E durante muito tempo no Brasil valeu como válvula de escape para esse tipo de repressão, a palavra que sempre houve entre nós e que eles souberam tão bem dramatizar, souberam tão bem colocar em cena no palco, com vigor, com energia, com juventude, com alegria. Então, me senti muito, muito feliz com a lembrança que eles tiveram em parodiar a minha voz e, enfim, um estilo todo de composição", disse o próprio Belchior em uma entrevista antes de uma apresentação no interior de São Paulo, aparentemente no mesmo ano de 1995.


8- “Cabeça de Bagre II”
Escrita por Alecsander Alves Leite (Dinho), Júlio César Barbosa (Júlio Rasec), Alberto Hinoto (Bento Hinoto), Sérgio Reis de Oliveira (Sérgio Reoli) e Samuel Reis de Oliveira (Samuel Reoli)
Músicas incidentais:
a) “Baby Elephant Walk” (de Henri Mancini, 1961)
b) “Woody Woodpecker Song” (“Tema do Pica-Pau”) (de George Tibbles e Ramey Idriss, 1947)

É baseada na experiência do vocalista Dinho na quinta série primária. A letra, a forma falada de cantar e os vocais repetidos no fim de algumas palavras, além do título da canção, é uma paródia de "Cabeça Dinossauro" (de Paulo Miklos, Branco Mello e Arnaldo Antunes, 1986) dos Titãs. Já na parte instrumental, um dos solos de guitarra é uma referência à risada do personagem Pica-Pau e um dos riffs principais é "Baby Elephant Walk", trilha infantil composta pelo músico americano Henry Mancini (1924-1994), que nos tempos da Jovem Guarda ganhou versão brasileira chamada "O Passo do Elefantinho" (versão de Ruth Blanco, 1963) popularizado através do Trio Esperança. A canção também faz um trocadilho com o termo “tetracampeão”, uma referência à vitória da Seleção Brasileira de Futebol na copa do ano anterior, em 1994, modificando-o para “tretacampeão”, ou seja, falando que o Brasil é campeão também em tretas, no sentido de falsidade ou trapaças. Sem falar que, desde o começo, eu “delirei” com o riff do guitarrista Bento Hinoto na introdução. Uma das faixas mais inteligentes dos Mamonas.


9- “Mundo Animal”
Escrita por Alecsander Alves Leite (Dinho)

A letra trata das situações e características cômicas que alguns animais podem trazer. A canção começa com o cantor Dinho chamando o Creuzebeck, apelido de Rick Bonadio, e, em seguida, entra um riff de guitarra bastante característico do hard rock, porém no decorrer da canção ela assume uma levada mais pop. Além de Dinho imitar o jeito do cantor brega Falcão, na parte final da canção é possível perceber uma referência a um trecho de “Toda Forma de Amor” (de Lulu Santos, 1988).


10- “Robocop Gay”
Escrita por Alecsander Alves Leite (Dinho) e Júlio César Barbosa (Júlio Rasec)

A música foi escrita sob encomenda do político Geraldo Celestino, então candidato de Guarulhos, para animar "showmícios" durante as eleições de 1994. Inicialmente batizada de "Demerval, o Machão", a música foi gravada de primeiro take, ou seja, a primeira gravação é a que está no disco final lançado. "Robocop Gay" foi uma das 2 canções – juntamente com “Pelados em Santos” - que foram gravadas numa fita demo que os Mamonas enviaram a várias gravadoras, e que os fez assinar com a EMI. Em entrevista ao extinto programa Jô Soares Onze e Meia do SBT, os Mamonas admitiram que a letra teve inspiração de um personagem do próprio Jô Soares (1938-2022), o Capitão Gay. Versões ao vivo da canção contavam com o "Melô do Piripiri (Je Suis la Femme)" (de Mister Sam, 1981) da cantora Gretchen, inserido antes do refrão. A princípio da canção, o gay é descrito de forma caricata, o que seria inaceitável hoje em dia, porém, na metade da música, Dinho muda o tom conscientizando que homossexual também é um ser humano. “A letra de 'Robocop Gay' brinca com a ideia de transformação e identidade sexual, utilizando a figura de um 'robô' que passa por mudanças físicas e comportamentais. A música desafia estereótipos e preconceitos, sugerindo que, independentemente das diferenças, todos têm o direito de ser quem são, sem medo de julgamentos ou discriminação.” (Letras . Mus . Br / Terra)


11- “Bois Don’t Cry”
Escrita por Alecsander Alves Leite (Dinho)

Paródia da música sertaneja, o título bilíngue da faixa é uma alusão à "Boys Don't Cry" (de Robert Smith, Lol Tolhurst e Michael Dempsey, 1979) da banda The Cure com forte influência no arranjo e no vocal do cantor Waldick Soriano (1933-2008). E há um trecho da música "Tom Sawyer" (de Geddy Lee, Neil Peart, Alex Lifeson e Pye Dubois, 1981) da banda canadense Rush e a parte mais pesada da música usa como base a canção "The Mirror" (de James LaBrie, John Myung, John Petrucci, Kevin Moore e Mike Portnoy, 1994) do grupo americano Dream Theater. Uma referência ao filme “Contatos Imediatos de Terceiro Grau" (“Close Encounters of the Third Kind”, EMI Films, 1977) termina a música. Outras referências são uma piada musicada por Juca Chaves (1938-2023) intitulada "Sou Sim e Daí", presente no seu álbum “Ao Vivo” (Phonogram / hoje Universal Music, 1972) e a famosa frase “Ser ou não ser, eis a questão” (“To be, or not to be, that is the question”) da peça “A Tragédia de Hamlet, Príncipe da Dinamarca” (“The Tragedie of Hamlet, Prince of Denmarke”, 1599-1601) de William Shakespeare (1564-1616). Essa é uma das minhas músicas preferidas dos Mamonas pela inclusão de “The Mirror” do Dream Theater, “Tom Sawyer” de Rush e Juca Chaves.


12- “Débil Metal”
Escrita por Alecsander Alves Leite (Dinho), Júlio César Barbosa (Júlio Rasec), Alberto Hinoto (Bento Hinoto), Sérgio Reis de Oliveira (Sérgio Reoli) e Samuel Reis de Oliveira (Samuel Reoli)

O nome é um trocadilho unindo a expressão débil mental, inadequada nos dias de hoje, com heavy metal/death metal. Dinho canta a música num estilo que lembra bastante o de Max Cavalera, então líder do Sepultura. Esse metal cuja letra consiste em frases desconexas em inglês é uma sátira para quem não se importa com a letra ou não tem ideia do que ela se trata e se interessa mais com a estética da música, como está claro no refrão em que Dinho canta no idioma estrangeiro: “você não entende? / Você não entende, cara? / Então sacuda a cabeça/ então sacuda a cabeça, otário!”


13- “Sábado de Sol”
Escrita por Pedro Knoedt, Felipe Knoblitch e Rafael Ramos

Esta é uma das duas únicas canções que não são de autoria dos Mamonas, sendo composta pelos 3 membros da banda Baba Cósmica: Pedro Knoedt, Rafael Ramos - filho do produtor João Augusto Soares, diretor artístico da gravadora EMI na época - e Felipe Knoblitch. Gravá-la foi um modo de fazer um agradecimento ao Rafael Ramos, que apadrinhou a banda e bancou sua contratação na gravadora de seu pai. Rick Bonadio teve a ideia de transformar o registro em uma vinheta, tal como “Sabão Crá-Crá”, durando menos de um minuto e com o acompanhamento solitário do violão. Foram feitas duas versões vocais. Na primeira, os cinco debochavam da pronúncia carioca do Baba Cósmica. Na segunda, atacavam com a pronúncia guarulhense um tanto quanto italianada. Na seleção final foi escolhido o take inicial.


14- “Lá Vem O Alemão”
Escrita por Alecsander Alves Leite (Dinho) e Júlio César Barbosa (Júlio Rasec)

É um trocadilho com o nome de um pagode de muito sucesso na época, "Lá Vem o Negão" (de Zelão, 1993) do grupo Cravo e Canela. Nesta canção, Dinho satiriza os estilos vocais dos cantores Luiz Carlos do grupo Raça Negra (primeira parte) e Netinho de Paula, então líder da banda Negritude Júnior, cujo o percussionista Fabinho participou da música, juntamente com Leandro Lehart do Art Popular, no cavaquinho. Segundo Dinho, esta foi a música que deu mais trabalho para fazer, porque eles não sabiam tocar pagode, e por isso tiveram que pedir ajuda aos pagodeiros.



Créditos:

Todos os créditos estão nos encartes do disco.

Dinho: vocal e violão em "Uma Arlinda Mulher"
Bento Hinoto: guitarra, violão, backing vocals e contrabaixo em "1406"
Júlio Rasec: teclado e backing vocals, vocal em "Vira-Vira" e "Uma Arlinda Mulher"
Samuel Reoli: contrabaixo e backing vocals
Sérgio Reoli: bateria e backing vocals

Músicos adicionais:
Rick Bonadio (Creuzebeck): produção, triângulo em "Jumento Celestino", scratches em "1406" e wah-wah em "1406"
Paquito: trompete em "Pelados em Santos" e "Bois Don't Cry"
César do Acordeom: acordeom em "Jumento Celestino"
Leandro Lehart (Art Popular): cavaquinho em "Lá Vem o Alemão"
Fabinho (Negritude Júnior): percussão em "Lá Vem o Alemão"

Demais créditos:

Produção: Rick Bonadio
Direção artistica: João Augusto
Gravado no Estúdio Bonadio, em São Paulo, por Rick Bonadio, Rodrigo Castanho e Junior Lane
Mixado no Estúdio The Enterprise, em Los Angeles, Estados Unidos, por Jerry Napier
Assistente técnico: Roger Sommers

Fotografia: André Paoliello
Ilustração: Carlos Sá
Concepção da capa: Mamonas Assassinas
Projeto gráfico: Mario Busch e Patricia Delgado
Fotolito: Intek


Fontes:

“Brasil Exclusivamente” - A Grande Orquestra de Paul Mauriat (1977)



Eu tinha comprado este ótimo LP do maestro Paul Mauriat (1925-2006) em uma dessas feiras da pulga que houve aqui em Itajaí. Além do arranjador americano Ray Conniff (1916-2002), o músico francês é um dos maestros estrangeiros que tem mais empatia com a música brasileira, sempre com a roupagem luxuosa de orquestra de cordas e metais. O “Brasil Exclusivamente” lançado em 1977 pela Phonogram (hoje Universal Music) reúne algumas das músicas nacionais que foram sucessos até então, como “Só Louco” na regravação da Gal Costa (1945-2022), “Moça” de Wando (1945-2012), “Mulher Brasileira” de Benito di Paula e “Não Deixe o Samba Morrer” da Alcione. E por falar em Alcione, há uma curiosidade neste disco: a faixa “Sabiá Marrom”, composta pelo próprio Paul e Pierre Delanoë (1918-2006), foi feita especialmente para a cantora. A letra ficou por conta dos brasileiros Totonho e Paulinho Rezende. Alcione havia gravado dois anos depois para o seu LP “Gostoso Veneno” (PolyGram / hoje Universal Music, 1979), mas a música ficou de fora, sendo resgatada apenas em 2010 pelo jornalista Rodrigo Faour para o CD “Sabiá Marrom: O Samba Raro De Alcione” que foi o álbum de faixas raras e sobras de estúdio da fase inicial da carreira da maranhense.

Confira a lista de faixas e sinta o peso do luxo desse disco!



“Brasil Exclusivamente”
A Grande Orquestra de Paul Mauriat
℗ 1977 Discos Philips / Companhia Brasileira de Discos Phonogram (hoje Universal Music Brasil)


“Este é o meu terceiro LP reunindo as minhas canções preferidas do mais musical dos países: o Brasil. Desta vez, além das músicas, pude utilizar na gravação a arte e o talento dos seus músicos, bem como o engenho dos técnicos de som do mais moderno estúdio da América Latina: o da Phonogram, no Rio de Janeiro.
A todos esses profissionais, que me proporcionaram a realização desse trabalho de grande satisfação pessoal, a minha eterna gratidão, extensiva igualmente e compositores desta música maravilhosa que é, sem dúvida, a música brasileira.
Muito obrigado,
Paul Mauriat”


Ficha Técnica:
Gravado nos Estúdios da Phonogram, Rio de Janeiro
Técnico de Gravaçāo: Luigi Hoffer
Mixado no Studio des Dames, Paris
Técnico de Mixagem: Dominique Poncet
Produzido por PAUL MAURIAT para a PHONOGRAM
Lay out da capa: LOBIANCO
Arte Final: ARTHUR FRÓES


1. MULHER BRASILEIRA - (3:13)
Escrita por Benito di Paula, 1975

2. MORTE DE UM POETA - (3:34)
Escrita por Totonho e Paulinho Rezende, 1976

3. SABIÁ MARROM - (2:54)
Música de Paul Mauriat e Pierre Delanoë
Letra de Paulinho Rezende e Totonho

4. SÓ LOUCO - (3:00)
Escrita por Dorival Caymmi, 1955

5. JUÍZO FINAL - (2:45)
Escrita por Nelson Cavaquinho e Elcio Soares, 1973

6. MOÇA - (3:24)
Escrita por Wando, 1975

7. NÃO DEIXE O SAMBA MORRER - (4:41)
Escrita por Edson Conceição e Aloísio Silva, 1975

8. QUALQUER COISA - (2:44)
Escrita por Caetano Veloso, 1975

9. MULHERES DE ATENAS - (2:37)
Escrita por Chico Buarque e Augusto Boal, 1976

10. TRANQUEI A VIDA - (2:47)
Escrita por Ronnie Von e Tony Osanah, 1976

11. SEM AÇÚCAR - (2:07)
Escrita por Chico Buarque, 1975

12. PAVÃO MYSTERIOZO - (3:42)
Escrita por Ednardo, 1974




PLATAFORMAS DIGITAIS. É o fim das fichas técnicas musicais? Não é bem assim.



Essa ilustração acima eu sempre vejo em várias páginas do Instagram, desde os mais saudosistas até os que falam de autismo ao se tratar de hiperfoco, um dos sinais do transtorno.
HIPERFOCO NO AUTISMO: A ilustação mostra uma pessoa consolando a outra que chora, porque o modelo de placas de automóveis são diferentes e mais modernos, porém não identifica a origem do automóvel como antigamente, o que deixa o interessado inconformado. E por que eu eu estou citando esse desenho? Porque é a mesma sensação que eu tive quando se extinguiram as mídias físicas (LP's, CD's e DVD's), já que eu gostava / gosto tanto de olhar quem são os compositores, músicos participantes, arranjadores, produtores musicais e fotógrafos de capa em contracapa e encarte. "Ah, mas tem ficha técnica em vídeos-áudios oficiais no YouTube, no Wikipédia, no IMMuB (Instituto Memória Musical Brasileira), no Discogs... " sim, claro que tem, ainda bem, com a (quase) extinção das mídias físicas no Brasil e a evolução da internet. O problema é que nem sempre e nem de todos os álbuns/discos. E nem todas as fotos de etiquetas ou encarte de LP's em venda no Mercado Livre são legíveis ou nítidas. Em CD's, então, em que só há fotos de capa, contracapa e estampa do disco...

quarta-feira, 5 de março de 2025

A Bíblia e a MPB 06 - "Luz do Sol" - Caetano Veloso (1982)


Caetano Veloso

“Deus viu que tudo era muito bom” (Gênesis 1,31).


"Luz do Sol" (1982) foi escrita e primeiramente gravada por Caetano Veloso para o filme "Índia, A Filha do Sol" (Embrafilme / Filmes do Triângulo / Luiz Carlos Barreto Produções Cinematográficas, 1982) e ganhou regravações de inúmeros artistas. Mais uma vez frei Gustavo Medella usa brilhantemente um clássico da MPB para explicar o Evangelho. Esse texto publicado na Folhinha do Sagrado Coração de Jesus de 2024 se encaixaria com o tema da Campanha da Fraternidade desse ano que se inicia hoje junto à Quaresma (5 de março) com o tema "Fraternidade e Ecologia Integral" e o lema "Deus viu que tudo era muito bom" (Gn 1,31). 



BÍBLIA E MPB-6

Luz do sol. "Luz do sol, que a folha traga e traduz em verde novo, em folha, em graça, em vida, em força, em luz."
Nestes versos, o autor, Caetano Veloso, demonstra admiração e reverência pela dinâmica da natureza, que transforma luz, água, terra e ar em beleza, na sabedoria das flores. Jesus Cristo, no Evangelho, também exalta a criatividade divina quando convida: "Olhai como crescem os lírios do campo: eles não trabalham nem fiam. Porém eu vos digo, nem o Rei Salomão, em toda a sua glória, jamais se vestiu como um deles" (Mt 6,28-29). A capacidade de se admirar com a beleza inscrita por Deus na obra da criação é sinal de maturidade da parte do ser humano.

Frei Gustavo W. Medella, OFM
@freigustavomedella


Verso da página do dia 26 de dezembro de 2024 da Folhinha do Sagrado Coração de Jesus, Editora Vozes.



domingo, 16 de fevereiro de 2025

Os motivos de eu ter gostado do filme "Lilo & Stitch"


Os motivos de eu ter gostado do filme de animação "Lilo & Stitch" ( Walt Disney Pictures):

O filme é de 2002, porém, 22 anos mais tarde, virou a sensação comercial entre as crianças. Até a Laura, neta do meu ídolo Roberto Carlos e filha de Dudu Braga (1968-2021) com Valeska Braga teve no ano passado sua festa de aniversário com o tema do filme da Disney. Mas vamos para os motivos pelos quais "Lilo & Stitch" me cativou:

* Não é afirmado que a menininha Lilo, a protagonista do filme, tenha autismo, mas muitas crianças autistas e suas famílias podem se identificar com suas atitudes e emoções. Ela tem dificuldade para se comunicar e lidar com emoções, e se sente incompreendida por todos. Também não tolera mudanças de rotina (se não houver pasta de amendoim pro sanduíche do seu "fofuxo" de toda quinta-feira, ela tem crise). Adora cuidar de animais menos favorecidos como o alienígena Stitch que ela jura ser um cachorro e tem como o hiperfoco Elvis Presley (1935-1977).

* a trilha sonora com o rei do rock Elvis Presley, o ídolo da Lilo, que foi um fenômeno musical quando a garotinha nem era nascida. Isso me faz lembrar um certo alguém em relação ao outro rei, Roberto Carlos.

*a exclusão social é um assunto abordado através dos protagonistas. O "animalzinho" Stitch é rejeitado pelo seu planeta de onde veio e a Lilo por outras meninas que a acham estranha. 

Inclusive este vídeo abaixo da página UN do Facebook / YouTube no quadro "Personagens que  podem ser ou são autistas" explica os sinais do possível autismo da Lilo.


   

https://www.facebook.com/share/v/1BGw1jTB2y/


Sinopse 

*dubladores originais
*dubladores brasileiros

Numa exótica ilha do Havaí, há uma garotinha solitária chamada Lilo Pelekai (Daveigh Chase* /Bianca Salgueiro**) que adora cuidar de animais menos favorecidos. Lilo tem o costume de coletar lixo reciclável nas praias para, com o dinheiro recebido, comprar comida para peixes. Até que, em um belo dia, ela encontra um cachorro e decide adotá-lo. Entretanto, este cachorro na verdade é Stitch (Chris Sanders* / Márcio Simões** ), um ser alienígena que é um dos criminosos mais perigosos da galáxia. Agora, Stitch esconde quatro de suas seis pernas e decide se fazer passar por um cachorro comum, ficando amigo de Lilo.

Lilo Pelekai, que é criada pela sua irmã mais velha, a adolescente Nani Pelekai (Tia Carrere* / Marília Rodrigues**), após a morte de seus pais. Elas são supervisionadas pelo assistente social Cobra Bubbles (Ving Rhames*/ Paulo Flores**, 1944-2003), que duvida que Nani consiga cuidar adequadamente de Lilo. Bubbles ameaça colocar Lilo em um orfanato se a situação das Pelekais não melhorar em três dias. Nani tenta manter o emprego no restaurante, mas, após o incidente no estabelecimento causado por Stitch, Nani é despedida, é advertida mais uma vez pelo Cobra Bubbles caso não encontre outro trabalho pra sustentar a irmã, tenta em inúmeras áreas, mas as travessuras de Stitch arruínam persistentemente as chances de Nani encontrar trabalho.

Fonte: Dublapédia 

https://dublagem.fandom.com/wiki/Lilo_%26_Stitch



"Ohana quer dizer família. E família quer dizer nunca abandonar ou esquecer".

"Day By Day" - Paul Mauriat / tema de encerramento das transmissões da Rede Globo nos anos 1970

 

O maestro Paul Mauriat 

Esta é uma adaptação do inesquecível músico Paul Mauriat (1925-2006) de "Day by Day" (música de Stephen Schwartz e letra de John Michael Tebelak, 1971) da peça musical "Godspell" (1971) baseada no Evangelho de Jesus Cristo Segundo São Mateus que ganhou uma adaptação cinematográfica da Columbia Pictures de 1973 e montagens nos Estados Unidos e em outros países, inclusive no Brasil. Essa versão de "Day By Day" é de um dos álbuns do orquestrador francês, "Last Summer Day" (Japan Philips Records/ Philips, hoje Universal Music, 1972) lançado exclusivamente para o Japão. Aqui no Brasil ela é conhecida por ter sido a música de fundo da vinheta do encerramento (ou da "chegada da colorbar/barras de cor") da programação diária da Rede Globo entre 1972 e 1975, tanto que foi incluída no LP duplo "A Arte de Paul Mauriat" (1974) da famosa coletânea brasileira "A Arte De" da gravadora Phonogram/PolyGram/Universal Music e, em seguida, em outra coletânea "A Popularidade de Paul Mauriat" (1975). Não há mais registro da vinheta, já que infelizmente a fita foi perdida pelo incêndio na sede da Globo em 1976, apenas adaptações genéricas do YouTube.

Segundo o canal "Clube da Memória da TV" de Júlio César Brecci no YouTube, entre 1972 e 75, antes da vinheta do "ATÉ AMANHÃ (também conhecida como "A Vinheta da Aldeia Global"), havia uma vinheta de encerramento da Globo, sempre após as exibições dos filmes da "Sessão Coruja" e da "Coruja Colorida", que era muito diferente. "A vinheta era assim: primeiro, era mostrado um botão de rosa se abrindo em flor; depois aparecia uma criancinha loira, rindo e caminhando alegremente num gramado, além de também aparecer uma imagem do sol. Em seguida, vinha um texto dizendo: 'Faremos uma pausa para preparar a programação para o homem do Ano 2000'". 

Capa do LP "Last Summer Day" de Paul Mauriat,  lançado no Japão.




Capa do LP duplo de "A Arte de Paul Mauriat". 




 



"Minha Herança" - Ana Castela


No ano passado, Ana Castela apresentou uma música que vem emocionando ouvintes, "Minha Herança" (de Leo Souzza e Mateus Felix), primeira faixa do projeto "Herança Boiadeira" (AgroPlay Records), gravado em Londrina (PR). Eu venho ouvindo esta linda canção que fala da própria boiadeira exaltando a nostalgia e a infância no ambiente rural até na Rádio Evangelizar FM (99,5 MHz), a rádio curitibana da Rede Evangelizar de Comunicação fundada pelo Padre Reginaldo Manzotti (adoro essa rádio! Eu a ouço pela internet). 
Com esse projeto, Ana Castela visou resgatar as raízes e manter a herança da sua vida, incluindo reunindo nomes da música sertaneja raízes como Perla Paraguaia, Jayne, Gian & Giovani, Trio Parada Dura, entre outros.



"Minha Herança"
Escrita por Leo Souzza e Mateus Felix
Interpretada por Ana Castela
℗ 2024 AgroPlay Records

(Essa mexe com meu coração)

Saudade de abrir a janela
Ver como o céu tá bonito
É que na cidade grande
Prédio esconde o que Deus fez de mais lindo

Em meio a tanta correria
Em meio a tanto compromisso
Quando sobra um tempo, eu volto
Pra fazenda, eu volto pro meu paraíso

Em cima do cavalo
Passa um filme na cabeça
De quando eu era criança
Cantando só por brincadeira

Tempo que não volta
O vô e a vó conversando e nós correndo em volta
Ficar até tarde acordado escutando história
Daria todo o meu dinheiro pra ter isso agora
Tempo que não volta
O vô e a vó conversando e nós correndo em volta
Ficar até tarde acordado escutando história
Daria todo o meu dinheiro pra ter isso agora

Coisas que vivem pra sempre na minha lembrança
Essa é minha herança


domingo, 9 de fevereiro de 2025

"Estrada da Vida" - Milionário e José Rico


Você certamente já ouviu este famoso mantra: "estude enquanto eles dormem, trabalhe enquanto eles divertem, lute enquanto eles descansam e viva o que eles sempre sonharam". Uma mensagem aparentemente linda e motivadora, porém perigosa. É só ver quantas pessoas que estudam e trabalham se sentem mal com esse ditado e com toda a razão. Para os coachs mais tóxicos, quem discordar ou não seguir essas regras para ocupar o lugar mais alto do pódio é pior do que insignificante, será ninguém e é tachado de preguiçoso. Palpite infeliz. E a tal mensagem nos deixa uma dúvida: ela está nos induzindo a ser ou a ter? 
Um dos exemplos musicais que nos faz pensar sobre isso é um dos clássicos sertanejos "Estrada da Vida" (de José Rico, 1977) da dupla Milionário & José Rico (1946-2015). A música fala sobre a busca incessante pelo sucesso e reconhecimento, uma corrida que muitas vezes não permite pausas ou descanso. Porém, chega o momento em que a pessoa é atingida pelos inevitáveis efeitos colaterais causados pela obsessão insalubre de alcançar o primeiro lugar, como falam os versos "Mas o tempo cercou minha estrada / e o cansaço me dominou / minhas vistas se escureceram / e o final da corrida chegou". Quem sofreu de estafa ou síndrome de burnout sabe muito bem e é a ambos e a doenças como depressão que leva a lógica do "trabalhe/estude enquanto eles dormem". Seja focado e disciplinado, sim, "mas viva, descanse, ame, divirta-se e colecione momentos, pois a vida passa muito rápido" (Ester Morgan , @estermorganoficial / Instagram)


Sobre a música 

Em uma entrevista, José Rico contou como havia escrito "Estrada da Vida": 
"Eu me lembro que em 1976 nós fizemos uma campanha política numa cidade próxima de Rio Preto, Olímpia (SP). Isso marcou justamente porque a gente ficava sempre em Rio Preto nessas ocasiões e, naquela vez, nós saímos daqui pra fazer um show em Goiás. Lembro que eu comprei, num estacionamento aqui de Rio Preto, uma Brasília verde. E fomos viajar com ela. Da cidade de Mineiros a Itumbiara, em Goiás, já na volta pra São Paulo, surgiu a música 'Estrada da Vida'".
O disco homônimo foi lançado pela gravadora Warner Music no ano de 1977. O álbum chegou a alcançar 750 mil cópias vendidas, chegando ao prêmio de disco de platina triplo. Três anos mais tarde, veio o filme "Estrada da Vida" (José Raimundo Produções Cinematográficas/ Nacional Artistas Unidos Produções Cinematográficas (NAU)/ Vilafilmes Produções Cinematográficas, 1980) estrelado pela dupla. A canção sertaneja serviu de inspiração para Humberto Gessinger, então vocalista da banda de rock  Engenheiros do Havaii e fã de Milionário e José Rico, compor "Infinita Highway" (1987) e foi regravada por Fábio Jr. para o seu álbum "Romântico" (Sony Music, 2009).


"Estrada da Vida"
Escrita por José Rico
Interpretada por Milionário e José Rico
℗ 1977 Chantecler / Warner Music Brasil


Nesta longa estrada da vida
Vou correndo e não posso parar
Na esperança de ser campeão
Alcançando o primeiro lugar

Na esperança de ser campeão
Alcançando o primeiro lugar

Mas o tempo cercou minha estrada
E o cansaço me dominou
Minhas vistas se escureceram
E o final da corrida chegou

Este é o exemplo da vida
Para quem não quer compreender
Nós devemos ser o que somos
Ter aquilo que bem merecer

Nós devemos ser o que somos
Ter aquilo que bem merecer

Mas o tempo cercou minha estrada
E o cansaço me dominou
Minhas vistas se escureceram
E o final desta vida chegou

domingo, 2 de fevereiro de 2025

Feliz aniversário, Laine Valgas!

 


Se eu tivese que dizer quem são os jornalistas que eu admiro, eu diria que são Izabella Camargo (ex da Rede Globo, ex-dançarina do programa "Fantasia" do SBT nos anos 1990 e autora do livro "Dá Um Tempo!" - Principium /Editora Globo, 2020 / clique aqui para ver a postagem sobre o livro), André Trigueiro (da Rede Globo e autor do livro "Viver É A Melhor Opção" - Editora Correio Fraterno, 2015 / clique aqui para ver a postagem sobre o livro) e Laine Vargas do NSC TV (afiliada da Rede Globo em Santa Catarina). E é desta que vou falar hoje, já que amanhã, 3 de fevereiro, ela fará 52 anos de vida. Aqui em Itajaí só dá para acompanhar a Laine pela TV aos sábados ao meio-dia no Jornal do Almoço que é quando o telejornal catarinense é transmitida dos estúdios da filial da NSC na capital, Florianópolis, onde ela trabalha, para exibir as principais notícias de todo o estado.

Laine Valgas nos bastidores do Jornal do Almoço Florianópolis da NSC TV. (Foto: @lainevalgas / Instagram)


Quem é Laine Valgas?

Laine Valgas nasceu no dia 3 de fevereiro de 1973 e é jornalista desde 1994. Apresentadora da NSC TV (afiliada Rede Globo em SC), possui graduação em Jornalismo pela Universidade Federal de Santa Catarina (1994) e pós-graduação em Neurociências, Psicologia Positiva e Mindfulness pela PUC/PR (2022). Tem experiência na área de Educação Emocional, Mental, Inteligência Emocional, Oratória e Comunicação. É palestrante e professora de pós-graduação na área de Coaching e Comunicação e Neurociências e Coaching. Na TV e na Rádio CBN, Laine comanda o "Fique Bem", seriado dentro do Jornal do Almoço e podcast na Rádio que trabalha a saúde mental e emocional do espectador, com ferramentas fundamentadas na Neurociência, Psicologia Posiva e Mindfulness.


Laine já entrevistou inúmeros artistas, tanto nos estúdios do Jornal do Almoço quanto fora dele. Em março de 2013 se encontrou com ninguém menos que o rei (e meu mozinho, hehe!♡) Roberto Carlos a bordo do cruzeiro do projeto Emoções em Alto Mar onde ele fez show. Dias depois, em 6 de abril, ela anunciou a entrada do cantor Roberto Carlos no palco montado no estádio Orlando Scarpelli, na capital, onde o cantor se apresentou.

sábado, 1 de fevereiro de 2025

Blow Records, o melhor do flashback com inteligência artificial dos anos 60, 70 e 80.


Ludmilla em versão IA.


Na postagem anterior, eu falei sobre a versão alterada com inteligência artificial da música "Descer Pra BC" (de João Dalzoto e Ariosto Porto Müller "DJ Ari SL", 2024) da dupla sertaneja Brenno & Matheus para um rock and roll dos anos 1960 (clique aqui) pela produtora Blow Records, conhecida por converter sucessos brasileiros em som vintage / retrô com melodia diferente da original. Alguns são de hits bem conhecidos, outros bem desconhecidos pelo fato de alguns deles serem de funks com letras constrangedoras e pornográficas demais para serem executadas nas rádios. Em muitos casos, as músicas produzidas pela Blow Records nos faz cair na gargalhada pela combinação de estética sonora das décadas do século 20 com letras de padrões atuais. Acho que vou passar a ouvir várias músicas da Blow Records cada vez que eu ficar triste.
E aqui neste post selecionei alguns dos meus preferidos e muito bem trabalhados da produtora musical com IA. Tão bem trabalhados que nem parecem artificiais ou produzidos entre 2024 e 2025.


*"Me Libera" (de Max Murilo, 2009) - Banda Djavú / "versão 1982"

Um dos sucessos do tecnobrega da década de 2000 transformado em um funk da primeira metade dos anos 1980. "Lincoln Olivetti (1954-2015) e Robson Jorge (1954-1992) pela Som Livre", disse um internauta nos comentários. Risos. Até eu dei uma dançadinha aqui.            


*"Caneta Azul" (de Manoel Gomes, 2020) - Manoel Gomes / "versão 1983"

Ainda no clima Lincoln Olivetti e Robson Jorge, a música-meme de 2020 ganhou um toque charmoso.  Essa eu também curti. 


*"Fala Mal de Mim" (de Ludmilla, 2014) - Ludmilla / "versão 1967"

Uma empreitada em cima um dos primeiros sucessos da ex-Mc Beyoncé. Adorei essa ideia de terem transformado a Ludmilla em uma Etta James (1938-2012) ou Aretha Franklyn (1942-2018), como também morri de rir com os versos "a porrada come", "as mina aqui da área" e "oh, recalcada, escuta o papo da Ludmilla".



*"Amor ou o Litrão" (de Ezequias Rocha Gomes "MC EZ", 2020) - Menor Nico e Petter Ferraz / "versão 1965"

Sem comentários, amei o novo arranjo rock and roll sessentista. Na parte final o andamento aumenta. Impressionante!



*"Acorda Pedrinho" (de Bernardo Crisostomo Pasquali, Bernardo Derviche Hey, Gabriel Dunajski Mendes, Gustavo Pimentel Karam e Rafael Dunajski Mendes, 2022) - Jovem Dionísio / "versão 1962"

Uau, hein? Ficou uma brasa, mora?



*"Já Que Me Ensinou a Beber" (Ricardus Jr., Thallysson Lima, Walber Cassio e Xuxinha , 2019) -  Barões da Pisadinha / "versão 1976"

Pura soul music setentista e ao mesmo tempo me fez cair na gargalhada pela combinação da estética romântica internacional dos anos 1970 _dessas que as nossas mães curtiam no auge da sua adolescência_ com letra típica da música brega sobre alcoolismo e mais um detalhe citado nos comentários do vídeo: "'Achei sua foto no meu celular'. Em 1976 o cara é brabo do futuro mermo, kkkkkkkk!". Gargalhadas.


*"Casca de Bala" (de Flávio Pizada Quente, 2024) - Thullio Milionário / "versão 1982"
 Mais uma pisadinha cujo título é uma gíria para um amigo mais íntimo e fiel, mas com a roupagem de funk oitentista. 



*"Lepo-Lepo" (de Filipe Escandurras e Magno Santana, 2013) - Psirico / "versão 1988"

Ainda no clima de funk dos anos 1980.


*Burguesinha (de Seu Jorge, Gabriel Moura e Pretinho da Serrinha, 2007) - Seu Jorge / "versão 1974"

Eu gosto dessa música, tanto na versão original do Seu Jorge quanto na versão IA do Sir. George Hendrix. Risos

 



 *"Glamourosa" (de MC Marcinho, 2001) - MC Marcinho (1977-2023) /"versão 1965"

Um glamour dos anos 1960 sobre o funk do saudoso MC Marcinho inspirado na apresentadora Xuxa, segundo o próprio.

 


A SEGUIR UMA PEQUENA PLAYLIST PRA SENTIR O GOSTINHO DA LENDÁRIA MOTOWN RECORDS:


*"Que Tiro Foi Esse?" (de DJ Batata e Pitter Correa, 2017) - Jojo Todynho / "versão 1974"

Que tiro foi esse, hein? Risos.



*"10k" (de Raffa Moreira, 2018) - Raffa Moreira / "versão 1977"

A versão original dessa eu sinceramente não conhecia, mas essa versão da Blow Records ficou show.
 


*"Bang!" (de Anitta, Umberto Tavares, Jeferson Junior e Matheus Santos, 2015) - Anitta / "versão 1976"

 


*"Céu Azul" (de Chorão e Thiago Castanho, 2011) - Charlie Brown Jr/ "versão 1962"

Festa de Lançamento do "Clube do Samba" (Fantástico, 1979)

"Meninos da Mangueira" - Ataulpho Jr. e Diogo Nogueira no programa "Samba da Gamboa" na TV Brasil