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domingo, 14 de abril de 2024

"Portela na Avenida" - Clara Nunes

Postagem especial do dia do aniversário da Portela (11 de abril)

Clara Nunes, a portelense.


Nesta quinta-feira, 11 de abril, a escola de samba carioca Portela pela qual eu torço como se vê completou 101 anos. E em memória disso, relembro um dos clássicos do samba em sua homenagem, "Portela na Avenida", gravada por ninguém menos que Clara Nunes (1942-1983), minha cantora preferida de belíssima voz e uma das portelenses ilustres.
A música foi escrita, a pedido de Clara, por Paulo César Pinheiro, marido da cantora na época, e Mauro Duarte (1930-1989). A princípio, Paulo ficou meio constrangido, já que ele era mangueirense e, além disso, já havia um samba definido para a escola, o clássico "Foi Um Rio Que Passou Em Minha Vida" (1970) de Paulinho da Viola. Mesmo assim, Paulo a fez para agradar à esposa.
Na sala da sua própria casa, Clara tinha montado um altar para as suas devoções, a Nossa Senhora Aparecida, santa negra com seu manto azul e branco, cores da Portela, e o pombo de asas abertas representando o Espírito Santo. A combinação de profano (desfile de carnaval) com o místico (procissão religiosa) foi o ponto de partida para a composição de "Portela na Avenida", lançada em 1981 através do LP "Clara" (EMI-Odeon, hoje Universal Music) e consagrada no carnaval de 1982, a partir de quando se tornou o hino do "esquenta" da bateria portelense para os desfiles na avenida.


FONTE:
João Carino, presidente do Instituto Memória Musical Brasileira (IMMuB), do Quadro Coisas Nossas do programa Antena MEC das Rádios MEC AM (800 KHz, Brasília, e 800KHz, Rio de Janeiro) e MEC FM (99,3 MHz, Rio de Janeiro)

https://radios.ebc.com.br/antena-mec/2021/03/quadro-coisas-nossas-conta-historia-do-samba-portela-na-avenida


Portela na Avenida
Escrita por Paulo Cesar Pinheiro e Mauro Duarte
Interpretada por Clara Nunes
℗ 1981 EMI-Odeon, Fonográfica, Industrial e Eletrônica Ltda. (hoje Universal Music Brasil)

Portela
Eu nunca vi coisa mais bela
Quando ela pisa a passarela
E vai entrando na avenida

Parece
A maravilha de aquarela que surgiu
O manto azul da padroeira do Brasil
Nossa Senhora Aparecida

Que vai se arrastando
E o povo na rua cantando
É feito uma reza, um ritual
É a procissão do samba abençoando
A festa do divino carnaval

Portela
É a deusa do samba, o passado revela
E tem a velha guarda como sentinela
E é por isso que eu ouço essa voz que me chama

Portela
Sobre a tua bandeira, esse divino manto
Tua águia altaneira é o espírito santo
No templo do samba

As pastoras e os pastores
Vêm chegando da cidade, da favela
Para defender as tuas cores
Como fiéis na santa missa da capela

Salve o samba, salve a santa, salve ela
Salve o manto azul e branco da portela
Desfilando triunfal sobre o altar do carnaval



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