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quarta-feira, 24 de maio de 2017

"Crepúsculo dos Deuses" ("Sunset Boulevard"), 1950



Mais um filme a engrossar a lista dos meus favoritos: "Crepúsculo dos Deuses" ("Sunset Boulevard", Paramount Pictures, 1950) estrelado por William Holden (1918-1981) e pela lendária Gloria Swanson (1899-1983). Seu título original, "Sunset Boulevard", é o nome da rua homônima que atravessa as cidades de Los Angeles e Beverly Hills, na Califórnia.  O filme inclusive ganhou uma adaptação musical aos palcos em 1993, com música de Andrew Lloyd Webber, que ganhou o Tony Award de Melhor Musical. O tema central do longa-metragem é a crítica à própria indústria cinematográfica que produzem os verdadeiros deuses do cinema até descartá-los ao esquecimento. Frases como "eu sou a maior, os filmes é que ficaram menores" (ou "eu sou grande, os filmes é que ficaram pequenos") e "Ok, Sr. DeMille, estou pronta para o meu close!" são os principais bordões desse clássico do cinema.
"Crepúsculo dos Deuses" foi indicado a 11 Oscars e recebeu apenas três: melhor roteiro original, melhor direção de arte em preto-e-branco e melhor trilha sonora original. O diretor Cecil B. DeMille (do clássico "Os Dez Mandamentos") (1881-1959) e a colunista de fofoca Hedda Hopper (1885-1966) interpretam a si mesmos no filme. Buster Keaton (1895-1966), H. B. Warner (1875-1958) e Anna Q. Nilsson (1888-1974), estrelas do cinema mudo, fazem participações especiais como colegas de jogo de cartas da Norma Desmond, os quais o personagem Joe Gills chama de "bonecos de cera".


Sinopse


Joe Gills (William Holden)

Para fugir dos representantes de uma financeira, Joe Gillis (William Holden), um roteirista sem sorte, se refugia na decadente mansão de Norma Desmond (Gloria Swanson), uma antiga estrela do cinema mudo que não admite de jeito algum que é esquecida. Quando Norma descobre que Joe é roteirista, contrata-o para revisar o roteiro de "Salomé", que marcará seu retorno às telas. O problema é que o filme é insuportável, mas o pagamento é bom e como ele não tem muito o que fazer, aceita. O roteiro de "Salomé" enfim é encaminhado ao diretor Cecil B. DeMille e Norma Desmond aguarda com otimismo a resposta do cineasta.



"Ok, Sr. DeMille, estou pronta para o meu close!" - Norma Desmond


Norma Desmond


"Eu sou a maior. Os filmes é que ficaram menores".

A personagem desse filme, Norma Desmond, foi a que me chamou mais a atenção (e eu imagino que a dos outros também). O que eu não sabia é que Norma Desmond se coincidia com a própria atriz, a Gloria Swanson. Assim como Norma, Gloria também foi rainha do cinema mudo. Gloria ficou sem filmar por quase dez anos, entre 1941 e 1950, quando finalmente voltou a atuar no filme "Sunset Boulevard"/"Crepúsculo dos Deuses". A diferença é que Gloria passou sem problemas do filme mudo para falado e conseguiu recuperar sua carreira.
Nesta mansão gigantesca e aparentemente abandonada, Norma Desmond, sempre avessa às novidades cinematográficas, em especial aos filmes falados, vive com o mordomo sisudo Max, vivido por Erick von Stroheim (1885-1957), seu descobridor e ex-marido, e com um chimpanzé de estimação que infelizmente morre. Ela é uma atriz incapaz de aceitar o esquecimento do público e a decadência artística. Teima que ainda existem fãs que imploram por suas fotos e autógrafos e acredita que vem recebendo 17 mil cartas de seus admiradores. Na verdade, é o mordomo que alimenta as fantasias de sua ex-esposa e se faz de 17 mil fãs que lhe escrevem. O roteirista Joe Gills, preso à oferta tentadora de Norma e hóspede da mansão (e piedoso com a ex-estrela), se viu obrigado a fazer o mesmo.
"Eu não discutia com ela [Norma]", disse a voz de Joe Gills em off. "Não se deve acordar um sonâmbulo. Ele pode cair e quebrar o pescoço. É isso. Ela ainda caminhava dormindo pelas alturas de sua carreira perdida. Completamente louca sobre um assunto específico, o seu eu em celuloide, a grande Norma Desmond". Contudo, Norma Desmond tem momentos de melancolia, não saía de casa por medo do mundo exterior e já havia tentado o suicídio algumas vezes.
O curioso é que, mesmo parada e decadente, Norma ainda tem muito dinheiro de sobra para investir em ostentações, comprar roupas sofisticadas para Joe e pagar os três meses atrasados de aluguel do antigo apartamento de seu hóspede. "Cale-se, eu sou rica! Sou mais rica que todo esse lixo de Hollywood. Tenho um milhão de dólares, três quarteirões no centro da cidade e petróleo em Bakersfield bombardeando sem parar". Foi o que a ex-estrela disse ao Joe (bêbada na cena do réveillon a dois. Risos.), quando este se incomodava com a quantidade de presentes caros que ela lhe oferecia.



"Pobre coitada. Ainda acenando orgulhosamente em um desfile que já tinha acabado há tempos!" - Joe Gills

VÍDEO: cena final do filme "Crepúsculo dos Deuses"
Adoro! 😍 



Montagem musical


Glenn Close no papel de Norma Desmond no musical "Sunset Boulevard"

"Sunset Boulevard", inspirado no filme que no Brasil é intitulado como "Crepúsculo dos Deuses", é um musical com o libreto e a letra de Don Black e Christopher Hampton e música do inglês Andrew Lloyd Webber, o mago do teatro musical responsável por alguns dos maiores sucessos em Londres e Nova Iorque, como "Cats", "O Fantasma da Ópera", "Evita" e "Jesus Cristo Superstar". Abriu primeiro em Londres em 1993, e desde então teve várias produções internacionais e também extensas turnês. Na montagem australiana, em 1996, Joe Gills foi interpretado por Hugh Jackman, conhecido pelo papel de Wolverine na saga "X-Men". Glenn Close foi a atriz que em mais tempo encarnou a estrela decadente Norma Desmond no musical: em 1993 em Los Angeles, 1994 na Broadway, 2016 no Teatro West End em Londres e este ano, 2017, novamente na Broadway.
Acesse o canal oficial do musical no YouTube. >>> https://www.youtube.com/channel/UCUHBdr1B8plXKoWgWz4hw6w

Adoro Cinema
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50 anos de filmes


VÍDEO: "Sunset Boulevard" cantado por Kris Fei Xiang Philips na década de 1990 no papel de Joe Gills




VÍDEO: "As If We Never Say Goodbye" - Glenn Close no papel de Norma Desmond

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