"O que é de verdade ninguém mais hoje liga: isso é coisa da antiga" - Ney Lopes e Wilson Moreira

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domingo, 12 de dezembro de 2021

Monarco (1933-2021)

 




Um dia triste para os portelenses. Neste sábado, dia 11 de dezembro, morreu aos 88 anos Hildmar Diniz, conhecido como Monarco, presidente de honra da Portela e baluarte do samba, vítima de complicações decorrentes de cirurgia no intestino.
Monarco é o mais antigo integrante da Velha Guarda de azul e branco de Madureira. Nasceu em Cavalcante, na Zona Note do Rio de Janeiro, e se mudou ainda menino para Osvaldo Cruz, bairro de origem da Portela. Desde então teve conexões com os sambistas da escola e começou a compor sambas.
Com apenas 17 anos, em 1950, chegou à Ala dos Compositores da Portela. Mas foi só em 1976 que lançou seu primeiro dos seis discos solo. O disco tem canções que se tornariam emblemáticas, como "Lenço" (de Monarco e Francisco Santana) e "O Quitandeiro" (de Monarco e Paulo da Portela).
Em 2019 o seu último álbum "De Todos os Tempos" (Biscoito Fino) foi indicado ao Grammy Latino de Melhor Álbum de Samba/Pagode.
O compositor já teve suas músicas gravadas por grandes nomes do samba e da MPB, como Beth Carvalho (1946-2019), Martinho da Vila que gravou "Tudo Menos Amor" (obra do portelense em parceria com Walter Rosa) para o seu LP de 1973, Paulinho da Viola, Marisa Monte, Clara Nunes (1942-1983), Roberto Ribeiro (1940-1996) e Zeca Pagodinho. Com a Velha Guarda da Portela, Monarco participou de todos os álbuns do Zeca.
No Instagram, a Portela (@oficialportela) divulgou a morte do sambista:

"Luto no mundo do samba! Portela lamenta a morte
de seu Presidente de Honra, Mestre Monarco

É com tristeza profunda que a Portela informa a morte de nosso Presidente de Honra, Monarco, aos 88 anos. O Mestre estava internado desde o mês de novembro no Hospital Federal Cardoso Fontes, em Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio, onde se internou para fazer uma cirurgia no intestino. Infelizmente, não resistiu à complicações. Ele deixa esposa, filhos, netos e uma legião de fãs e admiradores. Por enquanto, não há informações sobre velório e enterro do corpo.
Os versos cantados por Dona Ivone Lara [1922-2018] na despedida de Silas de Oliveira [1916-1972] na canção 'Adeus de um poeta' bem cabem ao sentimento que o mundo do samba sente agora. 'Por nós tu não terias ido agora/ É doloroso/ Todo o samba chora (...)/ É triste mas foi mais um bamba/ Que o mundo do samba Perdeu!'
Nesta sexta-feira, 10, Monarco foi homenageado durante a inauguração da Sala de Troféus da Portela, que leva seu nome.
Sua última apresentação em público foi onde mais gostava de cantar, em casa, na quadra da Majestade do Samba! Na ocasião, participou da edição de outubro da Feijoada da Família Portelense ao lado de seus companheiros de estrada e de vida da Velha Guarda Show.
O presidente Luis Carlos Magalhães, o vice-presidente Fábio Pavão, a Velha Guarda Show da Portela, a Galeria da Velha Guarda e toda a diretoria da Majestade do Samba lamentam o falecimento e se solidarizam com os familiares, amigos e fãs."

O corpo de Monarco é velado na quadra da Portela e tem previsão de terminar às 14h. O enterro está previsto para as 16h, no Cemitério de Inhaúma, na Zona Norte do Rio.

Peguemos o lenço, mas levará tempo para que todo o pranto se enxugue. Que Deus guarde Monarco e conforte seus familiares.

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