Meu nome é Jeane Martins, a Jê (com jota!).Sou de Itajaí,Santa Catarina e autista (e apaixonada pela Portela, a rainha do carnaval do Rio de Janeiro) :D - @jeaneportelense

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sexta-feira, 1 de agosto de 2025
Sextou com "O Lago dos Cisnes" Tchaikovsky!
domingo, 27 de julho de 2025
Irmã Marizele e Irmã Marisa - "Vocação"
As irmãs Marisa e Marizele, religiosas da Copiosa Redenção.
"A messe é grande, mas os operários são poucos"
Mateus 9:37 e Lucas 10:2.
Eu já conhecia o trabalho da Irmã Marizele como cantora através da Rádio Evangelizar FM (99.5 MHz) de Curitiba (PR) que eu ouço online pela música sertaneja católica "Lua" (de Ir. Marizele Isabel Cassiano Rego, 2024). Porém, a partir do dia 20 de maio desse ano, ela e sua colega da Congregação Copiosa Redenção, a Irmã Marisa de Paula Neves, ganharam uma repercusão mundial. Durante a sua participação no programa Família de Amor da TV Pai Eterno apresentado pelo Frei Giovane Bastos, as irmãs fizeram a sua versão hip hop da música "Vocação de Amar e Servir" (de Luana Pereira, 2009) gravada pela própria congregação e com direito a beatbox da Marizele. E isso bastou para que virasse notícia na imprensa mundial e chamasse atenção até da atriz americana Viola Davis que repassou o vídeo em sua página no Instagram e questionou na legenda em tom de brincadeira: "Irmã Mary Clarence????", referindo-se à personagem de Whoopi Goldberg no filme "Mudança de Hábito" ("Sister Act", Touchstone Pictures, 1992). A própria Whoopi reagiu ao vídeo das freiras brasileiras em seu programa The View do canal ABC: "Sempre que você puder louvar a Deus com alguma canção, acho que é um ótimo sinal! É quase 'Mudança de Hábito' na vida real". Lógico que, com a repercusão, a dupla virou matéria no Fantástico da Rede Globo e se apresentou em vários programas de TV como o Programa Silvio Santos apresentado pela Patrícia Abravanel no SBT e Melhor da Noite na Band.
E em razão desse sucesso, as irmãs Marizele e Marisa da Copiosa Redenção resolveram regravar "Vocação" com a participação do DJ Baruch. Adorei, mesmo!
Fontes:
*G1https://g1.globo.com/go/goias/noticia/2025/05/29/freiras-que-viralizaram-com-beatbox-chamam-a-atencao-de-viola-davis-e-repercutem-em-outros-paises.ghtml
*Pai Eterno
https://www.paieterno.com.br/2025/06/03/irmas-da-copiosa-redencao-viralizam-internacionalmente-com-beatbox-na-tv-pai-eterno/
*CNN Brasil
https://www.cnnbrasil.com.br/entretenimento/mudanca-de-habito-whoopi-goldberg-reage-a-freiras-que-viralizaram-na-web/
domingo, 20 de julho de 2025
"Um Broto Legal" (2022) - a cinebiografia da Celly Campello
Marianna Alexandre, a dubladora da Wandinha, interpreta a primeira popstar brasileira neste filme de Luiz Alberto Pereira.
Como acompanhante da programação da TV Aparecida, recentemente assisti à Tela de Sexta, sessão de filmes exibida pela emissora católica, com o filme brasileiro "Um Broto Legal" (Pandora Filmes, 2022), uma cinebiografia sobre a cantora Celly Campello (18 de junho de 1942 - 4 de março de 2003) e seu irmão, o também cantor Tony Campello que hoje tem 89 anos e colaborou com a produção do filme. Não perdi, já que sou fã das décadas de 1950 e 1960 e dos primórdios do rock and roll, como também eu já tenho um CD relançado do primeiro álbum da Celly Campello, o "Estúpido Cupido" (Odeon / hoje Universal Music, 1959) da coleção Odeon 100 Anos divulgada pela sua então sucessora EMI Music em 2003 com a supervisão de Charles Gavin, ex-baterista dos Titãs e colecionador de discos de vinil. O LP contou com o conjunto do acordeonista paulista Mário Gennari Filho (1929-1989), além do coro não creditado dos Titulares do Ritmo, formado por seis cantores com deficiência visual.
Cantora de clássicos juvenis como "Estúpido Cupido" (1959), versão em português de "Stupid Cupid" (de Neil Sedaka e Howard Greenfield, 1958) escrita por Fred Jorge (1928 - 1994), "Banho de Lua" ("Tintarella di Luna", de Bruno Defilippi e Francesco Migliacci, 1959, e versão de Fred Jorge, 1960), "Túnel do Amor" ("Have Lips Will Kiss in the Tunnel of Love", de Bob Roberts e Patty Fischer, 1958, e versão de Fred Jorge, 1959), "Lacinhos Cor-de-Rosa" ("Pink Shoe Laces", de Mickie Grant, 1959, e versão de Fred Jorge, 1959) e "Broto Legal" ("I'm In Love", de Hilda Earnhart, 1959, e versão de Renato Corte Real, 1960), a primeira rainha do rock 'n' roll neste filme dirigido por Luiz Alberto Pereira e divulgado em 16 de junho de 2022 é interpretada por Marianna Alexandre, cantora, compositora, atriz e dubladora de várias personagens de séries, desenhos animados e filmes, dentre elas, Wandinha/Wednesday, vivida por Jenna Ortega na série homônima da Netflix cuja primeira temporada foi lançada em 26 de novembro de 2022, o que se supõe que Marianna estaria gravando o longa-metragem e se preparando para a dublagem da série ao mesmo tempo.
Nas partes musicais da cinebiografia, a voz cantada da Celly Campello é da também cantora e dubladora Luiza Caspary que também, como artista, trabalha com acessibilidade, inclusão e representatividade para pessoas com deficiência, e a do Tony Campello (Murilo Armacollo) é de Quirino Filho, locutor, ator, produtor musical, cantor que participou de vários álbuns de músicas católicas da gravadora Paulinas-COMEP e cover do Elton John.
Luiza Caspary, a voz da Celly Campello nas músicas do longa-metragem.
Sinopse
"Um Broto Legal" conta a história da primeira cantora de rock nacional, Celly Campello (Marianna Alexandre). No final dos anos 1950, Célia Benelli Campello é uma jovem de 16 anos de Taubaté, interior de São Paulo. Uma espécie de celebridade local, ela canta na rádio da cidade, onde tem um público cativo. Seu irmão, Sergio Benelli Campello (Murilo Armacollo), aspirante a cantor, acaba se mudando para São Paulo, onde é descoberto por um caça-talentos. Depois, será a vez dela. E esse é só começo da carreira daquela que ficou conhecida como Celly Campello, precursora do rock no Brasil, e responsável por hits como "Banho de Lua" e "Estúpido Cupido". Ela, junto ao seu irmão Tony Campello como Sergio passou a se chamar popularmente, tem sua história e trajetória contada, desde Taubaté até conquistar todo o Brasil.
Celly largou a carreira no seu auge, em 1962, aos vinte anos, para se casar e morar em Campinas com José Eduardo (Edwards) Gomes Chacon (1938-2023) (no filme, vivido por Danillo Franccesco), o namorado desde a adolescência, com quem permaneceu casada até sua morte e teve dois filhos, Cristiane e Eduardo. Ela vinha sendo cogitada para apresentar o programa Jovem Guarda (Record TV, 1965-1968) ao lado de Roberto Carlos e Erasmo Carlos (1941-2022), mas recusou, sendo substituída por Wanderléa.
Em 1975 tentou relançar a carreira aparecendo no Hollywood Rock, pioneiro festival de rock no Rio de Janeiro, se apresentando com o irmão Tony Campello. O evento foi filmado para o documentário "Ritmo Alucinante" (Alfa Produções Artísticas/Embrafilme) lançado no mesmo ano. No ano seguinte foi trazida de novo ao sucesso graças à telenovela "Estúpido Cupido", homônimo do grande sucesso de 1959, na TV Globo, na qual gravou uma participação especial. Incentivada pelo sucesso da novela, tentaria retomar a carreira, chegando a gravar um disco e fazendo alguns espetáculos. Depois do término da novela, ainda gravou, nos três anos seguintes, uma série de compactos simples e duplos pela RCA Victor (hoje Sony Music), com versões de sucessos internacionais do fim dos anos 1970, muitas delas feitas por nomes secretos da música pop brasileira da época, como "A Saudade" ("It's a Heartache", de Ronnie Scott e Steve Wolfe, 1977, e versão de Carlinhos Borba Gato, 1978), sucesso da cantora galesa Bonnie Tyler, "Só Entre Dois Amores" ("Torn Between Two Lovers", de Peter Yarrow e Phillip Jarrell, 1976, e versão de Hamilton Di Giorgio, 1977) da Mary MacGregor, "Você Me Fez Brilhar" ("You Light Up My Life", de Joseph Brooks, 1977, e versão de João Walter Plinta, 1978), música apresentada ao mundo na voz de Debbie Boone e "Insisto, Amor" ("Isn't She Lovely", de Stevie Wonder, 1976, e versão de João Walter Plinta, 1977), além da regravação de "Don't Cry For Me Argentina" (música de Andrew Lloyd Webber e letra de Tim Rice, 1976) da ópera-rock "Evita".
Celly Campello morreu, vítima de câncer de mama, em uma terça-feira de carnaval, 4 de março de 2003.
Os irmãos Tony e Celly Campello na capa do LP lançado pela Continental (hoje Warner Music) em 1976. (Toque Musical)
Trailer do filme "Um Broto Legal"
sábado, 19 de julho de 2025
"Meu Samba" - o mais novo álbum da Karinah
Mauro Diniz: arranjo, regência, cavaco
quinta-feira, 17 de julho de 2025
¡Bienvenida! A edição dos biscoitos Oreo em parceria com Selena Gomez
*A ex-estrela da Disney nasceu na cidade de Grand Prairie, estado americano de Texas, onde se concentram imigrantes mexicanos e de outros países hispanófonos, e é filha de Ricardo Joel Gomez que é mexicano, mas naturalizado americano, e de Amanda "Mandy" Cornett, uma atriz de teatro e atual produtora cinematográfica americana.
**Horchata é uma bebida refrescante muito popular em países de língua espanhola, como México, Espanha e alguns países da América Central. Também conhecida como "orxata" em catalão, a horchata é feita a partir de ingredientes naturais, como chufa (tubérculo de pequena dimensão, muito semelhante ao grão de bico, com um sabor adocicado), água e açúcar, resultando em uma bebida doce e cremosa.(...) No entanto, existem variações da receita que adicionam outros ingredientes como canela, limão ou leite de amêndoas para dar um toque especial à bebida, e a horchata de arroz que é sua versão mais popular, especialmente na América Central. Nessa variação, o arroz é utilizado como base, juntamente com água, açúcar e canela, resultando em uma bebida mais leve e refrescante. (Oyá Alimentos)
Além do sabor exclusivo, o biscoito traz seis desenhos idealizados pela própria Selena Gomez, como a sua assinatura com suas iniciais (SG), o headphone, o coração em chamas, coração vibrante, duas colcheias ligadas (figura musical) e um com uma colcheia chamado "selenators" (como são conhecidos seus fãs).
Outro diferencial da campanha é um biscoito raro com a assinatura da artista que, ao ser escaneado, terá acesso a um trecho da versão remixada da música "I Can’t Get Enough" (de Marco "Tainy" Masis, Mike Sabath, Benjamin "Benny Blanco" Levin, Selena Gomez, Cristina Chiluiza, Jhay Cortez e José "J Balvin" Osorio, 2019) gravada em inglês e espanhol pela própria Selena com as participações do produtor americano Benny Blanco, do cantor colombiano J. Balvin e do produtor porto-riquenho Tainy.domingo, 22 de junho de 2025
Relembrando a adolescência #22 - Na na na na na... a música "Freed From Desire" da cantora Gala Rizzatto
A dance music dos anos 1990 que voltou com tudo, desta vez como o tema da Copa do Mundo de Clubes da FIFA.
Quem diria... uma das minhas músicas preferidas do gênero dance music dos anos 1990 está de volta, só que como o tema da Copa do Mundo de Clubes da FIFA, que é a música "Freed From Desire" da cantora Gala Rizzatto, ou simplesmente Gala. Lembro que eu, uma adolescente de 15 anos, amava esta música por causa da melodia grudenta, ritmo empolgante e a voz marcante (e que voz!) da cantora ítalo-americana. A música tem vários elementos otimistas, mesmo que eu não tivesse entendido a letra que, como a própria Gala diz, "parece simples, mas não é simplista". Contudo, eu só conhecia na versão "The Soundlovers Remix", que foi a mais tocada nas rádios e mais ouvida em recreios de escola, inclusive esta adaptação tinha feito parte do CD "Tecno Pan" (1997) inspirado no programa homônimo da Rádio Jovem Pan FM e lançado pela saudosa Paradoxx Music (vale lembrar que esta gravadora lançava muitos álbuns dos programas da Jovem Pan, inclusive o famoso "As 7 Melhores"). E, como todo adolescente, ficava esperando uma emissora de rádio tocar "Freed From Desire" para gravar na fita cassete (a Jovem Pan daqui de Itajaí ainda não existia até o dia 1 de fevereiro de 1998 com a frequência de 94.1 MHz). Só descobri a existência da versão original em 2021, quando eu fui "caçar" pelo YouTube as mais tocadas da dance music entre os anos de 1993 e 1999 para incluir na minha playlist e relembrar meus bons tempos. É só tocar uma música da Gala que começo a pirar e, depois que terminar, eu cantar sem parar como se eu fosse um disco arranhado. Risos
"Freed From Desire" é da autoria de Gala em parceria de Maurizio Molella (DJ Molella) e Filippo Andrea Carmeni (Phil Jay), ambos produtores da música. Foi lançada como single em 1996 do álbum de estreia de Gala, "Come Into My Life" (Do It Yourself / Nitelite Records, 1997), cuja faixa-título, da autoria do trio, também fez um megassucesso no Brasil (também amo essa). A faixa resgatada foi um grande hit por toda a Europa, alcançando o topo nas paradas na França e ambas as regiões da Bélgica. Em julho de 1997 foi lançada no Reino Unido onde conquistou a segunda posição na UK Singles Charts (em português, Parada de Singles do Reino Unido). A letra aborda temas de desapego material e a busca por um sentido mais profundo na vida e descreve um amor que não possui riqueza, poder ou fama, mas que é rico em fortes crenças. Este contraste destaca a ideia de que a verdadeira riqueza não está nos bens materiais, mas sim nas convicções e na força interior de uma pessoa. O refrão "Freed from desire, mind and senses purified" ("livre dos desejos, mente e sentidos purificados") sugere uma libertação dos desejos materiais, levando a uma purificação da mente e dos sentidos.
Mas por que a música de quase trinta anos atrás virou o tema da Copa do Mundo de Clubes da FIFA?
O motivo desta música lançada na época em que os jogadores do evento futebolístico nem eram nascidos virar tema da competição mundial é simples: "Freed From Desire" transformou-se em um fenômeno nos estádios de futebol da Europa, com torcedores de diversos países adaptando a letra original para criar paródias personalizadas em homenagem a seus times e jogadores.
O primeiro registro aconteceu em 2011 com torcedores irlandeses do clube Bohemian FC entoando durante a partida contra o Sligo Rovers os versos "The Bohs have got no money, we've got a bag of E's" ("Os Bohs não têm dinheiro, temos uma sacola de ecstasy").
Em 2012, torcedores do Stevenage F.C. adaptaram o refrão para "Freeman's on fire, your right back is terrified!" ("Freeman está pegando fogo, seu lateral-direito está aterrorizado!") em homenagem ao ponta Luke Freeman. Após contratar o jogador em junho de 2014, o Bristol City adotou a paródia.
No início de 2016, os torcedores do clube inglês Newcastle United criaram a versão "Mitro's on fire, your defence is terrified!" ("Miltro está pegando fogo, sua defesa está aterrorizada!") para seu atacante sérvio Aleksandar Mitrović. Porém, a adaptação viralizada mundialmente só aconteceu em maio do mesmo ano quando Sean Kennedy, torcedor do Wigan Athletic, publicou no YouTube sua versão da música, "Will Grigg's on fire" ("Will Grigg está pegando fogo"), uma referência ao jogador irlandês Will Grigg.
Será que Gala está lucrando bem com a execução da música?
Por incrível que pareça, a resposta é não. Depois do álbum "Come Into My Life" em 1997, Gala deixou a gravadora, rescindindo assim o contrato injusto que lhe dava uma porcentagem irrisória, porém não se sabe se dava alguma porcentagem à cantora sobre o direito artístico o qual ela não tem nenhum poder, nem de aprovar, considerar e até mesmo opinar, pois quem detém o fonograma é Max Moroldo, proprietário da gravadora italiana Do It Yourself, que está lucrando mais com as execuções de "Freed From Desire" do que a própria cantora e coautora. Isso tudo gerou brigas nos tribunais que se estende por décadas. Erik Rizzatto, músico, cantor, dj, locutor de rádio e apresentador do canal "O Som do K7" do YouTube gravou um vídeo do canal explicando sobre as tretas por trás desse grande hit de Gala.
Capa do single "Freed From Desire" da Gala.
Fontes:
*Letras.Mus.Br
https://www.letras.mus.br/gala/15747/significado.html
*Notícias da TV / Uol
https://noticiasdatv.uol.com.br/noticia/televisao/por-que-musica-de-1996-virou-tema-da-copa-do-mundo-de-clubes-da-fifa-2025-137892
"Tempo Rei" - Gilberto Gil (1984)
domingo, 15 de junho de 2025
Bira Presidente (1937-2025)
Morreu na noite deste sábado, 14 de junho, Ubirajara Félix do Nascimento, mais conhecido como Bira Presidente (23 de março de 1937 - 14 de junho de 2025), fundador do bloco carnavalesco Cacique de Ramos e do Grupo Fundo de Quintal no qual ele tocava pandeiro. Ele estava em tratamento de um câncer de próstata e tinha Alzheimer.
Filho de Domingos Félix do Nascimento e Conceição de Souza Nascimento e irmão de Ubirany Félix do Nascimento (16 de maio de 1940 - 11 de dezembro de 2020), também integrante do Grupo Fundo de Quintal, Bira cresceu no bairro de Ramos, na Zona Norte do Rio. Desde cedo, foi envolvido pelo universo do samba e do choro, frequentando rodas com figuras lendárias como Pixinguinha (1897-1973), João da Baiana (1887-1974) e Donga (1889-1974). Ainda criança, foi "batizado no samba" na Estação Primeira de Mangueira, sua escola de coração.
O Grêmio Recreativo Cacique de Ramos foi fundado no dia 20 de janeiro de 1961 pelo Bira e seus familiares e amigos. O bloco carnavalesco se tornaria um dos maiores centros culturais do samba no Brasil. Bira foi o primeiro e único presidente da agremiação até sua morte.
No final dos anos 1970, das rodas do Cacique de Ramos surgiu o grupo Fundo de Quintal, com Bira como um dos fundadores. O grupo inovou ao incorporar instrumentos como tantã, repique de mão e banjo, criando uma nova sonoridade que revolucionou o samba de raiz. Com aval da intérprete Beth Carvalho (1946-2019) e do produtor musical Rildo Hora, os músicos do Cacique foram convidados a participar da gravação de estúdio do LP da cantora, "De Pé No Chão" (RCA Victor / hoje Sony Music, 1978), considerado o divisor de águas na careira da Beth. Pouco depois, a gravadora RGE lançou "Samba É No Fundo de Quintal" (RGE / hoje Som Livre, 1980), álbum de estreia do grupo. Nesse disco, o Fundo de Quintal apresentou como formação os sambistas Bira Presidente, Ubirany, Sereno, Neoci (1937-1981), Almir Guineto (1946-2017), Jorge Aragão e Sombrinha.
Bira era conhecido por seu carisma, seu pandeiro inconfundível e sua presença marcante nos palcos e nas rodas de samba.
Descanse em paz, Bira Presidente.
domingo, 8 de junho de 2025
Jubileu 2025 em música 03 - "Laços" - Nando Reis e Ana Vilela (2020)
"Laços" - Nando Reis e Ana Vilela
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JUBILEU 2025 EM MÚSICA - 3
"Só o amor é capaz de dar a vida e encontrar uma saída, pra esperança vir de novo a cada novo amanhecer" ("Laços", de Gabriel Moura, 2020). Ser peregrino de esperança é caminhar no amor. É trilhar a estrada da generosidade que se faz entrega e doação. Levar esperança é se fazer disponível para "pôr a mão na massa" sempre que necessário, para dar um minuto de atenção, para se interessar gratuitamente pelo outro, especialmente nas horas de dificuldade ou de dor. Deus, para nós, é sempre um peregrino de esperança. Caminha ao nosso lado e conduz os nossos passos, a fim de que tenhamos a coragem de abraçar as belezas e desafios que renascem a cada novo amanhecer.
Frei Gustavo W. Medella, OFM
@freigustavomedella / Instagram
domingo, 1 de junho de 2025
"A Substância" (filme de 2024)
O filme de terror dramático para maiores de 18 anos que levou Demi Moore de volta ao estrelato
"Água da fonte cansei de beber
pra não envelhecer.,
"Sapato Velho", de Mú Carvalho, Cláudio Nucci e Paulinho Tapajós, 1981
De tanto ouvir pessoas falando do filme "A Substância" ("The Substance", MUBI / Working Title Films / A Good Story, 2024), decidi vê-lo. E o que eu achei? Quero assistir-lhe de novo e de novo. Não, você não leu errado. Sim, eu quero! Você deve estar pensando "quanta coragem, mia fia!". Risos. E eu vou dizer por quê.
São críticas em cima de críticas e reflexões em cima de reflexões. É um filme de terror estético dramático estrelado por Demi Moore em sua volta triunfal aos cinemas no papel da protagonista Elisabeth Sparkle, tanto que chegou a ganhar pela primeira vez os dois principais prêmios pelo filme: o Globo de Ouro de Melhor Atriz em Comédia ou Musical e o Screen Actors Guild Award (SAG) de Melhor Atriz Principal. Além destes, também recebeu o Critics Choice Award de Melhor Atriz e, pela primeira vez, uma indicação ao Oscar junto à atriz e cantora Cynthia Erivo pelo musical "Wicked" (Universal Pictures), à espanhola Karla Sofía Gascón pelo também musical "Emilia Pérez" (Why Not Productions / Page 114 / Pimienta Films / France 2 Cinéma / Saint Laurent Productions) e à brasileira Fernanda Torres por "Ainda Estou Aqui" (RT Features / VideoFilmes / Mact Productions / Arte France Cinéma / Conspiração Filmes / Globoplay), perdendo para a Mikey Madison por "Anora" (FilmNation Entertainment / Cre Film).
"Fica cada vez mais difícil se lembrar que você ainda merece existir. Que essa parte sua ainda vale alguma coisa e que você ainda importa."
Idoso e outro usuário da substância (Christian Erickson / dublado por Paulo Porto) na cena da lanchonete, para Elisabeth Sparkle
É um longa-metragem de horror com comoção. Até houve algumas cenas em que eu chorei de emoção, embora para muita gente parecem horripilantes, inclusive a do espelho antes de ela sair para um encontro que no fim não foi e a final, típica do filme "Carrie, A Estranha" ("Carrie", Metro-Goldwyn-Mayer e United Artists Pictures, 1976). (Clique aqui para ver a postagem sobre este filme).
Quando "A Substância" saiu, existia apenas a versão legendada e pensei "quando sairá a versão dublada com a Mônica Rossi, a voz brasileira da Demi Moore?". Até a própria Mônica que adora dublar a atriz americana também demonstrou em sua página do Instagram que estava torcendo para que isso acontecesse e, para a minha alegria e para a alegria da Mônica, aconteceu. Além de Demi Moore, Mônica Rossi é dubladora da Cameron Diaz, Madonna, Sharon Stone e Kim Basinger e também foi a voz da Priscila, a sheepdog do programa infantil "TV Colosso" (1993-1997) e da Cuca do "Sítio do Picapau Amarelo" (2001-2007), ambos na Rede Globo. Outro dublador supertalentoso que participa desse filme é o Hélio Ribeiro que dá a sua voz ao Dennis Quaid no papel do repugnante e machista Harvey*.
*O personagem de Dennis Quaid foi inspirado no cineasta homônimo Harvey Weinstein que se tornou em uma persona non grata por inúmeros crimes de abuso e assédio sexuais, inclusive contra estrelas de Hollywood, e hoje está apodrecendo na cadeia por isso. Pelo menos ele recebeu o que merece.
"Se ela tivesse os peitos do tamanho daquele narigão dela..."
"As pessoas sempre querem coisas novas. A renovação é inevitável e aos 50 isso para."
A principal moral de "A Substância" é que a busca incessante pela juventude e pelo padrão de beleza pode nos levar a perder nossa identidade e a nossa verdadeira essência, substituindo-nos por um clone que satisfaz as expectativas externas, em vez de nos dar prazer. O filme critica os padrões de beleza, o etarismo, a hipersexualização dos corpos e o machismo, mostrando como as mulheres são pressionadas a se manterem jovens e bonitas, e como essa pressão pode ter consequências. A própria Demi Moore, a protagonista do filme, disse em uma entrevista que punia a si mesma ao relembrar o seu sofrimento com padrões de beleza. É como se a atriz tivesse feito o papel dela mesma no filme (Adoro Cinema).
Além de Demi Moore e Dennis Quaid, no elenco também está a Margareth Qualley, filha de Andie MacDowell que viveu a Felicity em "Pobres Criaturas" ("Poor Things", Searchlight Pictures, 2023) e fez o papel da atriz, cantora e dançarina Ann Reinking (1949-2020) na minissérie biográfica "Fosse/Verdon" (20th Television / FX, 2019). Em "A Substância", Qualley faz o papel da Sue, a "versão melhor e mais jovem" da Elisabeth Sparkle.
Sinopse
No seu 50º aniversário, Elisabeth Sparkle (Demi Moore / dublada por Mônica Rossi), uma outrora celebridade e agora uma decadente estrela de cinema de Hollywood, é despedida sem cerimônias do programa de aeróbica que apresentava há anos pelo seu produtor Harvey (Dennis Quaid / dublado por Hélio Ribeiro) que lhe diz que sua idade avançada é o motivo da demissão. Enquanto dirigia para casa, Elisabeth se distrai com um outdoor de si mesma sendo retirado, resultando num grave acidente automobilístico. Num check-up no hospital, um jovem enfermeiro (Robin Gree / dublado por Ulisses Bezerra) com aparência surreal de Ken Humano oferece-lhe um pen-drive chamado "A Substância" que explica que há um soro de um laboratório clandestino que gera uma versão "mais jovem, mais bonita e mais perfeita" de si mesma. Após alguma hesitação, Elisabeth encomenda o soro e injeta o ativador de uso único, o que resulta no surgimento de uma versão muito mais jovem dela própria, através de uma fenda nas costas dela.
O soro estabelece uma relação simbiótica entre os dois corpos: Elisabeth tem de transferir a sua consciência entre os corpos a cada sete dias, com o corpo inativo permanecendo inconsciente. A outra versão também necessita de injeções diárias de "fluido estabilizador", extraído do corpo original através de uma punção lombar, para prevenir a deterioração. A outra versão que se identifica com nome de Sue (Margareth Qualley/ dublada por Samira Fernandes) faz um teste anunciado nos classificados de um jornal e é rapidamente contratada por Harvey para substituir Elisabeth. O novo programa televisivo de aeróbica da Sue com coreografias hipersexualizadas a leva para a fama, sendo eventualmente escolhida para apresentar o grande programa de Ano Novo da emissora. Como Sue, a atriz desfruta de uma vida confiante e hedonista, enquanto, vivendo como Elisabeth, se torna numa reclusa insegura.
O problema é que Sue extrapola com a sua matriz, extraindo seu fluído estabilizador um dia a mais do limite do tempo (sete dias) para se manter, violando a regra do uso da substância. E a medida de que a Sue extrai o fluido além do limite do tempo recomendado, os sinais de envelhecimento em Elisabeth se evolui bruscamente e o desequilíbrio acontece. É aí que Elisabeth com aparência do dobro da sua idade sente ódio de seu outro eu que está no auge da beleza e do sucesso midiático e faz de tudo para provocá-lo, gerando raiva na sua versão jovem e iniciando uma guerra contra si mesma. Afinal, como o próprio atendente do laboratório (Yann Bean/ dublado por Marco Antônio Abreu) diz: não existe uma e outra. "Vocês são uma só (na versão dublada, "você é singular"). Você não pode escapar do seu ser", ou seja, Elisabeth e Sue são a mesma pessoa.
Demi Moore irreconhecível. A própria atriz postou essa foto na sua página do Instagram mostrando os bastidores do filme e como sua personagem ficaria com o abuso de sucção de seu fluido estabilizador causado pela Sue, sua versão jovem. Tanto que o filme ganhou o Oscar de Melhor Maquiagem e Penteado. Um prêmio bem justo.
Trailer dublado