Em outubro desse ano, uma paranaense de Londrina foi vítima do chamado "golpe do amor", crime em que o golpista utiliza a identidade falsa para atrair a vítima e envolvê-la emocionalmente, que é o momento em que o criminoso aproveita para pedir dinheiro. E nesse caso o estelionatário se identificava como Roberto Carlos, cantor de quem a vítima era muito fã, deixando-a no prejuízo considerável.
A conversa entre a mulher e o Roberto Carlos fake começou nas redes sociais. O golpista tinha uma página semelhante à do cantor. Se passando pelo famoso, o criminoso alegou que sua conta estava bloqueada, que hackers tinham invadido a conta dele e aí foi descapitalizado por um tempo e pediu ajuda à fã. A vítima, se deixando levar pela ilusão, fez de tudo, desde transferências até empréstimos. Houve até promessa de uma viagem no cruzeiro do artista, e quando descobriu que era golpe, era tarde demais. A mulher já está endividada. O delegado que investiga o caso havia perguntado à vítima se "o (próprio) rei Roberto Carlos não teria condições" e ela lhe respondeu que a conversa era tão atrativa e tão enganosa que no fim iria restituir na sequência. Foi tudo uma perigosa quimera. Outras perguntas que deveriam ser feitas e que valem como dicas para não cair no golpe do amor, ou melhor, golpe do ídolo: será que um cantor com o mesmo nível de fama como o Roberto Carlos se comunicaria direta e facilmente com um(a) fã nas redes sociais, mesmo com a agenda lotada? E se o famoso fosse mesmo vítima de um roubo virtual, por que pediria ajuda a um(a) fã que ele nunca viu na vida ao invés de denunciar diretamente à polícia, o que ele exatamente faria?
E o pior: essa não é a única página falsa do Roberto Carlos em redes sociais. Existem várias que seguem fãs como eu e se dizem oficiais. É lógico que eu que já estou ciente de como é o jogo na internet não caio nessa, já que sei distinguir páginas oficiais das páginas falsas da mesma forma que desde os anos 1990 sei diferenciar o CD legítimo do CD pirata e não é só pela qualidade da capa. Quando algum "Roberto Carlos" começar a me seguir no Instagram e, na mensagem privada, me cumprimentar com "oi" (ou mais profundo ainda: "oi, meu amor") aí é que vejo que tem bicho nessa laranja madura, parafraseando aquela música do Ataulfo Alves (1909-1969).
O que fazer para não cair no golpe do Roberto Carlos fake?
Eu sei que para muitos fazer essa advertência é chover no molhado, mas esse caso é uma das provas de que existem pessoas ingênuas que, mesmo navegando na internet há anos, ainda não estão cientes do que é confiável e o que é desonesto nas redes sociais e não sabem discernir o fato do fake. Até o próprio perfil oficial do Roberto Carlos no Instagram teve que fixar uma postagem de alerta aos fãs no topo da página para que não caíssem no golpe, avisando que o cantor não tem perfil privado ou secreto, nunca entra em contato direto com fãs na internet, não tem grupo de Telegram, não pede informações ou dados pessoais, não conversa de forma privada com ninguém e suas páginas e site oficiais são sempre monitoradas pela equipe do artista.
Fontes:
*Terra
*Folha de Londrina (PR)
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