"O que é de verdade ninguém mais hoje liga: isso é coisa da antiga" - Ney Lopes e Wilson Moreira

Elsa (Frozen) ♥

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Por favor, não queime os vinis!


Eu, como fã de vinil, me deparei com essa reportagem meio triste na Revista Cultural Cultuar (edição 3 / Itajaí, Santa Catarina, maio de 2011)
durante a espera no conservatório:"Acervo de 4 mil vinis da Rádio Difusora AM de Itajaí à venda. SE NÃO HOUVER UM COMPRADOR, OS LP'S SERÃO INCENDIADOS.". Faz isso, não, Célio! (quem não consegue ver, o LP que está na mão dele na foto é o da cantora Rosemary.)

Tudo bem que o objetivo é desocupar a sala cheia de LP's, mas jogar toda a memória preciosa ao fogo?Leve os pra CasAberta (sebo de Itajaí) ou pra qualquer lugar que os preserve, menos ao incêndio, por favor! Se eu pudesse, eu levaria daí discos de: Martinho da Vila, Roberto Carlos, Maysa, Luiz Gonzaga, Chico Buarque, Rildo Hora... ops, Rildo Hora vai ser difícilímo de ter aí, mas ainda terei um dele aqui em casa. Mas Fóes quer que uma pessoa leve o acervo inteiro se eu quiser levar, pelo menos uns dez. Aí não dá, né? Mas mesmo assim, NÃO QUEIMA!!!!

E mais:

Na Inglaterra, os discos de vinil já voltaram com toda a força desde 2009. Foram lançados os LP's de artistas de origem, como os grupos Radiohead, Oasis e Coldplay e das cantoras Amy Winehouse, Lily Allen e Marina and the Diamonds. Mesmo custando o triplo do preço de um CD, os ingleses adoraram. Dá pra imaginar que seria ótimo ouvir o vinil da Amy Winehouse, já que a qualidade do aúdio das músicas de seu último CD, "Back to Black" (Island Records / Universal Music, 2006), lembram bastante a sonoridade das canções da década de 60, uma das influências da cantora.
No Brasil, os vinis deixaram de existir em 1998. Passados mais de dez anos, "o vinil voltava a virar objeto de desejo entre apreciadores de música e colecionadores - basta dizer que, só nos Estados Unidos, as vendas em 2009 chegaram a 2,5 milhões de unidades." (Jornal O Globo). Em 2010, a gravadora independente Deckdisc já lançou 4 LP's:"Onde Brilham os Olhos Seus", da Fernanda Takai (vocalista da banda Pato Fu em seu trabalho paralelo), "Fome de Tudo", do grupo Nação Zumbi, "Cinema", do grupo Cachorro Grande e "Chiaroscuro", da roqueira Pitty, todas elas fabricadas pela Polysom, a única fabricante de vinil que fica em Belford Roxo, no Rio de Janeiro, que restou em toda a América Latina.

E daí que disco de vinil é coisa de dinossauro? Eu sou um dinossauro!


PROCURA-SE UM COMPRADOR


Acervo de 4 mil vinis da Rádio Difusora está à venda. Mas o proprietário avisa: quem quiser, vai ter que comprar tudo. Se ninguém aparecer, discos serão exterminados

O último andar do edifício Catarinense, no centro de Itajaí esconde, num labirinto de salas, a Rádio Difusora. No corredor entre a técnica e o estúdio, uma porta trancada traz um aviso estampado em letras vermelhas que despertam curiosidade. Elas dizem:"DISCOTECA". Célio Reiser Fóes, um dos proprietários da emissora na cidade, tem a chave que abre a sala, e mostra, com certo remorso, quatro mil vinis divididos em prateleiras, de artistas internacionais e brasileiros, dos mais variados estilos e décadas, de clássicos da world music a sertanejos, de Chico Buarque a Gaúcho da Fronteira. O remorso é justificável:os discos estão em extinção.
Qualquer aficionado por música e vinis perderia horas e horas escolhendo o que quer ouvir, se perdendo entre encartes e fichas técnicas (sou eu!), mas Fóes tem pressa. "Eu preciso dessa sala o quanto antes, queremos usá-la pra outra função na rádio", explica. A proposta dele é simples:cada vinil custa R$5, mas pra mover um bolachão sequer, vai ser preciso levar junto a coleção inteira. O proprietário adianta, não vende discos avulso, só manda descer a compilação se o comprador desembolsar cerca de R$ 20 mil. Caso contrário, o dono cogita incendiar o acervo.
Segundo o proprietário, caso vendesse um a um, certamente diversas preciosidades iriam parar nas mãos de colecionadores rapidamente, mas a grande maioria ficaria esquecida. Fóes já pensou em procurar algum sebo pra negociar o arquivo, mas desistiu da idéia por dificuldades de descer 4 mil vinis 15 andares abaixo. Ele destaca vinis de músicos do quilate como Chico Buarque, Toquinho, Vinicius de Morais, Caetano Veloso, Gal Costa, como seus preferidos.
Todo o arquivo dos vinis foi digitalizado e está armazenado nos computadores da rádio, registrando boa parte da história da rádio e dos sucessos que marcaram épocas.
A maioria dos discos veio entre as décadas de 60 e 80, quando as gravadoras enviavam os trabalhos de seus artistas como cortesia para divulgá-los. Com a queda do mercado fonográfico e a ascensão da internet, o espaço necessário para armazenar os vinis e até os CD's acabou se tornando o empecilho para o crescimento da rádio. O proprietário não tem uma data exata para aguardar um comprador, mas admite, eles não devem durar muito tempo.

Se interessou pelos vinis? Ligue (47) 3348 6208


Revista Cultural Cultuar, referenciando a arte de Itajaí (edição 3 / Itajaí, Santa Catarina, maio de 2011)


Endereço da Rádio Difusora AM 1530:
Rua Manoel Vieira Garção nº. 03
Edifício Catarinense , 15º andar
Centro, Itajaí - Santa Catarina.

Video:A Volta do Vinil (coluna de Nelson Motta no Jornal da Globo)



http://youtu.be/ql8xYNYw3HM

2 comentários:

  1. Adorei o post Jê!
    Meu chefe tem váááários vinis aqui, e eu até "joguei um verde" dizendo que eu tenho uma amiga que ama vinis pra ver se ele dava pra eu dar pra vc... mas ele tb ama de paixão...
    Inclusive ele tem um vinil da narração da copa de 1958 que é raríssimo!
    Beeeijos

    Lari

    ResponderExcluir
  2. Caraca, Larissa, meu olho tá até crescendo, rs rs rs... Beijos, Jê.

    ResponderExcluir

Moderação de comentários ativada. Aguarde a publicação.

Festa de Lançamento do "Clube do Samba" (Fantástico, 1979)

"Meninos da Mangueira" - Ataulpho Jr. e Diogo Nogueira no programa "Samba da Gamboa" na TV Brasil